Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Reviravoltas...


Nem tive a intenção de 'vender meu peixe', nem de, através de minha ausência, fazê-lo valorizar a falta...Mas do mesmo jeito que eu pensei com saudades nos antigos escritos trocados entre nós - claro, de forma desproporcional, porque eu escrevo mais - ele também sentiu. Eu achava que ele não sentia nada, que ele apenas ' se sentia'. Admito: sou do tipo que acha que homem é uma espécie que consegue viver sem coração, tanto quanto eu, quando apaixonada, consigo viver sem cérebro. Mas, sim, ele colocou as cartas na mesa e apresentou o Arcano da Saudade.
Veio timidamente, com um 'oi', a que eu só respondi no dia seguinte, menos por revide e vingança do que por ter dormido cedo e desapegar do smartphone.
E trocamos monossílabos.
Esperamos, desconfiados, as reações um do outro.
Pensei nos meus erros com ele, por não entrar no jogo e detestar o jogo, até ser convencida de que havia o jogo e ele era imperativo. Para sair do jogo, dei um W.O., não compareci a mais nenhuma partida. E se houvesse partida, seria somente a minha alma, partida em cacos.
Lá se foram três meses de meu silêncio, do isolamento virtual dele, inclusive pois, ouso aqui recomendar e aconselhar: se você quer mesmo esquecer alguém, não vá atrás de notícias, não busque a página, não queira saber.
Assim foi.
Pensei que foi o ego dele que sentiu minha falta, querendo afagos...E pode ser. Por outro lado, ele viu que acabou e quis recuperar, pelo menos, algo do que ficou.
Quando eu derramei as palavras, ele vibrou, renovou o ânimo...Também pensei muito nele, no fundo, avaliando e medindo as circunstâncias.
Ele me disse o mesmo que F.J."Você me faz bem!". Isso me deixou desconfiada. Qualquer coisa que me lembra F.J. me deixa desconfiada de catástrofe porque, dentre os meus erros, o maior foi estar com aquela criatura por mais tempo do que devido - adiando o término para não ficar socialmente mal, porque não gosto de gerar ódios. F.J., sim, me causa nojo e ódio de outra espécie, que pode ser ódio de mim mesma por ter tido tamanho desespero de causa. Onde já se viu? Achei que ele era o mesmo namoradinho meu de adolescência. Nem quero lembrar, mas tenho que admitir que ele existiu.
E meu problema com Vini é apenas saber que ora, sim, passo muito bem sem ele. Com ele, tenho um bom interlocutor, mas não sei...instável...Ou sou eu quem é bastante desconfiada.
Mas, tudo bem. Tem muitas coisas nele que favorecem meus afetos...E é uma boa companhia...Por enquanto, estou cheia de receios, avaliando, não tao disposta a reatar essa história...mas ele é criativo, sabe reinventar histórias...