Louquética

Incontinência verbal

sábado, 26 de novembro de 2016

Poesia em essência...


Ontem ele estava na casa do irmão, longe para caramba, perto da universidade. Bateu a loucura e ele me mandou uma mensagem, já uma e meia da manhã. Tomei um susto com o barulho do telefone...Enrolei para responder uns minutos. Ele ligou em seguida, na ansiedade, na precipitação sagitariana, que me parece pior que a de um ariano apressado, só para colocar sobre os astros o peso de sermos como somos.
Talvez ele tenha me ligado meramente por loucura, rompante e arroubo; talvez por insônia, se bem que o bairro é boêmio e, numa sexta à noite, tudo estava em movimento; talvez por vontade, por saber que eu gosto da aventura.
Ele sabe que somente a ele é dado o poder de me acordar. Para todo os demais seres do planeta, eu piro, brigo, quebro o pau.
Tomei banho e fui. Cheguei rapidamente, com medo de que a manhã fosse mais rápida que eu, que o tempo passasse, que o sono batesse...
E do encontro, vi como eu gosto de sentir o cheiro do meu perfume no corpo dele. Eu não sei dizer se isso é um delírio narcísico, de me ver refletida no espelho olfativo daquele corpo; se é posse, como bicho que marca território...Mas, no fundo, sei que é um duplo prazer, por amar os perfumes que uso, por poder melhor sentir aquele cheiro e o quanto ele fica bem naquela pele.
Quando eu estava indo embora, vi que as marcas de batom persistiam na pele dele, mesmo após o banho: achei lindas! Sempre ficam fotogênicas, porque a pele dele é clara, parece uma tela a ser pintada mesmo...Ficou a marca do beijo no tórax, no pescoço...Ele deve ter cuidado da que ficou no canto da boca, no beijo de boa noite.
Adoro perfumes. Como eu já disse, o perfume veste a pessoa – Marilyn Monroe declarou que dormia usando Channel nº 5. Muito bem!
Sei escolher perfumes. Também acho que dormir com um bom cheiro é maravilhoso.
Ele gosta dos meus sapatos de salto. Gosta do barulho, da postura que eles exigem, dos saltos finos, das cores...Um fetiche.
Gosto de lembrar do cheiro do meu perfume no corpo dele...Gosto de me lembrar no corpo dele.
P.S.: Na imagem, meus perfumes preferidos, de uso constante.


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Casos de Família (e outros traumas)


Minha amiga afirmou: “Parece que você nunca esteve lá, que o Corpo de Bombeiros nunca existiu, que a escola nunca existiu”. Aí eu vi que sim, que tomo decisões definitivas e ai de mim quando o ‘nunca mais’ impera.
Tantas vezes decidi e voltei atrás num amor e quantas vezes adiei a saída de um emprego? Infinitas.
Sabe quando a gente pensa que o relacionamento dos outro acabou e um dos dois saiu ileso? É tudo mentira: é que esse que parece inabalável realizou o luto de separação antes de tomar a iniciativa de se separar. Acontece. Acaba primeiro para uma das partes. E sabe por que as pessoas voltam? Porque não estão preparadas para se separar, seja do que for... Querem se separar sem dor, deixar o emprego e pronto! Não há como pular etapas. A intempestividade de um preço altíssimo.
Não sei se a idade me deixou pior, porque não me acho uma pessoa fria, mas o que passou, passou mesmo. Nem consigo corresponder às gentilezas de ex-colegas de trabalho ou de ex-namorados, porque quebrou-se o vínculo imediato e eles se tornaram uma imagem desbotada nos quadros de minhas vivências.
Os homens que amei perderam a importância, as cidades se transformaram em recordações e pouco lembro de episódios que as pessoas vivificam ao me encontrarem nas festas. Talvez seja só velhice, seja somente o fato de eu estar passando.
Ultimamente estou com uma coragem triste, com uma coragem revoltada, com a cabeça aturdida porque há também o que eu não esqueci, das coisas da madrasta, dos muros que foram ao chão e da influência dessa gente chata que impõe que perdoemos tudo, Assim pensei ter perdoado e superado. Até que vi uma foto de minha madrasta, com as filhas, netas e meu pai, numa postagem de uma das filhas, que meu pai obrigou reciprocamente a uma relação no Facebook.
Olhei os elogios àqueles olhos cruéis, àquela fisionomia tão fria quanto ruim. Não reagi. Na curti. Não comentei. Compartilhei o choque comigo mesma e concluí que trauma é trauma e não há educação ou moral cristã que consiga derrubar os sentimentos espontâneos, ainda que o verniz da polidez me faça sustentar o ‘convívio social’. Quero distância deles, de todos eles. Nunca forma minha família. Nunca foram dos meus afetos bons, senão pelo convívio saudável para evitar a histeria de meu pai e o burburinho deles, de que sou metida, nada humilde, arrogante e enfatiotada.
Nunca nos parecemos. Sequer pareço com minha família consanguínea, oxalá poderia ter qualquer paridade com a família de minha madrasta, apesar das investidas de meu pai irem (pasmem, não é piada) em forçar meu exame de glaucoma porque se minha madrasta tinha, eu poderia ter.   
Disse-lhe eu: “não sou filha de minha madrasta”. Mas ele retrucou. Dez anos depois, arranjou uma alta pressão ocular para si mesmo, para não deixar minha madrasta sozinha com a enfermidade.
Nunca me pareci em nada com nenhum deles: somos tão diferentes e opostos quanto se possa imaginar e polarizar.
Esses tempos têm sido traumáticos, em termos de me trazerem lembranças psicanalíticas. Até com o poeta: juntei as pontas discursivas de um comentário meu a um confidente, com um momento libertador posterior. É que falei, após a primeira vez em que eu e o poeta tivemos relações sexuais, que no dia seguinte eu me senti como se tivesse sido estuprada – não por qualquer forma de imposição ou violência físicas, mas por certa emanação de ódio e machismo, de misoginia mesmo, que os gestos dele emanavam e que o contexto firmava. Ainda bem que passou e por causa dele e de tudo isso eu pude sepultar um trauma muito pesado.
Anteontem conheci alguém igual ao poeta. Sim, também poeta, também dos sonetos, também do ocultismo, do budismo, do ego imenso...Graças a Deus que sem a mesma beleza, para não me subornar.
Talvez eu esteja numa fase de atrair certos tipos de lembranças, de situações, de pessoas...Fase crescente.




quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Isso dá um trabalho!!!


Tenho em mim, às vezes, a convicção de que todos os meus erros foram certos, foram o meu possível para aquele momento. E se hoje me questiono porque escolhi isto e não aquilo, é por pensar que, de alguma maneira, o nosso livre-arbítrio se direciona para o que cabe escolher. Isso nem sempre significa o melhor. Às vezes indica a escolha do que nos é necessário, ainda que isso signifique que no bojo das questões, foi necessário quebrar a cara.
Um amigo bem íntimo acha que eu deveria ter fica no Corpo de Bombeiros até morrer. Eu também já achei. E tanto achei, que quase morro. Desenvolvi doenças psíquicas e taquicardias, quando ia me arrumar para trabalhar.
Fora preciso sete anos para eu me desvencilhar.
Isso é terrível: as pessoas alimentam em nós a ideia de que tudo é válido para se ter um emprego; que qualquer preço que se pague é ainda baixo frente à satisfação das contas pagas. Não é, não: tão terrível quanto a falta de perspectivas de trabalho, é um trabalho que lhe consome, que lhe mata, que te leva à velha querela de como será morrer para ganhar o pão, morrer por aquilo que sustentava sua vida.
Vejo meu ex, que continuou lá, aplicando dois anos de atestado, caindo nas malhas da Junta Médica. Há que se perguntar a esse povo todo, militar, professor, funcionário público, as razões porque as pessoas fogem do trabalho, quando não são preguiçosas profissionais.
Eu me senti feliz trabalhando 500 km de casa, numa cidade quente e de poucos atrativos.
A única coisa de que me arrependo, isso porque eu não tive parâmetro e escolhi errado mesmo, foi não ter tomado posse em Lençóis, com medo de não aguentar morar ali a longo prazo. Mas, olha só: fiz um concurso em 2011, quando meu contexto particular era um; e só me convocaram em 2014, quando eu já estava apaixonada pela UFBA e experimentando outra fase profissional.
Eu deveria ter escutado Ilmara.
Eu sei o quanto é difícil abandonar a tenda sedutora da estabilidade: casamentos são assim; relacionamentos são assim; empregos são assim. Mas vale a pena. Só não dá para sair de um e ir para o outro sem passar por perdas.
Recentemente vi que vou passar novamente por um dilema dessa natureza: até fevereiro serei indagada sobre ficar onde estou, na cidade em que moro e gosto de morar, vivendo as vicissitudes da ocupação daqui e dos empregos temporários que advém a seguir, ou ir para longe cerca de 750km daqui e viver minha estabilidade numa vaga federal.
Desta vez vou para onde não quero. Vou rezar por uma futura transferência.
Hoje uma universidade do exterior, onde fiz uma inscrição, me contactou. Resolvi não seguir no processo, menos por orgulho do que pelo desgaste e tensão que isso iria me gerar, fosse por eu ter que afiar um idioma inglês que não pratico desde 2013, seja por não aguentar ir até o final e correr o risco de vencer e ter que decidir.
Deixa eu falar de outra coisa: estou com o juízo coçando porque um certo homem, acho eu, presume que eu queira um relacionamento com ele. Essas ideias a gente nunca sabe de onde saem, mas o que me espanta é que, então, ele deve achar que eu acho que ele gosta de mim. Ou será que acha que eu quero um namoro sério a qualquer preço?
De vez em quando me aparecem esses loucos, essa gente que quer me provar que é claro que eu os amo, apenas não me dei conta disso. É muito ego na causa. Só achei engraçado. Tão engraçado quanto o idiota do G.P. me perguntar se eu sentia saudades dele e nunca ter obtido resposta minha. Daí meu medo de que ele supusesse que quem cala consente e seguisse sentenciando que ‘quem sou eu para não amar uma pessoa daquelas?!”. Mas é cada uma!!!
Voltando ao emprego, eu acho que, do ponto de vista espiritual, tudo conspira para ser e estar onde quer que estejamos. Como disse a Drª Gilka, a gente demora num lugar o quanto somos úteis ali. Porém, acho que se seu contexto não lhe ajuda, mas ainda assim você se qualifica, é porque você precisa e tem que ser.
Mas se fosse para escolher um outro rumo na vida, ou se eu pudesse ter um romo paralelo eu faria duas coisas, aqui ditas por desvario e não pela razão causal:
1) Eu seria DJ ou teria um espaço para dançar, onde tocassem músicas para dançar mesmo e não esse som de corno que toca por aí.
2) Ah, eu teria uma loja de biquínis artesanais, feitos realmente para mulheres, sabe?Uma lojinha itinerante, que funcionaria no meu furgão ou num carro off-road, com temporadas em Guarajuba, Praia do Forte e Farol da Barra, com preço módicos, mas biquínis assim com estampas femininas, com laços, bolinhas, pequenos arranjos, conforto, cortes como se fossem cintas, parte traseira bem delineada, bojo bem recortado e mesmo trançado de alças para gerar um bom bronzeado. Imagino cada peça. porque o sonho é meu e não tem censura.
Mas não sei vender nada.
Não vendo nem meu peixe.
E se penso nessas duas coisas é porque sino falta dessas duas coisas para meu consumo próprio.
Se um dia eu tivesse a chance de falar com um fabricante de sapatos femininos, igualmente eu pediria conforto, proteção nos calcanhares, solado sempre antiderrapante, designers femininos, cores femininas, detalhes e estampas e que nunca fosse um castigo estar elegante, de modo que estar em cia do salto não gerasse calos...
Tá. Isso é sonho. Deixa eu acordar e ir cuidar dos trabalhos.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Corpos e delitos


Eu não julgo o que cada um faz de sua identidade sexual, mas preciso dizer que um certo ex-namorado meu me surpreende.
A esta altura da vida, já quarentando, lá vem ele com crise de identidade sexual, se agarrando a pretextos para terminar com a namorada pela qual ele, assumidamente, não tem desejo sexual e da qual foge.
Para piorar, a moça quer forçar o casamento e, apesar de reclamar da falta de sexo, nem desconfia que o inimigo dela é outro e não outra.
Depois de ter tido longas relações sexuais com dois ou três homens diferentes, ele, que se acha heterossexual, vem me dizer que, na verdade, tem apenas curiosidade pelo sexo com homens.
Se a curiosidade não é satisfeita depois de seis a oito anos de sexo passivo com outros homens, eu que pergunto que curiosidade é essa.
Então, ele veio me perguntar como saber. Ora, quem sabe é ele. Eu só pude responder por mim, porque, de fato, eu nunca tive curiosidade sexual por mulheres nem vivi qualquer coisa que me fizesse questionar minhas tendências e preferências. Eu não sei ao certo onde e quando isso se cria, mas sei que se um homem transa com outros homens, gosta e prefere, heterossexual ele não pode ser.
Pulemos as classificações: como é difícil para um ser humano lidar com a própria sexualidade.
Pior ainda é se perceber diferente, contrariando o machismo, a orientação da família, os ditames da religião, a ordem estabelecida para os papéis de homem e de mulher...
Desde os 13 anos eu sabia que não queria ser mãe. Desde que me percebi um ser sexuado, nunca tive dúvidas de ser heterossexual – se foi a força da cultura, da família ou da sociedade quem determinou, eu acho que não. Se assim fosse, não haveria tanto padre gay, tanto evangélico gay, tanto gay casado, tantas lésbicas enrustidas em casamentos formais. Acho que a pessoa pode blindar o próprio armário como for, mas um dia algo escapa e deixa entrever o que há de verdade lá dentro.
Assumir que é gay iria causar muito rebuliço na vida dele. Mais para ele do que para a família: desde já me dá pena. Poxa, coitado, não se aceita! Acho que se olha e não se vê.
Recentemente eu mandei um meme para ele. Ele admitiu que ficou excitado ao olhar o volumoso pau do sujeito da imagem. E ainda assim, não sabe que é gay.
Agora, invocou que quer tirar a dúvida ( e que eu apresentasse um dos meus muitos e tantos amigos gays). Ele quer é tirar a roupa.
Tati e eu, certa vez, falávamos que nem a pior solidão do mundo nos faria ter um relacionamento com uma mulher. E repito: se não tenho desejo, nem curiosidade, muito menos o desespero me faria forçar essa barra. Não dá. Seria uma agressão tão grande contra mim mesma quanto é uma agressão um ser humano gay se forçar a uma relação heterossexual.
Sem essa de normatividade: a gente percebe, sim, o que quer e do que gosta. Viver a verdade de sua sexualidade também é um exercício de amor próprio.
Fico pensando no que me prende ao poeta e vejo que realmente o corpo do homem me atrai e me excita. Nunca houve dúvidas. Nunca. A menor atração por uma mulher, eu jamais tive. Adoro corpo de homem, sexo com homem e coisas que só vejo neles. Claro que há outras coisas, mas o corpo responde melhor as questões intrínsecas à sexualidade.
Quando eu escrevo aqui o quanto tenho sintonia sexual com o poeta. de um modo implícito teço louvores ao que me atrai num homem. Se reparo na delícia que é o meu vizinho, é meu corpo quem deseja com os olhos, quem atribui gostosuras e sabores ao que é desejado. Adoro mesmo a pele, a boca, a temperatura, o toque, o corpo inteiro do homem. Sei claramente isso.
Decerto que há mulheres que gostam de homens, mesmo sem nunca gozar com eles. Ainda assim, são heterossexuais e sabem disso. Por mais que a pessoa relute, ela sabe.

Mas me causa certa compaixão essa dor psíquica de quem não se reconhece e não se aceita...Se não se reconhece, está perdido, perdeu-se de si. Tomara que ele não desista da busca e, finalmente, se encontre.

Mortos Ao vivo


Viver é sempre uma surpresa, mesmo que os dias não nos traga grandes novidades.
Sou uma pessoa alegre, o que não significa que sou feliz todos os dias, nem que não me faltem problemas.
Hoje é dia dos Finados e eu sempre brinquei com meus amigos apagados, aqueles que cheiram a naftalina, que nunca querem sair, ou, se querem, é mais para ter o que exibir no Facebook do que propriamente para aproveitar a vida; aqueles outros, que querem viajar para o mundo ver e não para ver o mundo, graças a Deus, são poucos. Mas é interessante isso de quem tem uma infelicidade intrínseca crônica...Ah, para esses, não tem tempo bom.
Pessoas desse tipo estão tristes mesmo que tudo dê certo e que nada lhes falte; não sabem agradecer por nada que têm, nem reconhecer o que há de melhor me si: vivem sempre suas faltas, convertem algumas em inveja e todas em depressão.
Há coisas, tendência e hábitos que são uma morte. Por isso, todos os dias tento corrigir meus ciúmes. Hoje, já me entendo bem com ele, pois que está aí algo que detonava meu humor.
Sinceramente, se me olho e reconheço que meu desejos não giram exclusivamente em torno de um homem, quem sou eu para exigir que ele deseje apenas a mim? E não seria uma mentira? E se a fidelidade for proporcional à vigilância, ela existe? E se eu me preocupar em vigiar e o outro desenvolver verdadeiras técnicas de disfarce da infidelidade, isso seria ser fiel?
Não, os meus olhos percorrem corpos; sonham contatos, imaginam, desejam. Sou humana e sou normal. Os olhos dele também são humanos.
Decerto que acho ele lindo, lindo, lindo o bastante para concentrar meus olhos deslumbrados e fixar meus sentidos, outros há que os meus olhos buscam.
Sou tranquila: olho disfarçadamente. E sei quem eu quero. Minha fidelidade depende, também, de minha satisfação – seja com o homem com quem estou, seja a de meus instintos.
Não sou tolerante com os ciumentos: acho feio. Não vejo graça em escândalos, em supostas brigas de amor...Já aprontei, outrora, por vingança e ódio da desfaçatez do cara, mas não repetiria isso jamais.
Quantas vezes pensei que amei, mas era apenas histeria doentia? Mas eu não sabia. Hoje eu sei que só amei duas vezes. Se o resto foi amor, duvido: me parecem arestas de uma tendência doentia. Ora foram experiências profundas, ora foram frutos de meus desesperos, tipo eu e FJ. E que bom que tudo se transforma.
Perdi a capacidade de sair com certas amigas: nem mais convido, porque não gosto de andar com gente morta, que vai à festa morrer de sono, querer voltar cedo ou se encher de álcool.
Gosto de gente com fogo no espírito. Gente que gosta de sol, de música e de movimento. Não gosto de arrastar mortos atrás de mim, nem de gente que sai junto e não tem fairplay, que viaja para brigar, que nunca tem flexibilidade. Deus me livre! Por isso, saio cada vez mais só; ou com pares repetidos, daqueles que agitam e têm uma luz de boate na aura.
Deus abençoe aos mortos e os tenha em santa paz.
Os que, para mim, morreram, que o Pai afaste sempre de mim, em igual santa paz.
Os que são vivos-mortos, que nossos caminhos nunca se cruzem, porque não sou múmia, não sou contemplativa, sou viva, me movimento e não me entendo bem com esse tipo de ser, antagônico ao meu jeito. Deixa cada um no seu jazigo, no sepulcro e suas estabilidades mal escolhidas...Ali jazem.