Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu, hein? (VI)


Olha que no Dia do Amigo a gente recebe uns torpedos SMS e paparicos em forma de e-mails. Passei lá no Kibeloco e vi que hoje é Dia Mundial do Orgasmo...Parabéns para quem os tem, só, mal acompanhado, com muita gente,com acessórios, com a mulher do próximo, com a próxima, com crentes ou zapatista ou seja lá como for.
Como diriam os filósofos contemporãneos, Claudinho e Bochecha, "Controlo o calendário sem utilizar as mãos!"
Postagem especiamente dedicada a Du, Marcão, Lívia, Paty, Bethânia (sua safada!), Carol, Cida Cik, Marlon, Dé, Rogerão, Mr. T (olha a privacidade?!) e L.O.S.

Beatles for friends


Engraçado é abrir a porta a quem não é nos é íntimo, por conta de prestação de serviços.
O técnico esteve aqui para uns reparos na Sky, agora de manhã, nesta manhã fria e chuvosa.Foi esquisito ver quem eu não conheço adentrando à casa, por dentro e por fora, a orientar antenas...achei a cara familiar.
Nos volteios das adaptações, ele reparou nos Beatles, tanto no CD que estava perto do receptor, quanto na moldura da parede, que reproduz esta imagem aqui do post. Disso veio o encadeamento de uma cumplicidade musical interessante e eu acabei vendo que estivemos na mesma festa, neste sábado passado.
Engraçado é pensar nas leituras recíprocas. As observações não foram licenciosas, não teve nada de coisa de flerte e tal, mas às vezes me parece que os estilos musicais formam confrarias e até devo dizer que o pessoal da camisa preta da festa de rock and roll, pelo menos por aqui, tem reduzido este estereótipo idiota.
Beatles como cartão de acesso do mesmo clube cultural é, para mim, um negócio engraçado. Diz-me o que ouves e te direi com quem andas?

Eu, hein?! (V)


Eu não sei por que me mandam essas coisas por e-mail! Ah, tá, eu desconfio porque me mandam essas coisas por e-mail. E, querem saber? melhor assim!
Recentemente eu estava lembrando do dia em que João me perguntou se eu não tinha nenhum namorado normal, do tipo normal mesmo, mas não porque os que tive tenham sido loucos, mas cheios de fetiches.
"De perto, ninguém é normal", já repetia Caetano Veloso em sua Vaca Profana. De longe, pior ainda.
Mas João estava me perguntando isso porque me flagrou com um presente diferente que eu havia ganhado do meu então namorado. Outrossim, andei me traindo no discurso e abrindo o precedente a respeito de práticas sádicas. Não que eu seja sádica, mas estava querendo me habituar àquele namorado que gostava de chicotadas e de palmadas dadas com sandálias Havaianas. Ah, ele adorava um subjugo!
Descobri, por esta época, a linha tênua que separa o prazer da dor. Muitas vezes a linha era ultrapassada,se misturava... E daí, se estava bom para ambas as partes? mas não gosto de ninguém me batendo, não!
No domingo à noite os lindíssimos olhos cor de violeta resolveram me ligar. Ele não me ligaria se não fossem os fetiches. Destes, não posso falar. Mas, pelo menos passam por uma base comum da exigência de saltos, meia arrastão e uma verdadeira aula de canto para obter gemidos eufônicos. Poxa, que vergonha! nem sei como eu disse isso. Paro por aqui1
E do louco que correu atrás de mim, na UNICAMP, para contemplar meu salto e a partir do qual muitos outros advieram em São Paulo e em Salvador, pelo mesmo fetiche, acabei colocando no rol das coisas admissíveis. Não deixo, contudo, de estranhar que estando eu quietinha, vestida da cabeça aos pés (ah, o problema são os pés!), a atravessar salas de aula na UNICAMP, ruas ou passarelas em Salvador, alguém vá lá me interpelar sobre saltos e fetiches, apesar do que, os fetichistas não saem pulando sobre a presa inadvertidamente: antes fazem o cercame, argumentam, e quando já estamos em segurança, vem a confissão.
Pelo menos com o Felipe entendi que o fetiche não é por um sapato de salto e acabou: fosse assim, lamberiam vitrine de sapatos! eles gostam do sapato "vestido" (não necessariamente se aplicaria dizer "calçados", neste caso) por uma mulher. Presumo que, neste plano, a mulher seja o acessório, pois lembro muito bem que me falaram da cadência do meu andar. Tem um ritmo no andar que complementa o fetiche.
Mas, realmente, não me lembro dos que ficaram na normalidade das coisas. E adoro os fetichistas, alguns deles, porque ampliam a noção de sexo, não ficam circunscritos a um jogo genital previsível,presumo sem nenhum conhecimento de causa, como bem cabe afirmar em contextos hipócritas para salvaguarda da moral e dos bons costumes. ah, se isso for fetiche, gosto de música para companhar os rituais da intimidade. E de tranquilidade - nada de sobressaltos, correrias, esconde-esconde.
Mas quando recebi esta tirinha aqui da imagem, lembrei da história que eu repito, sobre a Praia do Papagente, na Praia do Forte.
Olha, depois dali da Praia do Forte e Imbassaí tem uma praia de nudismo. Nunca me apeteceu isso de estar nua numa praia nem em lugares públicos, embora tenha umas pessoas de bem que são minhas amigas, frequentam esse blog e aproveitaram uma oportunidade na Praia de Tambaba, numa época de Congressos, para ir exibir as carnes desnudas por lá e que, na minha cara, me chama de indecente. Pela proximidade das coisas, achava eu que no Papagente rolava algum canibalismo sexual, coisa do gênero. E amarguei a decepção de descobrir que o Papagente é assim chamado porque a praia devora as pessoas, afoga o povo com buracos surpresa sob as ondas.
Eis que falo nos remanescentes escassos da Tribo Papachana, índios heterossexuais cujo nome já diz tudo. Juntando uma coisa com a outra...
E meu eterno queixume de que só restam índios Aquidaoânus, que só servem para amizade e ainda concorrem às mesmas presas que nós, mulheres heterossexuais...Oh, mundo tão desigual!!!

domingo, 29 de julho de 2012

Last Saturday Night e outros assuntos



Bom, enquanto eu escrevo, deixei a televisão ligada. O Pânico acabou de parodiar umas coisas da novela das oito (que passa após às nove) e eu prestei atenção a duas coisas que vêm de tempos: a primeira é a adoção nacional da gíria baiana periguete. Periguete é coisa baiana tanto quanto chamar festa de balada é coisa paulista.
Não só agora temos o uso nacional de periguete como as justaposições que da palavra advém.
Mas a paródia me deixou atenta a outra coisa: o chamamento incestuoso também é coisa baiana. Aqui, o sexo e a paquera vão à base de "Ai, painho!". "Ai, mãinha!".
Acabei de ouvir um "Ai, ai, ai, ai, ai/assim você mata o papai!". E essa é velha entre nós, numa música da banda Malacacheta, se é que é assim que se escreve. Foi regravada por um bando de gente aí, mas era cheia de "ai, aí, ai, mata o papai, mainha!Já que está gostoso, deixa, mãe/deixa mamãe!"'
Bom, talvez o povo baiano não seja mal resolvido com as teorias de Freud, não é?
Mas, depois de tanta pérola da cultura local, vale frisar que nem todo cantor baiano faz música baiana. E que música baiana é uma coisa; e música da Bahia é outra.
Neste sábado, ao voltar do trabalho, decidi sair - e, tudo bem, gente, esta chata que vos fala anda é deslumbrada com a paisagem do caminho...Eu seria muito ingrata se não reconhecesse que sou agraciada pela paisagem das águas do caminho, das belezas de Ituberá e de toda a Península de Maraú que posso ver. Juro que até arrefeceu meu ânimo de gastar 12km de lá do trabalho até Itacaré. Não vou não: volto no mapa, vou a Morro de São Paulo, vou a qualquer dos tantos lugares que só os olhos alcançam, já que passo e vou trabalhar.
Mas, ante o cansaço digladiando com o fogo no espírito de cair na dança, saí e fui ao Botekim ver a apresentação da banda Scambo.
Como hesitei para sair, cheguei à festa às 23h30min, tendo perdido a apresentação da primeira banda, a Tangerina não sei o que. A banda posterior era daqui de Feira e fazia um som meio Cordel do Fogo Encantado + Nação Zumbi + Reggae. Excelente também, mas mal de acústica, talvez pelos instrumentos serem insuficientes em qualidade. Ah, nome complicado: Sei lá o que de Uyra da Ira de Rá. Poxa, gente, já não basta "O canto dos malditos na terra do nunca"? nome grande para banda lasca a memória da gente!
Mas o Scambo é banda muito boa de som!
Não bastassem as músicas próprias, eles fazem boas versões para os clássicos. Tanto ouvi a Geni e o Zepellin, do Chico Buarque cantada bem diferente e criativamente, quanto ri pacas da pequena mudança de uma palavra* num único verso do Muito romântico (de Caetano Veloso e que Roberto Carlos canta, também). E como foi desta música que eu mais gostei, vou deixá-la copiada aqui porque quando reproduzo uma letra é para que a música seja ouvida com os olhos.

Muito Romântico

Não tenho nada com isso, nem vem falar:
Eu não consigo entender sua lógica.
Minha palavra cantada pode espantar
E a seus ouvidos parecer exótica

Mas, acontece que eu não posso me deixar
Levar por um papo que já não deu.
Acho que nada restou pra guardar
Do muito ou pouco que houve entre você e eu

Nenhuma força virá me fazer calar
Faço no tempo soar minha sílaba
Canto somente o que pede pra se cantar
Sou o que soa eu não douro a pílula

Tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior
Com todo o mundo podendo brilhar no cântico
Canto somente o que não pode mais se calar
Noutras palavras sou muito romântico
Noutras palavras, eu sou problemático*


P.S.: Ah, devo dizer: "Festa estranha, com gente esquisita", mais maconha do que lá, só em Cabrobó.Scambo e "o Scambau A4", como se diz por cá! Maconhista da UEFS aos bandos e maconheiros em menor medida. A soma dos tipos todos de gente e agentes e de cannabis sativa na cabeça ativa vieram até mim. Sim, desta vez a maconha alheia chegou à minha cabeça, pois impregnou meus cabelos.
E sofri bullying: falaram muito mal dos caretas, a minha classe, já que não bebo, não fumo...Não bebo e não fumo, o resto é questão de boa parceria.

Dancei!



Sempre tem um tempo em nossa vida em que a gente acredita mais nos homens, nas pessoas. São tempos de relativa inocência, no sentido de que a gente começa a equacionar a confiança nas pessoas, tratando por amigos aqueles que são amigos dos nossos amigos. Nem sempre isso é verdade.
Decerto, adotei uns amigos de trabalho que jamais foram meus amigos. Por certo, eram amigos de João, ou de Outros, ou nem tanto... Isso foi há muito tempo! Mas tenho cá a mania dos arquivos, da memória.
Dentro do meu e-mail pessoal tenho pastas de e-mails enviados. Umas categorias são engraçadas, são de meus dois amores contrariados: do Ex-Grande Amor da Minha Vida e de C. E estão lá duas pastas especiais: "Amor, súbito rio sem margens" - que eu retirei de um poema do Iderval Miranda; e a outra é Eu amei este Idiota.
Tenho, pois esta mania. Obviamente que tenho uma pasta dedicada aos supostos amigos que me fizeram de idiota, sendo, propriamente, uma pasta Como fui idiota!
Se eu fosse escrever todas as idiotices que eu já fiz na vida, não teria pasta, arquivo ou prateleira que coubesse - tipo acreditar que gente calhorda pudesse ser gente amiga ou achar que tinha gente jogando vinagre na esperança de atrair abelhas. Mas, sim, certas idiotices partilhada, por e-mail, com amigos verdadeiros e inimigos disfarsados são mesmo engraçadas.
Escolhi o que segue abaixo, deixando claro que os falsários a que me refiro não são as pessoas cujos nomes aparecem ou se insinuam no texto a seguir. Mas o conteúdo é todo verídico. Eis a história que contei das coisas passadas numa noite de sábado de maio de 2009. Acrescento, já que citei a data, que realmente o Tempo é o senhor de todas as verdades...enviei isso a gente que é ex-amigo sem nunca ter chegado a ser amigo. Como é que pode?

Disse João Neto a mim, em meus tempos de extrema solidão: "Mara, siga o exemplo cristão e adote em sua vida afetiva o seguinte versículo, retirado João, 6:37 "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o
que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora".
Pensando assim e somando este conselho aos ensinamentos espirituais de
P.R., grande guia espiritual, amigo e conselheiro,que mui sabiamente disse para que eu ressignificasse meus preconceitos contra certos pretendentes, mudei um pouco minhas convicções e meus hábitos.
Decerto, não era o sujeito desta história que me interessava, mas as possibilidades de esbarrar em outras "possibilidades". Por conta disso, eu estava bobinha em casa, neste sábado, só cuidando de coisa séria (gente, li tantos textos que fiquei com calo nos olhos!) e já ia me recolher ao conforto do meu edredon, quando, perto das onze da noite um coleguinha me ligou, me chamando para sair para dançar.
Em princípio eu disse "não", mas aí fui pensando que aos sábados eu nunca estou em Feira, que nunca saio na noite de minha cidade e que, apesar da chuva o convite era para dançar e valia a pena.
Note-se que o colega em questão foi meu contemporâneo na universidade, mas nosso contato sempre foi superficial. Acabamos nos encontrando na mesma escola, neste ano e estreitando os laços de amizade (eu sei o que vocês pensaram, seus maldosos: laços se estreitando é sinal de outras coisas que estarão se alargando no decorrer da noite. Credo, que povo! Podem suspender os pensamentos aí porque o coleguinha não me
interessava, não. Não bebo cachaça, gente, muito menos Ypiroca de
amigo. KKK!).
E lá fomos nós, à night: eu, ele, Luciana (prima dele) e Cláudio (outro Cláudio, gente, não confundam as personagens ). No trajeto eu estava falando de como eu gostava de dançar e das poucas opções que tínhamos na cidade e blá-bla-blá com este papo de dançar...aí eu falei dos meus vários episódios na night de Porto Seguro, que eu só dancei zouk na minha vida, por lá e mais bla-blá-blá.
De repente, estava todo mundo animado no carro e eles disseram que dançavam na EBADS (Escola Baiana de Dança de Salão, ali na Senhor dos Passos) há pouco tempo e mais bla-bla-blá. Traduzindo: eu estava me metendo a sair com profissionais da dança. Mais tarde eu descobri que o "pouco tempo" deles excedia dois anos de rastapé numa escola de nível como é a EBADS.
Chegamos ao bar. Vou dizer: o repertório do 14 Bis estava uma porcaria (ah, sim: 14 bis o Bar, não a banda), mas tocaram umas poucas músicas legais e lá fui eu, na bagaceira total, animação e doideira (nenhum de nós bebia álcool. Doido sóbrio é uma contradição).
Aí, para minha surpresa, a banda inventou de tocar uma salsa. Gente, pelo amor de Deus, eu não danço nem coentro, quanto mais salsa! E o menino parecia que queria aproveitar a chance de dançar comigo, ou melhor, parece que queria SE APROVEITAR da chance de dançar comigo...e eu lá, toda sem jeito para dançar a dois ...e a banda inventou de tocar mais salsas. Dancei geral! Na empolgação, o colega me jogava
para lá e para cá, depois corria para ir me buscar (KKK!) e se achando correspondido em suas habilidades dançantes, fez uma manobra fantástica - fantástica porque eu não caí - de modo que meu ombro e meu braço direitos estão à mercê da ortopedia e eu não viraria a cara para ninguém, porque meu pescoço fez "croooc!".
Eu torci meu braço!!! Claro que escondi minha cara de luxação, mas está doendo horrores!
Imagine o show de horror porque o salto que eu usava era de cerca de 15 centímetros (gente, eu estou falando do salto!!!) e o solado me fazia escorregar - dando a impressão de que, de fato, eu sabia o que estava fazendo. Todo meu esforço em não me esborrachar foi interpretado como habilidade na dança. KKK!!! Pois é: o pé também
doía. ai, como é difícil manter a pose!
A banda piorou de vez, a gente caiu fora cedinho, perto de duas da manhã.
Como não poderia deixar de ser, o sacana me propôs uma esticadinha na casa dele, com um repertório exclusivo, bem melhor que o do bar.
Imagino o que ele de fato gostaria de esticar, mas não topei.
Nestas horas a criatividade fala alto e, ao chegar na frente da minha casa (eu, ele e cia. Ltda.) o sujeito ficou com a maior cara de cachorro na chuva, inventando pretextos para entrar. Ora essa,imaginem se eu iria topar...
Esta foi a vez dele dançar.
The end.
O referido é verdadeiro e dou fé.
Tenham uma excelente semana - a minha começará com o saldo dos embalos
de sábado à noite, porque meu pescoço está destroçado e meu braço dói
para caramba. Imagine se eu não tivesse feito ioga há muito tempo
atrás?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Clássicos


A sunga branca segue sendo uma das tendências da estação. Aliás, um clássico!

O que há por trás do homens?


Para as minhas amigas que querem saber o que há por trás dos homens, respondo: no geral, quando são homens heterossexuais machos do sexo masculino por trás deles há apenas as nádegas, conforme se pode comprovar através da imagem de nu gratuito que aqui está.

Eu, hein?! (IV)


Vai comendo!!!

Axé e Saravá



Devido à conduta questionável de certos filhos de santo, os babalorixás estão pedindo teste de paternidade para evitar fraudes...
Imagem gentilmente pescada no Kibeloco - que não é Centro de Umbanda mas tem muita presença de espírito.
Vai para o álbum ou não vai?

"Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a Justiça!"


Ninguém pense que construindo uma tese a gente apenas repete e cola os pensamentos alheios num mosaico com as obras escolhidas para exame: há transposição para a vida da gente e uma coisa se justapõe à outra. Não obstante, minha analista já me dizia, desde a Especialização, que ninguém passa por nenhuma pós-graduação sem sofrer alterações psíquicas – se há aí alguém em dúvidas, traduzo como: não se cursa uma pós-graduação sem angústias e sem perdas da sanidade (cada um enlouquece à sua maneira), apesar dos ganhos da contrapartida.
Claro que uma vez obtido um título, a pessoa se sente cobrada. Normal. Lembrem aí dos colegas que arrastaram a graduação que deveria ter 08 semestres em 12 a 14 semestres, somente pelo medo de enfrentar o mercado de trabalho?
Quantas vezes eu também coloco na balança a minha situação e a de meus amigos chegados, bando de doutores desempregados, subempregados, desvalorizados, despossuídos e sem a menor oportunidade num circuito empregatício em que os contatos que se tem se sobrepõem às provas de competência? Comemos do mesmo pão aqui e ali. E quantos invejosos não nos atirarão à cara: “Estudou tanto, para isso?”.
Num dos livros que eu trabalho, Terra Papagalli, de autoria de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, o narrador diz: “Naquela hora, lembrei-me da célebre máxima de Santo Ernulfo sobre os inimigos: “É mais fraco? Pisa-o. É mais forte? Curva-te.” (TORERO E PIMENTA, 2000, p. 159).
Mas cá estou para falar dos meus amigos e não dos inimigos. Certo que nenhum amigo troca a própria paz pela guerra dos outros, porém, às vezes há a exceção.
Cresci cantando na escola: “Eu tenho um amigo que me ama, me ama/eu tenho um amigo que me guia/ seu nome é Jesus”. Cresci, cantei, acreditei e Ele próprio deve ter me mandado outros tantos amigos para constituir a boa galera que eu tenho. É gente espalhada pelo planeta. Nem sempre quando eu corto o dedo eu tenho a quem recorrer um curativo, mas eles são muito presentes.
Eu tenho um baita amigo, um puta amigo, um amigo que é amigão, se é que todas as redundâncias podem dar conta do quanto ele é importante para mim, solidário, cúmplice e companheiro: Ósman.
Na mesma obra, aprendi com Cosme Fernandes, o narrador:
“O que devemos fazer nas horas difíceis? Uns dizem que se deve rezar, outros que se deve praguejar, outros, mais astutos, dizem que devemos nos lembrar do exemplo dos homens mais sábios. E quando falamos em homens sábios e doutores do conhecimento, não podemos deixar de pensar em Santo Ernulfo e no seu excelente Omni Trinum Perfectum Est, que inspirou filósofos da estatura de um Calderón de Mejía e de Benedeto de Bologna. Ele nos diz que, quando estamos diante de um inimigo mais forte, devemos fazer três coisas: enfraquecer o contrário, conseguir armas melhores que as suas e chamar nossos aliados.” (TORERO E PIMENTA, 2000, P. 161).
Dito isso, meu amigo entrou numa briga grande comigo, quando eu já havia abandonado o ringue, quando eu estavadescrente de todos os recursos, descrente de minhas forças ou de um juiz justo e penitente.
Já rezamos juntos. Já praguejamos juntos – mais eu do que ele, admito -, já recorri aos pensamentos dos mais sábios, porém, mediante a intervenção do meu amigo, chamei meus aliados, consegui armas melhores e espero não só enfraquecer o meu contrário como aniquilá-lo. E uma vez declarada a guerra, sei que não se sai dela sem mínimas escoriações. Agora, estou disposta a andar no campo minado sem medo de me mutilar, porque até lá eu já levei o exército inimigo para o buraco. Vingança e justiça, finalmente, jantando lado a lado...
Recordo um grande ditador destas terras baianas, que sempre repetia: "Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a Justiça". Ironicamente, a sentença cai muito bem contra certa casta ditadora.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

"Se o sonho acabou, peça um pão-doce!"



Hoje eu perguntei a Cléo se o oposto do amor era o ódio ou a indiferença. Partindo do lugar comum, ela me disse que ódio é uma palavra muito forte. E por fim, disse que o oposto do amor era mesmo a indiferença.
Não conheço quem tem orgulho de sustentar ódios. Pelo contrário, quem tem os seus, sempre esconde. Talvez seja isso: a palavra forte é a palavra cuja recepção é negativa, tipo, ódio, rancor,ressentimento, vingança... Coisas que ninguém assume.
Cléo assumiu, sem orgulho, que tem ódio. Eu também tenho, vários. Vamos domesticando, aprendendo a esconder.
Nossa conversa acabou na minha teoria pessoal das desilusões. Nunca falo disso sem pensar no Dom de iludir que Caetano e Gal Costa cantam: “Você diz a verdade e a Verdade é o seu dom de iludir. Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir?” e que eu mesclo com “Não sei bem se fui eu que me enganei Ou foi você que me iludiu”, da Céu ( na música Retrovisor).
Mas na minha teoria pessoal da desilusão, o amor não é cego. Meu amor não é cego e por isso ele é chato e crítico: conheço os defeitos de C., todos , um por um. E o outro ser humano, que só verei em 2013, se o Calendário Maia permitir, apesar de tudo que nos aproxima, tem uns conservadorismos duros de engolir.
Acabei tornando as pessoas previsíveis. Decantei o dom de me iludir. Acho isso uma pena: os melhores homens são os que nos fazem sonhar. E o que é sonhar, senão se iludir? E se eu namorasse o Palhaço certo, ele me diria: “Se o sonho acabou, coma pão doce!” e viveríamos felizes para sempre.
Acho que também não penso em casar porque perdi o dom de me iludir. Eu queria me iludir um pouquinho só, pensar que vale a pena, pensar que vai ser perfeito, que vai durar infinitamente... Mas para uma pessoa chata que é a maior crítica de si mesmo, o que esperar? Essa coisa neurótica de esperar o pior, de viver o hoje antevendo as decepções futuras, como se a felicidade de hoje importasse menos. Bem, isso é um erro absurdo: se vai durar pouco, usufrua muito, poxa! É o que tento dizer a mim mesma, sem sucesso, no tocante ao amor. Para o resto vige muito bem!
Acho que o maior problema na minha vida é amor. Amor é sempre problema, se há e pode acabar; se está bem e pode ficar mal; se está mal e pode piorar, se é demais ou é escasso, se é bom... será sempre suspeito.
Mas em minha teoria pessoal da desilusão, desiludido está quem já não sonha. Amor com os pés no chão não flutua e também não salta... Talvez eu esteja reforçando o velho preconceito que antagoniza razão e emoção, mas é algo pessoal essa tendência neurótica a crer que amor é problema.
Por cadeia associativa, vi na televisão um pavão. Não tem uma única vez que eu veja um pavão e não lembre de C. Emblemático, porque ele é leonino e eu sempre disse que também no meu sistema pessoal do zodíaco, ele é Leão com ascendente em pavão – e vaidoso, ele me pediu uma chance como um garoto do colegial: “Uma chance...Não me detone!”. O que sai muito engraçado num homem feito, pós-graduado, seguro e maduro.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Muy amigo


Imagem pescada do Kibeloco, que sabe muito bem a respeito de amizades, alianças e conspirações.
Post especialmente dedicado aos meus amigos de todos os dias e às mais fiéis alianças que eu já tive, aos que já tomaram meu partido e aos que eu amo acima de qualquer tendência partidária...

Eu, hein?! (III)


Pesquei a notícia lá no Kibeloco...Ora, mas que coisa!submeter o rapaz portador do maior pênis do mundo a uma situação de constragimento deste tipo só pode ser coisa de gente despeitada - ou despeniada, sei lá, esse povo que tem um "quase nada" e acha que tem algum membro.
Bem fez o Casseta e Planeta quando lançou a trilogia de pensamentos - Lembra? Os Grandes Pensamento do Planeta ( e da Casseta também); seguidos pelos Enormes Pensamentos e pelos Avantajados Pensamentos. Eu nunca li além do Manual do Sexo Manual, de autoria destes humoristas, mas acredito que a trilogia explore bem uns temas obscuros deste mundo hipócrita.
O Manual do Sexo Manual eu ganhei - nunca entendi bem por que - mas uma vez emprestado, nunca o recuperei. Deve ser útil para o meu amigo que me furtou. Sei que esta sim, pode ser considerada a verdadeira E a autêntica LITERATURA DE AUTO-AJUDA que realmente te ajuda a se ajudar. Certo?

Eu, hein?! (II)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Que graça!


De uns tempos para cá tenho jogado na loteria. Ontem acertei 14 números dos 16 que eu deveria, na Lotomania. Bati na trave! e na outra aposta, fiz 10 acertos, quando precisava de 11 para o prêmio mínimo.
Isso é um feito em minha vida. Não estou falando de sorte, mas de acreditar que é possível, que o acaso também rola os dados na sorte com dinheiro. Mas é um feito porque eu não acredito em nada!
Certo, acredito em Deus e tenho simpatia por Santo Antônio, um xodó louco com São Jorge e muita intimidade imaginária com Nossa Senhora. Passou daí, não puxo o saco de nenhum ente espiritual.
Não acredito em cartomantes e afins. Não pude, porém, deixar de acreditar em paranormalidade e em certas previsões astrológicas, mas isso se deu menos por crença voluntária do que por convívio com uma tia astróloga e o testemunho dos meus olhos para algumas coisas. Ponto final.
Hoje passei quase duas horas no banco, onde perderam meu cartão de recebimento e onde eu tive que me desfazer de tudo que havia em minha bolsa para entrar na agência e provar que eu não portava nenhum tanque de guerra portátil.
Porém, encontrei um amigo, conversei bobagens e sei lá por que, saí feliz, sorridente, como se nada mais importasse no mundo.
A sorte foi não deixar que as dificuldades destruíssem meu dia. Saí besta e feliz. Mais um que outro...fazer o que?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O conto da Ilha Desconhecida



“Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá -me um barco. A casa do rei tinha muitas mais portas, mas aquela era a das petições. Como o rei passava todo o tempo sentado à porta dos obséquios (entenda-se, os obséquios que lhe faziam a ele), de cada vez que ouvia alguém chamar à porta das petições fingia-se desentendido, e só quando o ressoar contínuo da aldabra de bronze se tornava, mais do que notório, escandaloso, tirando o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmurar, Que rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário para ir saber o que queria o impetrante, que não havia maneira de se calar, Então, o primeiro-secretário chamava o segundo-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava o segundo, e assim por aí fora até chegar à mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem mandar, entreabria a porta das petições e perguntava pela frincha, Que é que tu queres. O suplicante dizia ao que vinha, isto é, pedia o que tinha a pedir, depois instalava-se a um canto da porta, à espera de que o requerimento fizesse, de um em um, o caminho ao contrário, até chegar ao rei. Ocupado como sempre estava com os obséquios, o rei demorava a resposta, e já não era pequeno sinal de atenção ao bem-estar e felicidade do seu povo quando resolvia pedir um parecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário, o qual, escusado seria dizer, passava a encomenda ao segundo-secretário, este ao terceiro, sucessivamente, até chegar outra vez à mulher da limpeza, que despachava sim ou não, conforme estivesse a maré”. (SARAMAGO, José. O conto da ilha desconhecida. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, pp. 5-9)

Antes de seguir, ressalto aos que não estão familiarizados com a escrita de José Saramago que os trechos aqui transcritos seguem as opções gramaticais do autor. Por isso, há supressões de pontuação e a fusão de diálogos, além de formas muito próprias de condução da linguagem literária.
Num desses intervalos das obrigações – ou não necessariamente, já que escolhi ler na viagem de ida ao trabalho – resolvi ler O conto da ilha desconhecida, de José Saramago. Excelente conto (exceto pelo final, logicamente, porque às vezes acontece de faltar linearidade ao tempero posto na criação imaginativa que dá a tônica ao andamento do que é narrado. Eis o caso!).
Para mim, salta aos olhos a ironia quanto à burocracia da vida política, aliás, da vida do país – queixume corrente quanto ao Estado português, que entendo como sendo extensiva e própria ao estado brasileiro; e que muito me lembra minha vida enquanto militar, com a infinidade de hierarquias inúteis que poderia se resumir entre quem manda e quem obedece, ou quem delibera e quem executa, evitando cargos igualmente inúteis.
Também as intercambiações de sentido no tocante à relação de poder entre quem comanda e quem obedece, entre quem depende de quem são trazidas à tona: “Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhe pertencerá tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar.” (p. 18)
Iríamos muito longe na composição metafórica da arquitetura do palácio e suas portas específicas, mas a porta das decisões é que aparece (ao lado das portas das petições) em papel preponderante. O resto da narrativa é um exercício filosófico, conforme podemos observar: “Não queres vir comigo conhecer o barco por dentro, Tu disseste que era teu, Desculpa, foi só porque gostei dele, Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar. (p. 32)
Indo ao máximo a seguir: “(...) mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver, Não o sabes, Se não sais de ti, não chegas a saber quem és (p.40).
Não há nada demais no trecho. É conhecido, é claro, é clichê... mas é encantador pela forma como o óbvio é dito, como é reconhecido pelo narrador , que brinca com a figura do provável filósofo do rei, a quem caberia pensar tais coisas.
E indo do político ao filosófico, deságua no encontro amoroso entre o homem que queria um barco e a mulher da limpeza, em seus diálogos, no sonho que o homem tem e que mostra sua união com aquela mulher. Pequenos encantos, na verdade, que a gente trilha e cruza com o extraliterário.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Palavra é força (II)


E se palavra é força, vamos repetir o mantra que garanta atrair um homem assim. Para reforçar o ritual,dinheiro, poder e fama devem ser acrescentados.

Palavra é força (I)



Deixa eu repetir: Se palavra é força e uma imagem vale mais do que mil palavras, vamos mentalizar?
Eu não acredito na força da palavra em termos místicos, mas reconheço que palavra forte é a de quem tem poder, faz leis e assina cheques, pelo menos aqui no território da vida real.

Conexões



Pode parecer que eu tenho uma extrema má vontade com a tecnologia, mas é o contrário: a tecnologia me persegue, é minha inimiga, até quando recorro aos seus mais novos modelos, poderes e efeitos, ela me deixa na mão.
Finalmente baixei a versão nova do Messenger. E o resultado? toda hora há queda!
Minha internet é mega-máxi-plus-potente (Um)banda larguíssima metida a besta, cheia de megas e prometida velocidade da luz. Entretanto, olha eu aqui, há dias querendo escrever, mas sendo impedida pela falha de conexão - cuja insistência me tira a paciência e desanima meu ímpeto da escrita.
Os grandes poderes da tecnologia não são assim tão grandes e infalíveis e eu deveria saber disso.
Ando agora com uma paranóia de tentar descobrir os mistérios e os prazeres das salas de bate-papo, setor em que não sei nada em termos práticos.
Meus amigos vivem grandes aventuras a partir das salas de bate-papo e foi por causa deles que comecei a aventar a possibilidade, já que sou cheia de preconceitos sobre o tema.
Penso que se a pessoa recorreu à sala de bate-papo, deve ter algo de errado com ela, como há algo de errado com qualquer pessoa cuja vida real é menos excitante que a virtual. Preconceito meu, assumido.
Quem se esconde sob um nickname constrói outra identidade, faz misérias, ouve mentiras e diz muitas mais. É que no fundo, acho que todo aquele que se diz "Moreno, alto, bonito e sensual", não passa de um feioso baixinho catando gente carente na rede. Penso mal dos homens de salas de bate-papo. Das mulheres, não: ou querem sexo ou querem casamento.
Mas essa minha opinião formada veio do convívio com os meus amigos, não da prática.
A exceção foi L. e M., ambos inteligentes e bonitos, que se conheceram num chat. Amigos queridos mesmo.
As meninas que fisgaram casamentos pela web fizeram negócios: os sujeitos eram ricos e feios. Na contabilidade, somam-se os bens à segurança da relação estável, apressando filhos como termos de garantia. Putz, mas são uns caras feios!!! preço alto demais para ter um carro do ano e férias em família no litoral.
Se desejo me jogar no mesmo rio que os meus amigos é porque desejo a mesma coisa que eles: descobertas, aventuras... Mas não sou preparada para nada disso - vide meus perrengues com a tecnologia.
Não gosto de riscos bestas e tenho filtros muito ajustados para selecionar com quem quero falar, mas nunca se sabe o que está do outro lado da rede.
Teoricamente, sempre se pode deletar um chato ou se livrar de um contato inconveniente, bloquear, excluir...quem sabe eu desfaço meus preconceitos?
Se cair na rede...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Na escola, as escolhas



Não, não tem nada de extraordinário em repetir um poema já tornado clichê pela didática. Mas é que ele é tão, digamos, fofinho.É a coisa mais idiota que se poderia dizer de um poema de Manuel Bandeira, é um verdadeiro papo de surfista, à là, "tipo assim", "legal!", "beleza!", mas aprendi este poema na oitava série e acho que só sei pensar nele com a idade mental que eu tinha na oitava série.
Aconteceu de eu não necessariamente "beijar pouco", mas "falar menos ainda" e me identificar com a despretensão do poeta. Lá vai:

NEOLOGISMO

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
teadoro, Teodora.

O Tom da beleza


Está certo que a vida real não oferece opções tão apetecíveis, mas por que não sonhar com os caras mais bonitos do pedaço?
Tá bom que o Tom é esquisitão em comportamento, mas é incontestavelmente um gato.
Tem homem de todo tipo, mas o bonitos são bem raros.
Gosto dos nerds, por exemplo. O ar de intelectual e de inocência é convidativo - e, sinceramente, os nerds são muito competentes na horizontal segundo dados do instituto Louquética de Pesquisa e Estatística.
Tem gente que adora um ogro, um esquisitão qualquer, com ar embrutecido ou agreste, um homem em estado bruto - estou fora! - mas lá vai a advertência: geralmente o Ogro se acha! se acha a última cereja do bolo.
As mulheres aprenderam a considerar os homens em função de fatores como charme, elegância, sensualidade e coisas afins, porque exigir a beleza em si, no padrão, seria uma incongruência, uma vez que a beleza sozinha não sustenta o desejo de uma mulher. Claro que beleza atrai, que boca bonita é desejável, mas, por exemplo, se acompanhados por simpatia e inteligência, a atração se multiplica.
Ah, se aparecesse um vizinho bem de acordo com a imagem do post - só sonhando...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O coração e outras pontes



As mais lindas histórias de amor estão fora do universo da escrita, estão na maneira como as pessoas vivem e narram suas experiências amorosas.
Ontem ouvi uma linda história de amor, que certamente não dá sequer quatro linhas de escrita: o pai da esposa da minha amiga veio até a Bahia e convocou às duas ( à filha e à nora) para ir a Sergipe. Todos eles têm parentes lá.
Ele, contudo, propôs outro roteiro, longo, cansativo, estressante para a minha amiga que estava dirigindo nestes 300 km que nos separam do outro Estado.
O sogro, então, contou à minha amiga que precisava ir a uma determinada cidade a que ele não ia desde 1964 ou 1968, porque havia prometido àquela a quem ele denominava de Grande Amor de sua Vida voltar lá, logo que se estabelecesse no Rio de Janeiro, como, de fato veio a se estabelecer.
Chegaram à casa: a mesma casa, na mesma rua, com as mesmas cores, com o mesmo jeito, com os mesmos cheiros.
A esposa da minha amiga saiu do carro, foi bater à porta. Neste momento, o pai dela se escondeu no carro.
Achamos tão linda esta atitude infantil, adolescente, de se esconder – sabe-se lá a quantas estava aquele coração? Sabe-se lá o que é uma saudade guardada desde 1964 ou 1968? Sabe-se lá o peso da honra e da promessa guardada desde 1964 ou 1968? Sabe-se lá o que se passa no coração de um homem quando, transcorrido tanto tempo, ainda suspira por alguém que ficou para trás, apesar de tão desejado? Sabe-se lá o valor da mulher amada, os medos, as apreensões e a falta de jeito para depois de tanto tempo admitir a si mesmo que, em termos práticos, não voltou nem concretizou a vida a dois com quem certamente também sonhou e também esperou e também se desesperou e seguiu a vida com um pedaço de felicidade a faltar?
Bateu-se à porta.
Ninguém.
Ninguém atendeu.
Ninguém perguntou nada, também.
Vão os dois para o túmulo sem saber de nada um sobre o outro.
Será que ela estaria viva? Não havia a quem perguntar?
Como seria encontrar o amor jovem e robusto na intensidade, mas velho na fisionomia? O coração é o mesmo, com ou sem Ponte-de-Safena.
Lembrei de O amor nos tempos do cólera (de Gabriel García Márquez), mas a história deste outros dois é muito mais bonita.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O que se passa pela cabeça



Bom, pode ser grande ou pequeno...as mulheres preferem grande, mas nem todas admitem.
Pode ser escuro, claro, avermelhado, desde que seja macio, está tudo bem.
Dizem que pode ser mole ou ser duro, mas acho isso meio preconceituoso porque o mais adequado seria dizer liso ou crespo, já que estamos falando de cabelos, não é? Cuide do seu!
P.S.: Foto do rei Pelé, que sempre é muito buscada por aqui. Olha o cabelo dele!!!estiloso!Malícia é como xampú: está sempre na cabeça.

Assim falou...(um sábio anônimo)

Assim falou...(um e-mail que eu recebi)



"Se a pílula do dia seguinte já é considerada aborto,depreende-se que, no âmbito jurídico,masturbação é homicídio culposo; sexo oral é canibalismo; coito interrompido é abandono de incapaz; sexo com preservativo é homicídio por asfixia; e sexo anal é mandar o filho ir à merda".

Assim falou...(o povo indígena sioux)

Assim falou...( o povo, num ponto de ônibus)



"Antigamente as mulheres cozinhavam igual à mãe...
Hoje, estão bebendo igual ao pai!"



"Antigamente as bundas vinham dentro das calcinhas...
Hoje em dia, a calcinha vem dentro das bundas..."


"Antigamente os cartazes nas ruas, com rosto de criminosos, ofereciam recompensas; hoje em dia, pedem votos".