Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 24 de março de 2016

Do reiki à academia


Iniciei sessões de reiki desde o fim do ano passado. Fazia bem esporadicamente. Devo ressaltar, ainda, que até às primeiras três vezes, tive um bem-estar físico, tipo sonolência, mas, também, uma dose de ansiedade, de confusão mental, em termos de sentir meus assuntos mais profundos revolvidos, espalhados ao vento. Cada experiência é bastante pessoal.
Neste ano, exatamente, neste mês, fiz reiki mais sistematicamente. Os resultados foram surpreendentes, a tal ponto que regulou meu ciclo menstrual e me fez emagrecer. Aqui cabe o esclarecimento: o reiki não faz emagrecer. Entretanto, como regula as funções do corpo, canaliza as energias e traz equilíbrio, tudo começa a funcionar como deve, no nível orgânico.
Aqui cabe um novo adendo: que vou à academia, todo mundo sabe.
Após os 25 anos, o metabolismo cai. Após os 35, nem se fala. Daí a gente corre na esteira, feito um hamster e não vê resultado. Passam meses e anos sem nada de significativo...Até que...Pois é: o instrutor de Educação Física que fica em meu horário, é atento e é bom profissional, do tipo que não subestima o aluno e impõe esforços, enquanto também respeita os limites de cada um.
Não adianta ir à esteira dar passinhos de shopping, desfilar na velocidade 4 ou 5.
Aquecimento não é para esquentar: é para prepara o corpo para os exercícios.
Exercícios aeróbicos, tipo esteira, bicicleta, danças e etc., têm a ver com frequência cardíaca e respiração. Disso, vem o efeito sobre o metabolismo e a gente começa a gastar calorias.
Não pareço estrela da TV Globo, nem sou escultural como madrinhas de escola de samba. Mas devo dizer que estou muito feliz com os resultados das atividades na academia. Estou muito feliz com o meu corpo. Poxa! Além de força muscular, as gorduras laterais, que eu chamava de bacon, estão reduzidas a 25% do que eram...Barriga é mais difícil perder, mas o meu abdômen superior está bem fortalecido; o culote que eu tinha, quase nem existe: hoje peguei um biquíni antigo para ver se dividiria minhas ‘banhas’: nada feito.
Ótimo para mim, que não tenho grana nem coragem para cirurgias plásticas.
Tenho 1,63 e estou com 63 quilos (as variações são sempre para menos que isso, graças a Deus). Eu estava com 65,5kg. Decerto, nunca tive estrutura gorda, mas eu tinha gorduras, sim.
Estou muito feliz com os resultados, obtidos sem mudanças na dieta.
Depois do reiki, vim a entender isso do corpo são em mente sã: a gente fabrica mentalmente, certas toxinas. Elas não são imaginárias, mas somáticas.
O reiki não se liga a crenças, e aberto a judeus, ateus, protestantes, evangélicos, espíritas, umbandistas, candomblecistas, pluralistas, agnósticos e mais o que houver cuja denominação eu não sei.
Se me sobrasse dinheiro, lógico, eu faria drenagem linfática ou massagens de cunho similar: já experimentei (em tempos áureos, fora da crise financeira) e ajudam muito.
Não apoio preguiça nem ginástica passiva: inútil. E que sentido tem enrolar na execução de um exercício? O resultado fica com a gente, não com a academia.
Tem gente que, se pudesse, pegaria um táxi para ir da cozinha até ao banheiro. Melhor ser sincero com a preguiça e aceitar o modo como se é. Mas, para quem quer mudar, fica a dica: faça alguma coisa.

Em meu caso, JAMAIS levo celular à academia: exercito a fala e a escuta em outros lugares e em outros horários. Quem se concentra, ganha mais.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Laços de nós


Não sei como esse povo fresco, metido a escritor profissional, afirma que somente quando está triste, infeliz, cabisbaixo, mergulhado na angústia e com um pé no suicídio. é que escreve. Ora!!! Ou é sintoma meu, que não sou profissional, isso de ficar triste ou no inferno e não conseguir escrever nada.
Também quando tenho que tomar decisões, travo minha vida toda. E nesses dias de indecisão amorosa, confesso que baguncei tudo e entre uma angústia (de perda e de escolhas) e outra, até a biologia do meu corpo se ferrou.
Não falo apenas do meu caso com o poeta que, enfim, se dobrou e me fez me dobrar aos argumentos dele (em que pese a total admissão do erros, por parte dele; e a mais sincera demonstração de idoneidade na própria defesa, que eu já vi na vida!), mas do meu ex, sempre em estado degenerativo, sempre a tentar se escorar em mim; e essa minha piedade inconveniente...Eu queria tanto mudar para outra cidade, só para não esbarrar com ele.
Ele tem perdas de memória. Isso é sério: o álcool, junto com Rivotril, comprometeu mesmo a memória, o bom senso, tudo...E ele esquece que a gente se separou há tempos; erra o caminho de casa e vem para a minha; ensaia suicídios, enfim, lasca meu bem-estar psíquico.
Nesse tempo de separação com o Poeta, conheci um outro homem, que pegou no meu pé. Era aquele tipo de pessoa que não aceita um não, que torce para ver a relação da gente acabada, imaginando que a tristeza traz o desespero necessário para a gente cair em certas mãos...nas mãos dele...Deus me livre!
Ele, então, confundiu meus gestos de educação com possibilidade de pegação, apesar da declaração clara de que não quero nada. Oh, idiota!
Estou na contagem regressiva para bloquear esse ser humano desinteressante. Foi minha amiga quem deu meu telefone - intermediando o contato. Agora, ficou o mal-estar.
Mas, voltando ao caso, acho que eu tenho medo de onde minha relação pode chegar com o Poeta. Ele também tem medo.
Não perdoei a negligência, nem gosto nada de gestos assim...Sorte foi eu poder ser sincera e receber respostas sinceras. Gostos dele. Não amo, graças a Deus! Nem me apaixonei...Mas gosto o suficiente. Combinamos em nossos medos.
Vi que os laços estavam desatados, mas não foram cortados. Juro que achei que nunca mais estaríamos juntos...
Tenho medo dos nós. Tenho medo de nós (de mim, dele, de mim com ele).
Não nego que gostaria de passar minha vida a limpo: Ah, se eu pudesse colocar cada coisa no lugar, retirar o que excede, arranjar o que falta e ser feliz como num conto de fadas em que a narrativa é suspensa exatamente na projeção de um futuro ("E foram felizes para sempre!). Coisa mais linda é a fantasia!
Eu tenho excesso de realidade.
Eu tenho um coração teimoso, atento e acordado...Realista, racional como nunca antes... Mas é a capacidade de sonhar, de ter e de defender o sonho mais besta do mundo, o que me torna gente.
Tenho livros para ler, textos para escrever, coisas para conquistar...E um coração que não sabe de nada sobre o amanhã...

quarta-feira, 2 de março de 2016

Amigos...Pero no mucho - ou, para uma noite de absurdos!


Tá aí uma postagem que eu nem sei por onde começar: se pela ordem dos absurdos ou pela minha incrível capacidade de procurar sarnas para me coçar... Ah, vamos aos absurdos: estava eu, aqui, há pouco, flanando pelo Facebook, quando, de repente, uma voz masculina me chama. Aí pensei: só pode ser Phillipe.
Ora, tomei uma dose extra de coragem e decidi dar a deixa para saber porque cargas d'água Phillipe tinha uma reação pé-atrás comigo, nunca respondendo a mim, mas mandando recados. Verdade seja dita: eu estava procurando pretexto para flerte.
Verdade ainda pior; achei que meu poeta amado foi negligente comigo e deixei o rapaz lírico no vácuo, de modo que, quanto antes eu me enrosque em outra pessoa, menos eu teria possibilidades de voltar atrás de minha decisão e menor ainda seria a necessidade de dizer isso cara a cara (sim, estou em fuga).
Bom, depois de mandar a mensagem totalmente lisa, lícita, formal, mas , no fundo, cheia de más intenções, comecei uma lenta sessão de arrependimento, desejando que houvesse uma tecla de 'cancelar mensagem enviada'...Daí que quando a voz me chamou eu imaginei que fosse Phillipe. Absurdo: não era.
Absurdo dos absurdos: era o ex-marido da ex-namorada e sempre amante de FJ.
Atendi sem abrir o portão. Ele me perguntou se eu lembrava dele...Com muita vergonha eu disse que não. Ele, então, falou: "Da João Durval"..."Eu sou amigo de FJ"...
Depois desta última declaração, lembrei dele, do rapaz, e temi que aquele idiota, o FJ, estivesse com ele, atrás do muro.
Procurei ser educada, abri o portão, saí à rua, grata a Deus por ter dois cachorros mais barulhentos que ferozes, e pelas formigas famintas que comiam o tamarindeiro e cercavam os meus pés, me obrigando a ficar bem longe dele.
Nesta pauta de uns dez minutos (perdidos), ele me explicou que se separou e que achava que FJ não era um cara para mim, que nunca foi...
Deduzi que entre outras coisas, ele deve ter descoberto que FJ e Lu, a ex-namorada do primeiro e ex-mulher daquele de quem se fala, tinham um caso. Isso FJ admitiu para mim, depois de uns apertos que dei, - assim o fiz porque estava atrás de um pretexto para mandá-lo ao Inferno e a melhor maneira era colar num detalhe evidente. Ah, nem era tudo isso: eu não estava nem aí para aquele escroto. Acho que FJ e Lu nunca admitiram ao Corno da Vez o namoro prévio. Ele, o FJ, dizia que Lu era como uma irmã que nasceu em casa separada
Bom, o Idiota e Corno (pode-se inverter os adjetivos sem prejuízo de sentido) disse ter vindo me chamar para sair e que sempre reparou em mim; e que veio outras duas vezes à minha casa.
É num momento desses que a gente perde a linha e quer dizer na cara: "Você está louco Quem você pensa que eu sou? Quem você pensa que é?".
Talvez ele tenha feito cálculos morais similares, porque Lu tem meu perfil intelectual, duas graduações e boa formação...Ele é um pagodeiro que ela adotou como marido, mais por carência que por amor. Fora que ela é louca e chegada numas drogas para uso recreativo. No cômputo geral do quadro, ele deve ter pensado que valia tentar. Ah, e por vingança...
Dei risos sem graça e falei estar muito bem com meu namorado e não ter nenhum interesse no convite, ao qual eu agradecia. Apesar da polidez, ele deve ter visto e notado o tamanho do fora.
Entrei.
Caí em tentação e fui ver meu Amado Mestrando  pelo Facebook.
Lendo o perfil, me desesperei com tantas coincidências. Ah, desgraçado! Parece em tudo com Vinicius, até a cidade onde nasceram...até o signo: ariano como nós dois...a paixão pelo café...e o casamento com aquela que forçou ser minha amiga...
A gente nunca ficou ficando porque Joaquim, meu então melhor amigo, fazia barreiras, odiava o cara, espalhava um mau currículo dele entre os professores e tanto o sujeito quanto eu, éramos éticos. Idiotamente éticos.
Olhei. Ia convidá-lo à amizade...Pensei melhor: isso nunca iria acabar bem, porque a gente tem aquela droga de queda recíproca...Ia ser um desmoronamento se a gente se visse agora.
Os homens podem tudo. Podem admitir contatos movidos a sexo. Tenho inveja deles. Mas também não sou mentirosa: o que me prendia ao poeta, senão sexo? E se eu voltar par ao poeta, qual será a razão? Sexo. Qual a finalidade do flerte com Phillipe? Sexo! Qual o meu medo com o Meu Mestrando? Sexo com culpa.
Enquanto eu escrevia aqui, Phillipe escreveu. Escreveu muito...Com medo, quase não li...Por fim, li. Lá vem flerte. Flerte disfarçado de teoria, educação, polidez, retórica...Adoro! sou tímida, não olho nos olhos, não abordo ninguém, não sei flertar...Mas tenho que dar a deixa..Absurdo, eu sei.
Excetuando minhas brincadeiras, achei um absurdo, um despropósito, o Jason Sexta-Feira 13 bater à minha porta. Não é que ele seja feio na acepção comum do termo: é que é sem classe, sem estilo, sem atrativos reais e ainda que tivesse algum, Deus me livre! Tudo absurdo!