Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Opções do feriado

Num feriado prolongado desses, eu bem merecia estar de frente para o mar, apreciando a paisagem... Ai, ai!!!

Justos e pecadores


Elas estavam no fundo do banheiro do aeroporto, uma ao lado da outra, meio nervosas, meio indecisas. E eu entrei bem nessa hora, de modo que aquele nervosismo delas me inspirou o sentimento de perigo e eu, que tinha entrado ali para usar o banheiro, achei por bem escovar os dentes, para disfarçar que eu sabia muito bem o que estava acontecendo.Levei os quatro minutos regulamentares de escovação, na esperança de que elas saíssem.Não saíram.Uma delas tinha um volume esquisito em volta da cintura, que depois eu percebi, naquela aparência de cartucheira e cinto de explosivos, ser provavelmente a camuflagem da cocaína.
A outra tinha uma bolsa imensa e desproporcional à própria altura. Pareciam mesmo indecisas. Não entrava em nenhuma cabine do banheiro. Viam as pessoas entrando e saindo e não notavam que se tornavam cada vez mais suspeita.Por fim, acabei de escovar os dentes e saí. Elas ainda demoraram lá.Contei o ocorrido ao Outro Lá.
Ele fervilhou de raiva, queria ir atrás dos policiais para dar o flagrante nas moças. Eu o impedi: expliquei que eram apenas mulas. Na verdade, eu não quis fazer a Justiça, porque não seria justa.
Pessoas boas fazem coisas ruins todos os dias e certamente não devem ficar impunes.Entretanto,imaginei que aquelas duas mulheres negras certamente já haviam sido condenadas à pobreza, ao desespero e ao medo e estavam ali porque a proposta deve ter sido tentadora.
Não era só tentação, era a possibilidade de ganhar algum dinheiro que talvez livrasse a cara da família delas, talvez salvasse a vida do filho doente, talvez servisse para comprar uma casa própria, talvez servisse para custear o advogado de defesa de um marido preso, talvez tivesse algum outro fim de acordo com as necessidades pessoais... A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Elas eram o lado mais fraco e eu não quis arrebentar com nada.
Pelo visto, aquela aventura estava só no começo, mais viria em outros aeroportos, em detectores variados, em inspeções e suspenses.O traficante grande, este sim, sempre livre em ascensão de lucros. As mulas, são sempre mulas, fazem o transporte ( e, por conseguinte, ainda levam chicotadas).Pensei um bocado naquilo.
Fora das esferas legais, penso que há quem venda drogas porque há quem compra drogas. Um mercado não sobrevive sem os seus compradores e não há traficantes, nem mulas transportadoras se não houver quem consuma o produto.
Não soneguei informação aos órgãos competentes, também não me omiti à medida que optei por não interferir no rumo das coisas... Talvez elas estivesse ali para serem, propositadamente denunciadas, a fim de desviar o olhar da Polícia Federal enquanto cargas maiores atravessavam fronteiras e saguões.

domingo, 29 de abril de 2012

Das coisas gostosas

Olha que coisa: acabei indo trabalhar na cidade que o Ex-Grande Amor de Minha Vida mais gosta na Bahia e nem pude explicar que devido a uma série de coisas relativas a isso é que andei me ocupando além da conta.
Não foi só o estágio na vida dos outros...Cidade litorânea e turística, apesar de longe: certamente que após as aulas eu vou hesitar em ficar por lá ou voltar logo para casa. E se citei o Ex-Grande Amor foi porque quando ele soube de minha ida à tal cidade,abriu as portas de tudo para mim, dando dicas, endereços, falando dos parentes dele que moram lá e que podem ajudar a desburocratizar umas exigências, mas, ao fim e ao cabo, se vou é por obra e graça de uma sensível amiga e com a mão apascentadora de vários amigos, dos quais ele, que se esforçou em minimizar distância e apresentar compensações.E lá vou eu, ganhar o pão...E comer o pão que alguém amassou, quem sabe...O Outro Lá sabe que eu adoro pão. Adoro mesmo, principalmente o mais simples dos pães, desde que bem feito...
Lembrei de Ilmara, um dia, na casa dela, comentando que gostava de comida sem graça, assim como eu, tipo pão com manteiga. Não julgo pão com manteiga algo sem graça: é que é simples. O pão certo e a manteiga certa é a melhor das iguarias...Vejo muita graça nas coisas simples. Coisa realmente sem graça, para mim, é cogumelo ou palmito, que não têm gosto de nada, apesar de serem teoricamente sofisticados.Arroz também é sem graça, mas une e agrega sabores.
Esse assunto me lembrou Caetano Veloso cantando Boas vindas e a forma como a gente ouve apenas quando ele diz: "Eu digo que ela é gostosa". E a gente ouve como se ele se referisse a uma mulher e não à vida. Mas ela pode ser gostosa, apesar de amarguras e dissabores.
Sua mãe e eu/
Seu irmão e eu/
E a mãe do seu irmão/
Minha mãe e eu/
Meus irmãos e eu/
E os pais da sua mãe/
E a irmã da sua mãe/
Lhe damos as boas-vindas/Boas-vindas, boas-vindas/
Venha conhecer a vida/
Eu digo que ela é gostosa/
Tem o sol e tem a lua/
Tem o medo e tem a rosa/
Eu digo que ela é gostosa/
Tem a noite e tem o dia/A poesia e tem a prosa/
Eu digo que ela é gostosa/
Tem a morte e tem o amor/E tem o mote e tem a glosa/
Eu digo que ela é gostosa/
Eu digo que ela é gostosa/
Sua mãe e eu/
Seu irmão e eu/
E o irmão da sua mãe.
P.S.: Mudaram automaticamente as configurações de postagem e agora eu não sei mais como justificar o texto, já não há espaços nem formatações...tudo mudou e ficou bagunçado.

O estágio em outra vida

Já afirmei que de vez em quando eu fico tão ocupada que nem dá tempo para sofrer. E é verdade! Tenho, também, predisposição para gostar de workaholics, para gente que é tão ocupada que nem tem tempo para amar viver. Andei bastante ocupada mesmo. Andei em círculos, de novo, porque até pareço um homem na hora de tomar decisões: enrolo, enrolo, me confundo, digo e desdigo e, por fim, volto a postergar a decisão até que alguém decida por mim porque, pelo menos assim, eu não tenho a sensação de perda. Decidir é perder, porque pressupõe escolher apenas uma coisa, uma opção dentre aquelas. É o tipo de coisa que me deixa em angústia plena. Minha objetividade quanto ao que eu realmente quero é eficiente. Entretanto, instauradas as dúvidas ou levadas a avaliação de certas alternativas, pessoas, lugares, atitudes, coisas fora do espectro da minha opinião formada, ah,entro em crise. Se a vida fosse somente "Ou isto ou aquilo", ainda assim seria duro fazer uma escolha. Porém, um escolha tem consequências, afeta tudo, muda muitas coisas... e tantas vezes a conveniência é convidativa!!! Essa minha mania de "opinião" formada não quer dizer que também não mude mediante novas considerações ou novos contextos, mas justamente por isso, de vez em quando eu tento quebrar os meus blocos de gelo interior e me abrir a novas coisas. Bom, andei me abrindo - nem pensem mal...ah, pensem também! sou humana, me abri e me joguei. Resolvi ouvir os maus conselhos de minhas amigas, porque, afinal, são elas que me aturam nas crises. E assim foi que topei ficar um pouco na vida dele, o Outro Lá. Ficamos juntos, comendo, amando, rezando,dormindo, acordando, maldizendo, opinando, reclamando, interrogando, assistindo, duvidando, gostando, enjoando, experimentando...enfim, um estágio matrimonial de poucos dias, mas de ampla intensidade. Tem um grande contexto que leva uma coisa a outra, das quais ocupações e preocupações em comum que jogaram a gente na mesma direção. Os problemas, principalmente os problemas, foram os laços desta experiência. Eu queria descobrir porque encaro tudo com angústia. Desde que amei mesmo alguém, nunca achei que conviver contribuiria para outra coisa senão para o desgaste da relação e para uma sensação de sufocamento. Acho que sou uma mulher daquelas que um dia serão tratadas com Lachesis!Eu que creio na homeopatia que, aliás, nunca falhou comigo. Ainda me pergunto o que faz com que duas pessoas possam resolver morar juntas, casar, ou sei lá o quê, porque independentemente de nomenclaturas, estar juntos é barra pesada. Em tempos de namoro, você briga com o par e volta para a sua casa. Sai, toma atitudes e drinks, reflete, dá um tempo, contempla a liberdade e a privacidade e depois volta ao relacionamento, se convier voltar... Os casados, se brigam, trocam insultos pelos corredores, disputam controle remotos, dão indiretas, comem juntos sem trocar palavras e dormem juntos - com greve de sexo - ou no sofá. Aprendi nesses poucos dias de convívio forçado, o que significa a tal da tolerância: significa, na verdade, "não devo exterminar o que odeio no outro" ou, então, "não devo matar o outro". O lado psicossomático já pipocou em mim, numa eterna ânsia de vômito, um enjôo, um sei lá o que... Amparo, estabilidade emocional, "a sorte de um amor tranquilo"...ou sou muito cética ou preciso aprender a tomar álcool para acreditar nessas coisas. É preciso sonhar. Para qualquer relacionamento dar certo, é preciso sonhar, é preciso tolerância para ouvir e dizer as mentiras educadas que tanto encantam. Deixei a escrita da tese num canto, adiante as coisas do trabalho e apertei o off da minha vida nesses dias, para acompanhar o Outro Lá na vida dele. Não consegui ver as intersecções entre as nossas vidas, porque não as criei. Pelo menos eu descobri isso: há somente o que a gente cria, não tem nada gratuito, previamente dado...talvez isso seja o melhor do termo "construtivo". Ele, uns dias em minha casa; eu, uns dias na casa dele, como nunca antes...Oremos à Nossa Senhora da Paciência! Ainda acho matrimônio/infortúnio um par provável. Ainda continuo achando que nunca conseguirei me amarrar num casamento e nunca vou conseguir convencer qualquer homem que esteja comigo a não insistir em me tornar mãe. É sempre a mesma coisa: Alguém, Outro, C., O Mesmo, seja qual for o sujeito das minhas orações,o ponto crítico é essa mania que eles têm de achar que porque se é Mulher se deve ser Mãe. Não dá. Não quero e nunca quis.Problema meu. Não é problema, é solução: não quero. Ponto rígido da opinião formada. Irredutível, inegociável, determinado, absoluta e radicalmente inegociável. Putz, mas eu sou mesmo um saco!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Após tudo

Fui atrás do trio elétrico com Rosana, Acsa e Cléo e, devido a um desajuste em meu sono e ao saldo físico da maratona de diversões, vou me limitar a dizer que me diverti, que me misturei, que dei risada demais e que, infelizmente,não vi bons exemplares de heterossexuais ao longo da festa. Saí da festa direto para as obrigações, de modo que tenho dormido pouco, comido pouco e errado e, seguindo a lógica do que acontece com Cléo quando bebe, eu estou virando oriental, porque os meus olhos estão fechadinhos, fechadinhos. Hoje a cidade tinha o cheiro da festa: amoníaco, de tanta urina pelos muros, ruas e entornos. O supermercado? um caos. O comércio? um caso sonolento. O trânsito? réplica do inferno. Minha vida? nada a declarar. Mas minha rua, sem aqueles dois carros alegóricos que estouraram o fio externo do telefone de minha casa a vida é bem melhor. Há muitas histórias para contar, mas que não serão contadas, apesar do conteúdo pitoresco... Ah, ressaca de sono derruba pior que álcool!

Futebol: esporte perigoso (e questionável) VI

Futebol: esporte coletivo!grupal, sei lá...

Futebol: esporte perigoso (V)

O que não se faz para vencer uma partida, hein?

Futebol: esporte perigoso (IV)

Futebol: esporte perigoso (III)

Vejam o que um adversário pode fazer!

Futebol: esporte perigoso (II)

Olha, o ciclismo também me parece um esporte perigoso... e se não tiver selim?

Futebol: esporte perigoso

Muita gente tem curiosidade em saber o que há por trás do futebol... No fundo, no fundo, basta olhar com atenção!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Loucos, liberais e caretas na Micareta


Oficialmente a Micareta de Feira de Santana começa hoje, mas de fato começou ontem.
Aqui em casa, ontem, misturou-se o som dos crentes da igreja aqui do fundo de minha casa com os atabaques da escola de Samba da minha rua.
Acredita-se que a Micareta seja uma alusão à "mi careta" como sinônimo de minha máscara, tal como acontece nos carnavais ao longo dos tempos, em que as pessoas se disfarçam para brincar com maior liberdade, sem serem reconhecidas.
Gosto de Micareta.
Gosto dos jogos implícitos num carnaval, desta supressão de regras e caretices cotidianas e entro no jogo do mascaramento, do mudar de cara...
Estou sem telefone, porque o carro alegórico que fica no topo da minha rua, ao passar pela minha casa, enroscou-se no fio da companhia Telefônica e o partiu ao meio...a Escola de Samba sai no domingo, e até lá, haja Deus!!!
Gosto dos ensaios, mas odeio o barulho que esses monstros em forma de veículos ( é, são carros)fazem e o rastro que deixam na rua, cortando fios e cabos de transmissão de dados.
Só sairei para a Micareta a partir de amanhã.
Enquanto escrevo aqui, o vento traz o som da festa e é um negócio engraçdo ouvir se misturar tudo: "Tchubirabirou; êta, êta, a mulherada beba; em cima é pau, embaixo é pau, na frente é pau, atrás é pau; sua igual a cuscuz, cuscuz, Billy Jean,Billy Jean my love" e eu dou graças a Deus por já ser louca e não correr o risco de piorar diante de tantas maluquices que a gente ouve, canta, repete... vai que isso entra no meu sonho? vai que coça a minha mente?
Se não estivesse chuvoso, se eu estivesse a fim e se a turma estivesse disposta, eu até iria ver o Tuca Fernandes, que eu acho um cantor legal.
Tem isso também de a gente sacar que o cara está fazendo música de carnaval e não tentando trazer a solução para os conflitos atômicos ou discutir questões existenciais, não é? ah, eu gosto da musiquinha boba dele:

Ela é menina baiana
É carioca bacana
Ela é demais
Ela é paulista da pista
Ela é gaúcha (me gusta)
É das Gerais
É de Recife do mangue beach
É hit em Parintins.
É fevereira inteira
É brasileira gostosa
É poderosa
Ela só chega pra ganhar,
E não tem nada pra perder,
Seu jeito é de popstar ,
Nasceu pra ferver
Deusa das cores, dos neons
Musa das noites do verões
Sol, Saturno e seus anéis
Vem , me tira o chão dos pés
Ela só chega pra ganhar,
E não tem nada pra perder,
Seu jeito é de popstar
Nasceu pra ferver.


Dizem que "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu"... eu vou!

Enquanto o tempo passa...


Talvez o passar dos anos não traga exatamente experiência, mas a pretensão de saber o bastante por conta do longo tempo de vida que permitiu o cometimento de erros. Mas, sim, tenho uns amigos que insistem em ignorar o passar dos anos.
Não falo da ilusão das maquiagens, nem dos cremes ou dos exercícios: eu também pratico este placebo. Um dia a minha Certidão de Nascimento vai estar colada por durex, por fita adesiva, refletindo justamente o passar dos anos para o papel e para a minha vida. Tudo passa, o tempo passa para todo mundo, para as coisas, para as pessoas, para os sonhos e para as mágoas. Acho o tempo uma coisa linda e devastadora.
Um dia eu tive sete anos e vivi os meus sete anos.
Durante um tempo, vivi os sete anos sonhando em ter quatorze. E aos quatorze, queria ter dezoito. No fundo, me faltava a percepção de que eu queria mesmo era ter liberdade, mandar em mim, ir e vir. O resto foi um monte de angústia e algumas alegrias, porém eu não queria ser mais nova. Quero, sim, aparentar menos idade, estar bem...
Tenho lá as minhas loucuras e infantilidades, mas certos amigos meus, realmente, excedem o limite do suportável. Acho que os homens, principalmente, relutam em crescer.
De vez em quando eu falo aqui da minha experiência com a Psicanálise, o que faço em algumas sessões e o que descubro. Hoje vou falar algo que eu já falei há anos, mas o recado é para duas pessoas que ainda não sacaram isso.
Ouvi da minha analista – ela, excelente e renomada profissional, sem contar a vivência pessoal propriamente dita – um dia me explicou duas coisas fundamentais sobre os homens: a primeira é que não existe homem sem mulher.
Para me dizer isso ela mostrou que os homens não vivem sem as mulheres desde sempre: são dependentes de figuras maternas, de irmãs, de conselheiras, de tutoras e curadoras informais.
Quando na fase adulta eles se dizem solteiros, mas não são: não existe homem sozinho. Todo homem tem vínculo sexual com uma ex, com uma colega de trabalho, com uma prima, com qualquer pessoa do sexo feminino ( se eles forem heterossexuais porque é deles que falo aqui).
Pode ocorrer o milagre de estarem sós, num sentido de transição, coisa de um dia ou dois, mero acaso, coisa de mudança de cidade ou de país, circunstâncias bem atípicas, espaço de tempo entre um evento isolado e outro.
Ah, isso resvala para o desdobramento mais doloroso que também minha analista me mostrou: não existe homem fiel. Todos têm alguém por debaixo do pano, mesmo que também seja coisa isolada e esporádica. Por outro lado, ela advertiu, quanto às raríssimas exceções, que as mulheres devem temer os fiéis, pois escondem neuroses tenebrosas, esquisitices e obsessões terríveis.
Tenho uns amigos fiéis. Na verdade, eles se resumem a dois. Imagino os segredos terríveis, as obsessões, o insuportável... Mas imagino o valor do raro tesouro que é contar com a fidelidade de um homem. Como será estar com um homem que não oferece o risco de cair nos primeiros braços ( e pernas, ou entre elas) com que se deparar e lhe parecer instigante?Penso histericamente em como seria isso, mas ao pensar isso eu declaro a todas as minhas amigas que aposto que todas elas são traídas. Penso mesmo. Elas, qualquer uma de nós, todas nós, eu.
A segunda coisa é que homem demora a decidir porque só decide em situação extrema, o que pode levar de um a cinco anos.
Então, eles levam dois ou três relacionamentos paralelos e as moças sentem que estão sendo enroladas. Certamente estão, mas não é só isso: é necessidade da segurança.
Homem aplica a teoria do macaco: não larga de um galho até que se esteja firme e devidamente agarrado a outro.
Eles têm um casamento e arranjam filhos em outras relações e ficam lá e cá, sem estar totalmente aqui ou lá.
A outra teoria subentendida aí: os homens acham que certas mulheres são difíceis de manter, especialmente as que são bem-sucedidas, inteligentes, bonitas ou reúnem qualidades demais. Daí que sempre se penduram em opostas ou em outras que lhes pareçam mais fáceis de levar. Pessoalmente, não sei não. Talvez tudo seja um conluio machista, mas já vi de tudo, de casos e casos.
Cobrar uma decisão a um homem é pior do que castrá-lo. Isso faz com que geralmente sejam as mulheres a tomar a decisão e quase sempre a decisão é largá-lo, pois senão eles ficam mesmo nos galhos, de galho em galho, até que a gente não queira mais um quebra-galho.
Bom, essas teorias não são totalizantes, mas a vida real só me mostrou exemplos que as corroboram.
Poxa, lembrei que eu conheço dois caras fiéis, da minha família – dois primos mega-próximos, quase irmãos, lá de São Paulo... Sim, eles têm neuras terríveis, delírios de ciúmes, paranóias, maluquices absurdas com as namoradas deles. Olha, que coisa!
Bom, não quero ser sábia em nada, nem ter a ignorância especializada dos que são melhores em tudo, parafraseando parcialmente o Millôr Fernandes. Contudo, acho que não tem jeito, que não dá para ser infantil ou cometer criancices extemporaneamente e que cada ano de vida deve somar alguma coisa à gente, que não seja necessariamente rugas ou cabelos brancos.
Engraçado: as pessoas querem adotar posturas infantis, mas desprezam o melhor que a infância lhes trouxe, tipo a inocência, por exemplo...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Entre Lençóis (II)


Não foram só os diamantes que sumiram da Chapada Diamantina: também a água sumiu. Por isso, não fui a lugar algum dentre os pontos turísticos convencionais, todas as bicas, cachoeirinhas, lagoas e afins estavam secos ou operando em vias mínimas.
Estranhei o clima, que sempre fora frio: o calor estava insuportável...Bem, sempre há outras compensações...

Entre Lençóis (I)


Não dá para narrar cada coisa, apesar do post anterior ter sido imenso, mas esqueci de dizer que encontrei uma colega de curso da universidade em que me graduei, a UEFS, isso já na tarde do domingo e blablablá...
Não fui como turista, não fiz trilhas, nem pensei em nada que não fossem meus objetivos, quando arrumei as tralhas para ir à Chapada Diamantina. É que lá chegando tudo mudou e começaram a aparecer coisas para fazer, lugares a conhecer e gente que ia entrando na história. Acho tudo bom, tudo diferente...Nunca imaginei que mudar os ares mudaria grande coisa, não. Ao contrário,se acho bom que a gente, quando triste, faça uma viagem, é por causa do cenário - que pode mudar alguma coisa e não mascarar o fato de que levamos tristezas e problemas para onde quer que a gente vá. Entretanto,há a ação alheia em nossa história.
Se somos protagonistas de nossa própria história (e disso eu dou conta), a trama da vida (ou a dupla trama/drama) muda substancialmente conforme entrecruzamos o nosso enredo com o dos coajuvantes e até com os figurantes... E eu conheci cada figura!
Voltei bem melhor do que fui e trouxe a dívida moral com Lençóis: muita coisa mudou e melhorou.

Conclusões fora dos objetivos


Foi resmungando e a contragosto que eu peguei a estrada em direção àquela terra de gnomos e de disco voadores, na Chapada Diamantina.
Não há mais diamantes na Chapada Diamantina, mas os gnomos ainda vão existir conforme haja gente disposta a fumar os maiores morrões fumegantes de maciça maconha e não faltem mentes delirantes em busca álcool e de histórias para contar.
Coloquei o mau humor na valise e dei no pé, antevendo todos os transtornos que cercam pegar a famosa empresa Real Expresso, em seus lindíssimos ônibus a que eu justaponho a máxima popular: “por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento”. E lá fui eu, com um motorista kamikaze cheio de ímpetos de Fórmula 1.
De cara, conheci uma pessoa legal, uma moça que dividiu comigo impressões e sentimentos que, aliás, tínhamos em comum, o que facilitou a amizade instantânea.
Viajei já desesperada para voltar, com medo de constituir vínculos com o local, com medo de ter que voltar de novo, mas fui.
Antes de sair do ônibus, uma outra moça me deu uma encarada que me fez pensar: “Deve estar atrás de algum parente”; “Deve ter me confundido com alguém”; “puta que o pariu, meu mau humor deve estar saltando aos olhos do público”. E quando finalmente saí, ela me disse que me atendia num salão a que eu ia sempre, que lembrava que eu tinha medo de fazer a unha e que somente com ela eu fazia sem me preocupar com nada. Era Anne, um pouco diferente devido às mudanças no cabelo.
Um pouco depois, fui para o hotel, mas voltei em seguida para encontrar Anne no Mercadão de Lençóis. Lá, conheci mais gente e de repente tínhamos uma turma.
Como costuma acontecer quando a gente chega a conclusões que não constavam dos nossos objetivos, tudo acabou sendo melhor do que eu esperava.
Com um sono de duas noites anteriores não dormidas realmente e com uns problemas devorando minha mente, consegui abstrair – coisa rara em minha vida porque sou do tipo de pessoa que remói problemas. Pessoas que, como eu, guardam mágoas, remoem problemas, lembram de coisas, retomam situações, cercam questões, analisam, chegam à mesma conclusão anterior, mas deixam a mente trabalhando a angústia por todos os ângulos, até o dia em que finalmente processam as coisas. E eu estava assim.
Andamos para cima e para baixo, numa noite de sábado cheia de gente na rua. Gente de todo tipo: de turistas a tontos desnorteados locais e alguns avulsos inclassificáveis. O interessante era que fervilhava o ambiente, apesar da tranqüilidade e do silêncio do hotel em que eu estava ali perto – um contra-senso, porque se eu ficasse no hotel nem desconfiaria do burburinho festivo a poucos metros dali.
Passamos num forró brega, perto do hotel em que eu estava: matamos a curiosidade, pois o forró brega fazia jus ao nome e só tinha músicas mega-bregas e um público compatível com o nível (ou ausência de) das músicas. Tempo de permanência: três minutos.
Tenho um incrível fogo no espírito e quando indaguei das boates, discotecas e afins, me falaram do Inferninho. Perturbei a turma e lá fomos nós. Eu adorei, mas a turma queria comer e beber. Tempo de permanência: 15 minutos.
Elas beberam, eu comi: sanduíche com gosto de lagartixa grávida e suco de laranja com sabor de desgosto de pai e mãe. Fiquei irada porque só fiz sujar a minha boca com uma gororoba daquelas! McDoidos, deveria ser o nome do bar. Caímos fora logo depois.
Fizemos festa onde não havia festa, de forma intrusa, metemos o pendrive no som do bar da praça, improvisamos coisas e de repente eis uma Micareta pop ou o começo de uma rave... Apareceram uns italianos dos quais um era bem parecido com o Charlie Sheen. Dançaram conosco por lá... Eles e quem mais veio do outro lado da ponte, onde estávamos.

De repente era uma da manhã e eu estava ficando sonolenta e cansada.
Pensei que àquela hora o Inferno estava pegando fogo e, portanto, era para lá que eu queria ir.
Anne propôs que eu fosse com uma das meninas que também estavam a fim. Fui! O que eu deixei de dizer é o quanto eu me senti esquisita por estar de short, camiseta e sandália numa noite de sábado.
Todo mundo lá usava a mesma coisa, variando no tênis ou na sapatilha, mas com aquelas pedras, ladeiras e obstáculos naturais, não há salto nem luxo que caibam.
O Inferno estava quente e eu comecei a dançar, sem a menor pretensão de coisa nenhuma. Depois chegaram os italianos, de novo, felizes de vodka.
Quando eu estava distraída, dançando um zouk, alguém me arrastou para as profundezas do Inferninho e eu não ofereci resistência: dancei conforme a música e permiti que me conduzissem. Foi ótimo! Foi tudo ótimo!Dançamos todas as indecências possíveis que o inferno poderia permitir e o meu acompanhante/condutor beijava muito bem.
As meninas se preocuparam ao me procurar e não me encontrar. Deduzi isso, mas não dava para ver ninguém direito naquele escuro todo.
Elas voltaram para o outro lado da ponte, para a festa que a gente havia começado: nada de Mara em lugar algum.
Finalmente me encontraram num cantinho da pista de dança superior: sermão moral pelo meu desaparecimento e louvores por eu ter deixado a timidez de lado.
Concluí que o Inferno é muito divertido. E que interessante foi encontrar um ser humano inteligente, ótimo de amassos, compassivo e cavalheiro bem no meio do Inferno. Mas, como eu tinha compromissos mil no dia seguinte, voltei pouco depois das duas da manhã para a hospedaria.
O domingo foi igualmente louco, de modo que com o calor que sobreveio à tarde eu fiz bem às pressas o que eu tinha que fazer ali, isto é, meus objetivos, cumprir meus objetivos... E dei de cara com um gato tão gato que aí foi que a temperatura subiu.
À noite, uma turma chata encontrou a minha turma e se enturmou: blábláblá de médicos, Dr. House genérico e conversas de Biomedicina. Em meio a isso tudo, parte do clube dos chatos se chateou e mudou de assunto com a gente que estava no oposto da mesa: recuperamos a diversão e fomos nos conhecendo mais de perto... bem de perto!
Logo era hora de ir embora e eu achei por bem ir ao hotel, pegar a valise e subir a pé, porque assim passaria lá para me despedir dos que iriam ficar. Fui convidada a ficar, com programação VIP e tudo mais, mas aí não fiquei. Eu nunca fico. Eu sou metódica. Não sei por que eu nunca fico...
Decerto, voltei com bem mais bagagem do que levei, pois a gente sempre se perde para comprar coisas para si e para os amigos, além das encomendas que, neste caso, era de dois litros de aguardente Abaíra. Ao subir minha ladeirinha da rua do hotel, para ir embora, uma viatura de Polícia Militar mui gentilmente me ofereceu carona.
Hospitalidade pura de uma Polícia Militar bem diferente dos padrões baianos e brasileiros: educadíssimos, prestativos, gentis e respeitosos... De modo que ao passar pela praça, de viatura, choveram telefonemas preocupados com meu bem-estar, justamente porque quando Polícia e cidadão se encontram, geralmente, é sinônimo de problemas.
Sei é que deu tudo certo, que valeu a pena ter ido, que foi uma curta temporada para vivência intensas, diferentes

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tire isso da cabeça (VI): identidade individual

Tire isso da cabeça (V): identidade coletiva

Tire isso da cabeça! (IV)


Após estudos e vivência empíricas por parte dos pesquisadores André B., Carlete, Márcia, Carina V., Léo B., Luisão e Antônio "Birosca", concluiu-se que que há vários tipos de corno, sendo, pois os principais:
Corno elétrico – é o corno que, ao ser alertado que está sendo traído, responde apenas: “Tô ligado!”.
Corno ateu – É aquele que leva chifre mas não acredita.
Corno cebola – É aquele que quando vê a mulher com outro, só chora.
Corno predestinado – É o que leva chifre da mulher, da amante, da ficante e até pelo MSN.
Corno famoso – É aquele que leva chifre e por onde passa é reconhecido pela galhada.
Corno frio – É o sujeito que é traído mas não esquenta.
O tipo de corno não sofre influência direta da modalidade do chifre.
Dedico todos estes post aos meus amigos supracitados, acrescentando especiais homenagens a Ninno (ora,seu corno!), Álvaro e Lusinho T., a todos os meus amigos que chegam aqui em casa e querem ouvir música sertaneja; aos que me sacaneiam, aos que ficam do lado dos meus inimigos, aos que marcam e não aparecem e aos que levam meus livros emprestados e não se esforçam para devolver...Eu sempre soube o que vocês tinham na cabeça!
P.S.:Eu fiquei aqui pensando, acabando com o poema de Vinícius: "Chifres? melhor não tê-los/ Mas se não os vemos, como sabê-lo?" - pelo jeito, chifre dá inspiração para a paródia.

Tire isso da cabeça! (III)



Ser corno ou não ser?
Eis a minha indagação
Sem você vivo sofrendo,
Pelos botecos bebendo, arrumando confusão...
Você é muito formosa,
Tão bonita e carinhosa do jeito que eu sempre quis
Minha coisinha gostosa,
Dá aos pobres, é bondosa,
Sou corno mais sou feliz.

Sou um homem conformado,
Escuto a voz do coração,
Sou um corno apaixonado, sei que já fui chifrado
Mais o que vale é o tesão.
E na cama quando inflama,
Por outro nome me chama, mas tem fácil explicação:
O meu nome Djair, facinho de confundir com o João do Caminhão.

Vejam só como é que é,
A ingratidão de uma mulher: ela é o meu tesouro,
Nós fomos feitos um pro outro,
Ela é uma vaca eu sou um touro.
E na cama quando inflama,
Por outro nome me chama, mas tem fácil explicação:
O meu nome Djair, facinho de confundir com o João do Caminhão.

Vejam só como é que é,
A ingratidão de uma mulher, ela é o meu tesouro.
Nós fomos feitos um pro outro,
Ela é uma vaca eu sou um touro.

Assim cantou o grupo Mamonas Assassinas, há muito tempo, em suas sábias e poéticas considerações sobre chifres, galhos e traições

Tire isso da cabeça! (II)



O Desgosto Que Tua Mãe Me Deu
(Falcão)
Eu acho melhor
Escapar fedendo
Que morrer cheiroso
Pois já dizia
A minha tia
Que nasceu morta
Que a coisa pior
Da traição
São os comentários
Porque de fato
Ficam as fofocas
E os boatos

E dá uma dor igual
À que dá no parto
Das lagartixas
Camaleões
Paca, tatus
(Cotia não)
Calango cego e etc...

Coadunando com a minha teoria, o grande filósofo cearense Falcao já afirmou que " a coisa pior da traição são comentários", as fofocas e os boatos...

Tire isso da cabeça!


Você já deve ter ouvido por aí que chifre é igual a consórcio: uma hora você será contemplado. Eis algo tão certo quanto a morte: o chifre.
Chifre pode se referir exatamente a um par de chifres, pois o conceito numérico não altera a condição. Tanto faz um chifre, dois chifres ou mais, ele sempre terá uma dimensão plural.
Quem não levou chifre, ainda vai levar; muitos morrem sem saber, mas, acreditem: não se passa pela existência sem se levar chifres, exceto se a pessoa for assexuada e nunca namorou, casou, se enrolou o seja lá que modalidade de relacionamento duradouro ou instantâneo que se teve (ou não).
O chifre tem uma dimensão abstrata: você não precisa ver para saber que ele está lá. Por conta de ingenuidades nesse aspecto é que o corno é o último a saber, pois geralmente ele ignora os sinais, as pistas e as advertências.
Originalmente, chifre é coisa de homem (na cultura popular diz-se que chifre é coisa de boi e que o homem usa por mera ousadia), mas tanto faz o gênero – seja mulher, homem, bissexual, tetrassexual, transexual, homossexual, indecisos e imprecisos, todo mundo um dia leva chifres e se torna, igualmente, corno.
Chifre é coisa democrática, atinge todas as classes, credos, gêneros, etnias, orientação partidária, nacionalidade, nível cultural, nível de educação, todo mundo é atingido igualmente.
Para uns, o problema com o chifre não é traição em si, mas o fato de todo mundo estar sabendo e comentando. Vê-se, portanto, que é possível ser corno e ser feliz. O que incomoda são os comentários, mas se estiver bom, vá ficando.
Pessoalmente, acho que chifre é coisa que exige devolutiva: se você levou, devolva. Mas devolva direito. Sou a favor da vingança, mas não sou sanguinária: nada de matar o outro, de bater nas pessoas, de destruir bens ou de ameaçar - salvo, é claro, se você já tem previamente um bom advogado de defesa.
Se você já levou chifre e tem consciência disso, paciência: certamente esta não será a última vez em que você foi contemplado. Mas, seja justo: dado que hipoteticamente Ana namora Márcio e este, por sua vez, andou pulando a cerca com Rita, o quebra-pau deve ser entre Ana e Márcio. A terceira pessoa envolvida no chifre não tem culpa de nada porque ninguém é forçado a trair ninguém. Logo, se o namoro é entre Ana e Márcio, somente ele deve satisfações a Ana.
Traição dói e desatina, turva o dia de qualquer pessoa, joga a auto-estima do traído lá embaixo, faz com que se indague o que é que a outra pessoa tem que eu não tenho, faz perder o sono e magoa em proporções assustadoras. Estes são somente os efeitos colaterais que se abatem sobre aqueles que sabem dos chifres. Mas o sintoma mesmo se pega é no dia a dia...
Na verdade, eu brinco, mas a humanidade não é predisposta à monogamia e à fidelidade. Estes são acordos que se faz na lei da reciprocidade: procuro não trair porque me coloco no lugar do outro e tenho medo que esta pessoa faça a mim o mesmo que fiz a ela.
Momentos outros há em que a paixão é tão grande que uma só pessoa nos basta ( geralmente isso dura pouco). Não adiantam outras pessoas mais bonitas, mais interessantes, mais inteligentes, pois, de fato, o que se deseja é aquela pessoa a quem amamos. O resto é criação cultural, porque nem sempre o chifre denota desamor ou desapego pela pessoa com que se tem um relacionamento. Porém, tomando por base que o Amor exige renúncias, ser fiel é renunciar ao gostosão do seu vizinho ou à belíssima amiga do seu amigo... Cá para nós, uma tentação é sempre uma tentação!
Quem ama e trai deve procurar ser cuidadoso, primeiro porque é uma forma de proteger à outra pessoa; segundo porque é uma maneira de se proteger da vingança e da devolutiva do chifre.
Vamor aderir à Campanha da Fraternidade Louquética 2012, cujo lema é "Chifre: tire isso da sua cabeça!"

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Gratuito

(Des)CLASSIFICADOS


Um dia mandaram para mim uns classificados interessantes - coisa de Leila, que adora me surpreender. Aí eu fiz umas adaptações para piorar tudo. Mas, ok, quem quiser anunciar já terá uma boa dica de texto, a depender do que se queira colocar à venda.

CARROS
Jóia - Chevetão zero bala, 72. Todo amarelo, com alguns pontinhos cinza (alguns são marcas de bala, mas a maioria é durepox). Só não sobe a ladeira, mas desce que é uma beleza. Tratar com Zé Mecânico.Tel: 563432.

BMW 0 KM - Apenas 5 mil reais. Directo de Paraguay. Documentación completa, pero aconselho cambiar la placa. Non és preciso nueta fiscal, la garantia soy yo.Tel: 634634-434.

ACOMPANHANTES

Lucrécia - Sou uma mulher séria e quero me casar. Procuro homem solteiro, rico, com mais de 65 anos e com problemas de saúde. Tel: 23434556 Bip:1234

Zuca - Negão sarado, 2,15m. Tenho algo maior que a barriga e não é o olho. Venha e descubra porque meu apelido é tripé.

Suellen: universitária, 20 aninhos, alta, loira, escultural, falo três idiomas, criativa, sociável, nem sei como me tornei profissional do sexo! Tel.: 0234-5678

SERVIÇOS

Palhaço Bubuca e os chupetinhas - animamos festas e bailes gays.
Realizamos várias brincadeiras para animar o público, entre elas: pegar na mangueira; dar o anel e sentar no colo do outro quando a música parar. Tel: 69242469.

CURRICULUNS
Dgito curriculum na ora, mais rapido que todos zotros digitadors, pelo presso mais barato. Tel: 2345678.


IMÓVEIS

2 dormitórios - Venha morar num lugar onde todas as mulheres dão em cima de você. Aluga-se o porão do Motel Ping-Pong. Tratar com João Cafetão. Tel: 987-6543.


Oportunidade! Vendo apartamento com varandão, salão, quartão, banheirão e cozinhão. Tratar com Nelson Ned. Tel: 5432-1098

ECONÔMICOS

Vende-se órgão novo. Sem uso. Tratar com Roberta Close. Tel. (024) 669-6969

Empresário com dois pênis procura secretária bilíngüe.

Procuropessoaltécnicopararepararbarradeespaço.

Motoboy psicopata loiro assassino procura jovem para relação curta.

Adolescente troca caixas de brinquedos por revistas pornográficas.

Procuro cão e sogra perdidos. Recompensa, só pelo cão.

Alugo cela de penitenciária com pouquíssimo uso. Tratar com juiz Nicolau dos Santos Neto.

Vndo máquina d scrvr com falta d uma tcla.

Troco caixas de preservativos vagabundos por roupas de bebê.

Precisa-se de namorada com automóvel. As interessadas devem mandar fotografias... do automóvel.

Troco sogra por víbora. Pago a diferença.

Troco pastor alemão por um que fale português

Troco um lindo Pitbull por mão ortopédica e perna mecânica.

Darwin, Murphy e uns equívocos da evolução


Quem não tem Lollapalooza, vai de Antiquário Pub. E foi o que eu fiz no sábado passado, já que todo mundo viajou na Semana Santa e não iria ser eu a declinar de uma noite dançante, dentro do meu possível – tendo vontade de ir a Salvador ver o show do Camisa de Vênus, mas nenhum ânimo para encarar a estrada, antevendo a multidão de loucos na BR 324 na volta para casa, que coincidiria com o retorno de todo mundo pós-feriadão.
Comodamente, fui assistir pela primeira vez na vida, à apresentação da banda 80 na pista. Meu primo Nanno que me disse, há um tempo, que valia a pena. Valeu mesmo! A banda faz excelentes covers dos hits de minha infância e do começo de minha adolescência, pelo menos na parte do repertório internacional. Entram, claro, um ou outro hit dos anos 70 ( que, cá para nós, não surte o menor efeito positivo sobre mim. Detesto as músicas dos anos 70 e se há exceção é apenas uma, uma música do Elton John, chamada Yellow Brick Road.
Interessante, porque os anos 50 e mais ainda, os 60, me encantam musicalmente. A distância cronológica, cultural e de gerações em nada diminuem o meu apreço. Acho que porque os anos 80 herdaram da década anterior um estilo meio brega na moda, sei lá, não entendo, só sei que nada nos anos 70 me atrai.
Queria eu ter ido ao Lollapalooza ver o Foo Fighters e o Artic Monkeys! Digam o que disserem, São Paulo é phoda em entretenimento! E em estrutura, em organização de eventos, em diversidade ( e em pegação também porque não vale a pena ser hipócrita!).
Vi pelo canal Multishow parte desses shows.
Fui sozinha à festa e ir sozinha a uma festa em Feira de Santana é muito diferente da naturalidade que isso assume em Salvador, em São Paulo, em Campinas.
Em cidades maiores, estar só numa festa é fator decorrente da independência, da autonomia, da liberdade individual... Por aqui isso tem outras acepções das quais não estão descartadas as hipóteses que levantam questionamentos morais sobre as mulheres sozinhas – potencialmente julgadas como garotas de programa, ou à caça de companhia ou mesmo rejeitadas, complicadas ou periguetes.
Não deixo de sair por isso.
Os que me abordaram na festa observaram que eu não bebia álcool. Mais de uma vez ouvi a mesma sentença que ouvi de um garçom folgado de um lugar metido a besta, em Salvador: “Água demais enferruja”. Só é possível ser feliz pelo álcool, só é permitido dançar mediante o consumo de álcool e só o álcool salva, segundo tais opiniões.
Os que me pareciam interessantes, após o terceiro copo de cerveja deles, se transformaram em terríveis babacas sem noção... Outros, se não babacas, andam em companhia deles, não tem opinião própria e deste modo não vejo diferença entre um e outro.
Outro dia publiquei aqui umas Leis de Murphy. Dentre estas havia a sentença de que “Inteligência tem limites, mas burrice não.” Comprovei a veracidade desta tese nessa mesma noite. Eis o caso.
Lá para os meados da festa, vi um conhecido, que acenou para mim. Ótimo, saudei, conversei, mantive a conversa no entremeio do show e da dança. Ele, claro, observou minha água.
Pausa explicativa: tomo um coquetel sem álcool, geralmente, enquanto não estou dançando. Como é bem doce, me dá sede. Não gosto de refrigerante s e acho que sede se mata é com água... Ele fez questão de quantificar: “Quanto de água você já bebeu hoje?” e eu respondi que ali no bar, apenas dois litros... Fora que eu danço e isso provoca mais sede.
Conversamos amenidades, trivialidades, perguntamos reciprocamente dos amigos em comum que não víamos, tudo bem interessante e amistoso, como cabe aos amigos.
Conversamos dos filhos dele e dos meus ex-namorados que ele conhecia; da universidade e do trabalho, da banda e do ambiente, dos seres humanos e das maluquices da vida urbana...
Não sei de onde ele tirou a ideia, mas sem muitas delongas o sujeito me propôs sexo e conversa. Um e outro. Exatamente um e outro.
Não entendo de onde saiu a impressão de que eu tivesse qualquer interesse sexual nele, mas não poupei a resposta e disse claramente que eu não tinha este interesse, não aceitava a proposta e que amigos, para mim, não são para consumo.
Devo dizer que ele é um homem de mais de cinqüenta anos, o que me fez pressupor maturidade correspondente à faixa etária. Deste modo, às vezes quem a gente escolhe, não escolhe a gente. Sim, “sexo é escolha, amor é sorte!”.
Não gosto de ser grossa e de ferir narcisicamente nenhum homem, mas aquilo era apenas um não.
Ouvi dele mil coisas referentes ao poder de atração que ele exercia sobre as mulheres, das muitas que ele dispensou para ficar comigo e, para finalizar, que ele não gostaria de se frustrar. E o que eu poderia dizer? Ora, eu disse: “Nem eu!”
Eu jamais iria alimentar a frustração de vivenciar um sexo com quem eu não desejo, com quem eu não escolhi e com quem eu não queria.
Estranhei a reação dele porque para alguém que me conhece relativamente há anos (mais de uma década), pareceu estar se aproveitando da oportunidade que lhe caiu do Céu, porque eu estava sozinha e a casa dele era perto.
“Blablablablablá/ titititititi”, como diria a Blitz, e eu peguei o meu táxi e dei no pé, esperando nunca mais dizer sequer bom dia a este sujeito que não mais consta no meu cadastro de amigos que não vejo há anos. Fiquei indignada.
Certo, desde tempos imemoriais as mulheres o tratam como se ele fosse um rock star, uma grande coisa, o bambambã... Mas de onde será que ele tirou que eu estava nesta lista? Talvez a dor dele tenha sido isso, de se sentir rejeitado. Foi um comportamento de criança frustrada, que quer o brinquedo que o pai não compra...
Vi, então, que realmente não só a burrice não tem limites como a babaquice também não.
Um sábado desses e o domingo foi de franca e plena ressaca de sono, invariavelmente transcorrido na distância entre a cama e o sofá e até hoje me sobra sono.
Suco do arrependimento é o que não poderia faltar - há tempos eu não utilizava o kit completo. Vamos ver nesta quarta-feira, após o jogo do São Paulo, o que será de mim! Certamente, mais ressaca de sono perdido, porque o jogo será no estádio aqui de Feira, que fica perto de minha casa, e eu vou com uma turma imensa assistir. Bom, apesar dos babacas, a vida continua.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Problemas técnicos


Ouvi na semana passada a Teté Ribeiro falando que existe a Santa Mila, a santa das causas virtuais. Agora, sinto-me compelida a orar para ela, porque andou dando uns problemas por aqui e minhas postagens atuais sumiram...Ou só aparece a seu próprio gosto...
De antemão, Santa Mila, perdoai às minhas Heresias (I e II, principalmente): não são coisas que se possa postar impunemente, já entendi.
E olha que eu nunca roubei o wirelees do vizinho!
P.S.: Por incrível que pareça, uma abelha mordeu o dedão do meu pé, agora à noite. E quem disse que dói menos conforme a área a afetada? tenho alergia e estou febril e com o dedão inchado...deve ser castigo!

Heresias (II)


Mundo, mundo, vasto mundo!
Olha, Drummond, tem uma pedra no meio do caminho - e das grandes! E agora, José?

Heresias (I)


Para vocês, que pensam que a música brasileira se resume a um "Ai, se eu te pego"... Não, minha gente, tem uns tchetchererêtchetchê a mais nessa história.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pais nossos


Close your eyes
Have no fear
The monster's gone
He's on the run and your daddy's here
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Out on the ocean sailing away
I can hardly wait
To see you come of age
But I guess we'll both just have to be patient
'Cause it's a long way to go
A hard row to hoe
Yes it's a long way to go
But in the meantime

Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you're busy making other plans

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Darling, darling, darling
Darling Sean


Esta é uma das músicas mais bonitas que o John Lennon fez.
Talvez a beleza venha da simplicidade da forma que ele encontrou de dizer ao filho que está ao lado dele; que não é preciso ter medo; que ele lhe dará segurança... Mas de toda boa letra fica sempre uma parte mais forte que nos parece a mais significativa. Não obstante, acho que todo mundo fragmenta esta letra para poder dizer que a vida é o que acontece enquanto você está ocupado em fazer outros planos, conforme o verso de Lennon.
Acho amor de pai uma coisa linda.
Acho que amor de pai abre uma possibilidade de os homens finalmente terem liberdade para amar. E digo com o maior orgulho que o meu primo Nanno é um excelente pai, amoroso, presente, atencioso, um exemplo dos melhores do que deve ser um pai. E ele é feliz por ser pai.
A declaração de amor de John por Sean Lennon é também dolorosa porque ele diz "Mal posso esperar você crescer/Mas acho que precisamos ser pacientes/porque ainda temos um longo caminho pela frente..." e sabemos que este pai foi assassinado. Uma pena, quando a realidade literalmente assassina a arte, desmente a letra da música.
Nesta semana que passou, o meu pai me deu um palhaço. Não sei o que deu nele...
Talvez ele queira encontrar a menina que eu fui e que muito diz do quanto ele também foi novo - ele, que anda em crise com a consciência, com a existência e com a idade...
Na Páscoa passada ele me deu um coelho lilás. Gosto de coelhos. Nunca tive um palhaço, não entendo de palhaço...
Metaforicamente penso que meu pai pode estar achando minha vida meio sem graça. Sei lá.
Sei é que de vez em quando tem me dado umas agonias, coisa de inventar pretextos para ir embora daqui no próximo semestre... E isso é para fugir da monotonia.
Sou eu quem digo (repito) que nossa vida muda quando a gente muda a vida da gente... Se nada muda, eu me mudo - deve ser assim dentro de mim, inconscientemente. Ah, não vou pensar nisso: vou ouvir o John Lennon!

Coisas bem brega


Pode vir me contar das coisas que
Pensei conhecer em ti
Não sei bem se fui eu que me enganei
Ou foi você que me iludiu

Pois, não pense que isso vai ficar assim
Meu batom vermelho vai me enfeitar
Não preciso do espelho do retrovisor pra não borrar

Pois, neste minuto sei tão bem do espaço que ocupo
Meu amor, tudo tem seu lugar


Quem canta esta música (Retrovisor) é a Céu, na maior pegada falsamente brega ou inovadoramente brega.
Amor e vingança são coisas brega, não é? acho que eu não tenho a menor elegância emocional e dou muita risada disso!
Dou risada de algumas gafes afetivas que cometo, mas ainda estou me sentindo mal porque nesta última sexta-feira eu fui triplamente desmascarada, se é que se pode dizer assim: eu alego que não tenho ninguém porque, de fato, não tenho namorado.
A verdade verdadeira dos fatos é que eu gosto de alguém que atualmente mora em outro Estado, temos uma relação à distância muito mal resolvida para a qual a solução e as decisões foram postergadas para julho deste ano.
No mais, sou sozinha.
Solteira e sozinha. Logo, livre.
Não significa, porém, que de vez em quando eu não tenha companhia.
Entretanto, não gosto que ninguem saiba quem é quem, quem é o quê, porque não me sinto confortável com gente ocupando função e lugar em minha vida.
Então, fica assim: tenho parentes e tenho amigos. Fora deste eixo, não uso classificações.
Então, na sexta, antes da formatura ( e do mal-estar prévio de ter que encontrar com Ângela na festa de minhas amigas, num rolo muito louco que me colocou na história dela à minha revelia... sendo que gosto de Ângela e do pivô do meu mal-estar), lá vou eu acompanhada andando pelo shopping.
Numa distância de uns 06 metros estava Thales...
Fiz cara de paisagem, propus ao meu acompanhante entrar na loja de departamentos ( mas, pá, eu nem conseguia inventar o que eu tinha a fazer ali) e ele argumentou do almoço, do horário...
Pensei numa amiga minha e de João Neto, a Elipaula, que costumava falar que certos homens tinham síndrome de Leão da Montanha, aquele personagem de desenho animado de Hanna-Barbera que, diante do perigo, gritava: "Saída pela esquerda", correndo na direção oposta ao perigo.
Passei paralela a Thales,olhando vitrines sem nada ver, numa saia justa absurda e, sim, com uma sensação horrorosa de o estar traindo...
Quando eu finalmente acabei o almoço, passei na palhoça do sorvete e comecei a conversar amenidades com meu acompanhante, julgando que Thales já estivesse de volta ao consultório dele ou a Marte - e eu, boba, fazendo trocadinhos eróticos com a toca dos Coelhinhos do shopping - pluft! dei de cara com Thales e tive que dizer um " Olá, tudo bem?" que me lançou diretamente à fogueira do Inferno.
Meu acompanhante começou por comentar como "ele" era alto. Depois associou os olhos cor de violeta à pessoa e me perguntou se aquele lá era Thales. Confirmei. Veio a crise. A minha crise!
E tudo foi tripalmente qualificado porque o terceiro delito é que eu disse há três dias não poder ir ao consultório dele porque eu estaria ocupada, certamente viajando...
Do plano de vista objetivo é isso: não sou namorada de nenhum dos dois.
Isso em nada diminui meu constrangimento, porque sei que eles se comparam, que se avaliam, que fazem cálculos morais a meu respeito e que se magoam. Eu nunca desafiaria o ego de um homem ( "E te farei, vaidoso, supor que és o maior e que me possuis", eis um verso que eu adoto)!
Ninguém vai lembrar que por aqueles olhos cor de violeta eu quase me desintegro, que eu perdi a cabeça, que eu saí do sério e que ele, sim, tem " o dom de iludir" com aquela beleza hipnotizante.
Depois do flagrante eu só desejo que me apareça um bom advogado de defesa, mas previamente eu já sei a minha sentença.
P.S.: A quem interessar possa, fui à formatura sozinha, só vi Ângela no final da festa e conversei muito para atualizar os três anos sem a turma reunida. O pivô do desconforto continua interessante.
P.S.: Esta é uma obra de ficção. Chega!