Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mafalda, de Quino.


Triste de quem não te conhece, Mafalda! Infeliz de quem não sabe que contigo se aprende mais do que com a sabedoria do Dalai Lama.
Que pena, Mafalda, que tua filosofia não chegue a muitos.
Lembra, menina, que numa tirinha você me ensinou quais eram os valores do mundo contemporâneo? você perguntava a Monolito o que ele estava lendo no jornal. Ele lhe dizia:- "Estou vendo a cotação de valores".
Então você perguntava que valores eram esses: "Hedônicos?morais?religiosos?"... e ele lhe respondia que: "Não, os que realmente servem para alguma coisa!".
Em outros momentos, você não precisa dizer nada: a imagem da despretensão e da inocência de quem não entende o mundo, mas que põe um globo terrestre na cama, simulando que o mundo está doente, é o suficiente para nos falar muito.
Ah, menina curiosa, hermana argentina nascida em 1964 pelas mãos e pela criatividade de Quino (Joaquin Salvador Lavado), você encantou até Humberto Eco! Imagine o meu deslumbramento de fã mortal, normal, comum!
Como sempre, me identifico com seu humor, com seu sacasmo, com sua ingenuidade.

O retrato de Dorian Gray : molduras modernas


Não tenho como fugir de minha sedução pela obra mais conhecida de Oscar Wild, O retrato de Dorian Gray. Digo isso sem levar em conta o peso literário, mas o próprio fascínio quase que personificado que o livro exerce sobre mim...sobretudo certos aprendizados, seja perscrutando o cinismo e a hipocrisia presentes na narrativa sob a voz do lord Basil Hallward, seja na apropriação plural que podemos fazer de certas passagens do livro:
"Todo impulso que nos empenhamos em sufocar incuba no nosso espírito e nos envenena. Peque o corpo uma vez, e estará livre do pecado, porque a ação tem um dom purificador. Nada restará então, salvo a lembrança de um prazer; ou a volúpia de um arrependimento. A única maneira de se livrar de uma tentação é ceder-lhe. Resistamo-lhe, e a nossa alma adoecerá de desejo do que proibimos a nós mesmos, do que as suas leis monstruosas tornaram monstruoso e ilegítimo."
Mas, como não amar esta passagem? como não ter aquele encanto da identificação? como não dar razão à afirmação tão apropriada dessa voz narrativa?
Eu gostaria muito que os meus amigos gays lessem este livro; eu gostaria muito que as minhas amigas que pertencem a seitas religiosas extremistas lessem e entendessem; eu gostaria que muitas pessoas pudessem ler, ver e entender o tamanho significado contido em tão poucas linhas!No fundo, o convívio com os desejos não é nada fácil, se não conseguimos admitir a existência dele.
Como Dorian gray, também somos narcisos e ficamos perplexos ante à ferida da efemeridade existencial: no fundo, não passamos de seres passageiros e o que acontece é que a gente vai passando. O tempo passa, o tempo passa por nós e nós vamos passando o tempo e passando com o tempo...
Pensamos que o ano acaba - que nada! a cada ano nós acabamos.
Somos filhos de Chronos - reclamos de falta de tempo, como quem reclama de um Pai ausente. Não, o tempo está ali, te comendo. Lmebremo-nos de Machado de Assis: "matamos o tempo; ele nos enterra".
Dorian Gray digladia com o tempo. Todos nós que queremos ser eternamente jovens; todos aqueles que inventam um não-tempo traduzido em vida eterna sabe o temor que o tempo gera. Contudo, respeitando o devir - que é também um passar de tempo - sonho com tempos diferentes!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Muito obrigada!


É preciso saber agradecer e eu não vou me furtar a esta oportunidade de dar graças a Deus por todas as coisas conquistadas.
Não quero esquecer do amigo que me deu um conselho numa hora difícil, nem do meu amante que me deu um beijo num momento de necessidade afetiva;
Não quero deixar de dizer obrigada aos que me acolheram em suas casas, em seus braços, em suas orações, em suas mesas de jantar, em seu momento de lazer, em seus moementos de segredo. Hoje, mais uma vez quero dizer que não preciso do salmo 23, pois que não quero que preparem uma mesa para mim na presneça de meus inimigos, pois destes, quero distância, mas quero que os meus amigos, mesmo que poucos e distantes, saibam que são importantes para mim.
Meu cálice transborda desta fartura que é poder repetir para vocês, muito obrigada.
E que outras páginas de nossas histórias possam ser escritas com dignidade, respeito, verdade e coragem em 2010.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Crocodilo: o mito e o homem


Algumas comparações entre seres humanos e bichos são muito ofensivas...para os bichos, claro!
Estou pensando agora num amigo crocodilo.
Poxa, que coisa!chorar as lágrimas do prazer de saborear a presa (assim o faz o crocodilo) é uma metáfora excelente no intercâmbio dos significados entre a Natureza e o ser humano. A traição e a dissimulação são termos que acompanham o que queremos dizer ao chamar alguém de crocodilo.
Não trabalho no zoológico, mas no meu trabalho tem um crocodilo.
Crocodilo do sexo masculino, pessoa aparentemente ética, que dispõe da confiança de todos nós, homens e mulheres. Profissional competente, se bem que confuso...
Falemos, pois, sobre o crocodilo.
Em primeiro lugar, eu gosto dele. Daí porque a decepção em ter descoberto a imensurável traição. Não foi uma traição só feita contra mim, mas às duas amigas que lá estavam.
Falávamos, há uns dias, acerca das injustiças sob certos processos. Criticávamos o fato de que para os serviços que requerem Responsabilidade e não têm retorno financeiro, sempre são dadas pessoas a serem indicadas. Em contrapartida, os serviços que geram ganhos vão para certos privilegiados e, novamente, víamos que a vida prática realmente divide os sujeitos entre PREFERIDOS e PRETERIDOS.
O crocodilo acompanhou a narrativa, se mostrou favorável aos argumentos e aos pontos levantados, disse desconhecer dada seleção interna para um serviço com remuneração que, claro, contemplou os preferidos.
Confiamos nele.
Confiamos nele e vimos que nossas angústias eram bem parecidas.
Que crocodilo solidário e compreensivo!
Faço uma pausa mental agora, pensando em quanto expus de minha vida a ele, por confiar, por ter nesta pessoa uma referência de ética e idoneidade moral...conselheiro espiritual, também, pois que eu achava que ele tinha muito o que me ensinar...ah, ninguém imagina o tamanho da decepção!
A traição, quando vem do inimigo ou do desafeto, é inócua, não causa surpresa: já esperamos. E se vem, melhor ainda: reforça e justifica nossos ódios.
Mas a traição do amigo mostra que ele nunca foi amigo.
Amigo imaginário.
Quando a máscara caiu e aquele de quem ele era informante entregou tudo - por desconhecer o jogo duplo ou pela recíproca não ser verdadeira, isto é, o crocodilo puxa o saco esperando um retorno que aparentemente ele não terá - vimos que ele, o tempo inteiro, participava do esquema, ele fora convidado a integrar o grupo dos preferidos...ali, na frente de todas nós que sabíamos além do que os demais sabiam... bem, a máscara dele caiu, mas foi a minha cara que quebrou.
Vou lamentar isso por muito tempo.
A decepção causa uma dor imensa que é, ao mesmo tempo, perplexidade!
Três vezes perplexa, posso afirmar, porque faço minhas as decepções das amigas em questão.
A prudência faz a gente calar a boca e não ser irresponsável em nossos comentários, mas penso numa quarta pessoa. Ah, meu Deus, coitada! ela também confia nele...e uma pessoa dessas, não é amiga de ninguém!se um dia ela descobre o crocodilo, será mais uma a lastimar as inconsistências dessa amizade da Família Feliz.
Às vezes sou eu que penso na minha intolerância às confraternizações e nas inimizades que vão se somando ano a ano, período a período. Vejo, contudo, não apenas a minha parcela de culpa, mas essa busca idiota pela autenticidade dos sentimentos.
Não vejo sentido em compartilhar momentos, abraços e presentes com quem não gosta de mim ou com quem eu não gosto...aí fico perplexa com a Família feliz - olha, sou neurótica o suficiente para achar que toda felicidade é suspeita. KKK!!!
Esse negócio de relações perfeitas, gente perfeita, coisas perfeitas...ai, ai!
Poxa, eu gostava dele. Na verdade, eu gosto dele, mas não será mais meu amigo. Nunca mais. Ele não vai saber disso nunca, até porque, para um bom traidor meia amizade basta e eu julgo que ele nem faça questão de ser benquisto por mim...
Eu posso até ter uma boca grande, mas o crocodilo...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Maravilhas


Adoro os meus bichos, mas percebo que odeio latidos, miados, cacarejos...ai! que horror!
Fui uma criança carinhosa, que adorava bichos e também gostava de abraços. Até hoje esses traços são notáveis em mim.
Também pintava estrelinhas na testa e sonhava em ser a Mulher Maravilha - Linda (Carter), aventureira, justa!quem vai ficar pensando em ideologias norte-americanas aos 4 anos de idade? eu adorava a mulher maravilha!
Desde esta época, meus quatro anos de idade, não sei se por ver o perfil dos heróis dos seriados, mas eu já gostava dos rapazes branquinhos.
Quando eu estava em São Paulo, semana passada,me deslumbrei ao ver os paulistanos urbanos: lindos, altos, branquinhos, com um cabelinho escuro macio!!! são os meus preferidos. Isso ninguem entende, mas é o preferencial. E preferencial não é exclusivo.
Gosto mais da sensualidade do que da beleza. Porém não nego que a beleza me suborna...poxa, há quanto tempo eu não via homens realmente lindos?! nem sei ao certo! Os homens de São Paulo são lindos, em sua maioria. O que não se pode dizer de outras localidades do interior paulista...ah,se eu fosse a Mulher Maravilha, pegaria meu laço mágico e me amarrava a eles - o rapaz da padaria perto do hotel, lindo! o recepcionista do hotel, lindo!os transeuntes da Consolação, lindos!dos paulistanos urbanos o que se há de dizer? Lindos!!!
"E novos baianos passeiam na tua garoa/ e novos baianos te podem curtir numa boa!"

A chave dos problemas


Ter organização financeira e acabar com as dependências emocionais são os meus maiores sonhos. Ai, como eu me sinto incapaz de cumprir estas metas...
É verdade, não estou mal: alcancei tantas coisas que desejei. Por outro lado, não assumi alguns desejos e me vejo incapaz ou impotente diante de outros.
Há pessoas que não são aptas à felicidade. Sério: aqueles seres apagados, com umas caras de morte, com umas caras de velório, incapazes de um sorriso, que parecem que já nasceram dependentes de psicofármacos...é, gente tarja preta mesmo...ai, Jesus!Como é que esse povo pensa que está vivo? será porque faz xixi e bebe água? êta, distanásia! Mas existe mesmo gente incapaz de ser feliz - procurando pretextos para ser infeliz, mumificada, sem iniciativa, sem se mover na direção de coisa alguma, apegada a um presente contínuo ou fixada no passado...tenho sérias conversas com o passado, tenho ódio de minha família, vou à terapia para matar simbolicamente o meu pai, preciso de um esteio, de um protetor, vivo minhas castrações...entendo perfeitamente as angústias que compõem a existência. Contudo, esse negócio de se faer super sensível, eternamente de mal humor, esperando que alguém resolva nossa vida por nós, ou, simplesmente, querendo resolver os conflitos interiores com bromodiazepínicos, fala sério, não dá para suportar!
De repente a gente acha que a Ciência resolve tudo, dá todas as respostas...e aí, mano, comprar felicidade em vidrinhos parece um ótimo recurso...só não entendo qual a diferença real entre esta prática e a daqueles que consomem as drogas ilícitas. Para encarar a existência, só com Paraísos artificiais?
Apesar das tempestades, a gente aproveita o tempo de estio para rever os estragos e o que sobrou de nós. Sartrianamente, pensemos o que fazer com o que fizeram de nós, já que nossa existência não é passiva - sim, umas coisas ocorrem por nossa permissão! eis a vida!
Não quero ter esse perfil que eu critico. Quero que minha vida seja minha e seiq eu isso me fará perder muitos candidatos. Inacreditável, mas os homens sempre querem mandar em mim. Odeio ser comandada, reajo. Não incorporo a feminista pós-moderna que busca o poder parelelo, o poder velado, as formas negociadas: vou para o front, digo "não"!
Há um tempo eu não sabia dizer "não", admito!mas aprendi que devo fazer a minha vontade sem, necessariamente, ser obtusa, teimosa. Eu ouço o argumento e se ele faz sentido, sou aquiescente.
Não sou gueixa.
Recentemente, vi aquele rapaz que correu atrás de mim na UNICAMP por causa do meu salto alto. Decerto, mantivemos contato por um bom tempo até este encontro da semana passada.
Ele gosta de saltos; eu não estava aos pés dele. Por minhas atitudes de independência, ouvi uns resmungos e uns queixumes. Acabou aí!
A felicidade não é um processo contínuo, mas sem a colaboração do interessado, ou seja, de nós mesmos, ela é impossível.

Viagens na minha terra...


Almeida Garret em seu enfadonho clássico da Literatura Portuguesa, Viagens na minha terra, realiza um tour imaginativo que, por sua notabilidade narrativa, o fez figurar no cânone literário - não sem muitos resmungos das vítimas acadêmicas da obrigatoriedade de tal leitura.
Bem, a sorte dele é que a viagem é imaginativa. Outrossim, também duvido que ele enfrentasse as dificuldades de transporte e de manutenção das estradas que ligam Xique-Xique às demais cidades baianas, das quais, Feira de Santana. Em termos práticos, não há diferença qualitativa entre as condições de viagem dos idos de Viagens na minha terra (1800 e sei lá quanto, talvez 1846) e a precariedade da estrada do Feijão. E não vai ter nenhum Dinis que nos salve, ora pois!
O caso é que nestes meus dois anos de substituta ( com rima pobre totalmente aplicável), neste trajeto, eu já vi foi coisa! nem ligo para o que vi, mas para o que eu continuo a ver. E nem deveria ligar mais para o que vejo do que para o que eu ouço.
Personagens da vida real muito mais interessantes que os de Garret frequentam o ônibus da Àguia Branca, especialmente o de volta. Vejam:
O anônimo psicótico: Com um perfil que nos faz suscitar uma possível paternidade hippie, uma vez que, com certeza, a mãe deste sujeito ( e o pai) injetou, cheirou e fumou muitas coisas inapropriadas, ele adora conversar durante a viagem.
Conversa muito.
E o pior: consigo mesmo!
Ele conversa sozinho e, pelo tanto, parece que ele não se vê há muito tempo. Jesus! Nunca vi ninguém com tanto assunto... e deve ter um bando de fofocas a respeito de si mesmo porque, de vez em quando a conversa assume tons de sussurros ou de gargalhadas. Ele não me engana: deve saber misérias da vida íntima dele mesmo e compartilhar naqueles momentos de confidência.
Ah, velhinho falador!
O caboclo peidorrento: Figura constante no horário noturno, este tem problemas de gases. E, pelo jeito, de querosene. Aliás, isso não é problema, é solução: bastaria que numa crise de gases a gente pudesse jogar querosene naquele miserável e atear fogo. Mas que sujeito miserável!sabendo que está todo mundo abafado no ar condicionado, não contém o proprio esfíncter, não tranca a válvula do monossílabo átono.Este eu odeio! e o pior, povo, é que a fedentina parece enxofre. É literalmente infernal! E o peste é gorducho - deve fazer a maior mistura de comidas e quem sofre é a gente.
O caboclo roncador: Tá bom: quem aí já não ouviu o ronco barulhento de uma motocicleta velha ou a zoada de uma carro dos anos 80 com a descarga furada? Então, o ronco barulhento do caboclo roncador é assim. E quando ele acorda assustado com o barulho do próprio ronco ainda dá susto na gente.
Como pode um monstro destes dormir com a consciência tranquila?
É barulho o tempo inteiro.
Gordo e espaçoso, ele dorme com a barriga para cima, todo feliz...se aquela boca abrisse mais um pouquinho eu juro que jogaria um insetão bem escroto nela. O sujeito incomoda as 4 poltronas à frente e atrás.
A cobra fumante: Concretizando as profecias do fantástico cumpadi Washington (eta, se é de axé , deve ser é Uóxitun), cuja premonição dizia que "o bicho vai pegar/ a cobra vai fumar", a cobra fumante existe e já está entre nós.
A cobra é do sexo masculino e, como todo animal irracional, não tem noção: se tranca no banheiro e fuma - cigarro também, de natureza questionável, mas se fosse Tetrahidrocanibinol, vulgo baseado, o cheiro de cocô queimado até faria sentido com os aromas repulsivos do banheiro do ônibus.
Este pensa que a fumaça fica no banheiro mesmo, não percebe que comete um atentado contra os demais passageiros.
Para mim, que sou cristâ católica, deve-se seguir o princípio bíblico e fazer com que ele volte às cinzas: deveríamos queimá-lo.
Fora da brincadeira (palavra de ex-bombeiro), os automóveis são altamente comburentes. Se um incêndio é iniciado em qualquer tipo de veículo, logo se propaga o fogo, é questão de segundos, não é efeito especial de filme não, gente: quem tem seguro de carro, se toque e nunca deixe o ítem contra o incêndio, de fora.
além de incomodar, este filho da puta fumante põe em risco a vida da gente.
Mãe e crianças choronas:a maternidade é linda e sagrada. Então, convém que a deixem bem longe das aglomerações, não e?
Puta que o pariu! que irritante é o choro das crianças e as chatices das mães. E os meninos choram porque está tudo bem, choram porque dói, choram porque têm sono, choram porque o carro anda, choram porque existem...vixe!!!
Caboclo acotovelador: Olha só, é cada entidade!!! este é aquele sujeito que não cabe em sua poltrona. Ele acha que o braço da poltrona é só dele, ele acha que a poltrona ao lado, aquela em que é a gente quem está, é uma concessão dele. Logo, ele vai dar cotoveladas a noite inteira, ele vai te empurrar, ele vai se jogar em cima do seu ombro, ele vai fazer você ter pesadelos até acordado...matemos essa miséra!!!
Míster Call: E Deus criou o mundo...logo depois, o homem criou o call center, para as reclamações e elogios. Beleza!!! O caso é que tem uns miseráveis que parecem nunca terem visto um celular na vida. Isso não seria nada desde que tal sujeito não achasse que você também nunca viu um e, por isso, ele fala bem alto, para você perceber a tecnologia.
Ele exibe os barulhinos, o despertador e etc. Toda hora é um alô. Nem pense em dormir porque o serviço é 24 horas.
NUM SEI: Quem aí gostar da cultura oriental, aprenda que além de sansei e nissei existe o Num Sei, mas ele é bem brasileiro, viu? Ele não sabe a poltrona dele; ele não sabe ler a passagem dele e ele vai te irritar, seja para não sair da poltrona reservada para você, alegando que "o ônibus vai vazio", seja segurando sua poltrona, se esta for janela; seja querendo que você saia da poltrona pretensamente dele. Num sei o que se faz para combater esta praga, mas tenho uma vaga idéia de que bons argumentos e certeiras cacetadas são capazes de dissolver qualquer tipo de conflito.
Mr. Jump: Míster Jumpe pula toda hora, toda hora levanta, toda hora incomoda...aliás, ele veio ao mundo só para isso. Pula por cima de você, pula para ir ao banheiro, pula no corredor e haja Deus para aguentar tudo isso.
Caren T.: A Caren pode ser homem ou mulher. Sempre CARENTE, quer puxar conversa. Não tem jeito, mil serão os pretextos para encontrar um fio para conversa...ache um fio e enforque esta misera.
Bem, vejam o que Almeida Garret perdeu frente ao fato de nao fazer um trajeto tão pitoresco - as aventuras, os buracos, os despenhadeiros sob a neblina, os assaltos e outras maravilhosas ciladas que cercam a viagem nossa de toda semana.
Ação, aventura, tendinite, insônia, suspense: breve, numa viagem próxima de você. Vou vender este roteiro. A Rota 66 fez sucesso porque o povo ainda não conhece o trajeto para Xique-Xique!

** esta é uma obra de ficção - qualquer semelhança com nomes, histórias, lugares ou acontecimentos, terá sido mera coincidência...ou não!