Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Encontros e acasos


Sábado passado fomos comemorar o aniversário do meu primo Nanno lá no Antiquário, num show da 80 na pista.
Antes, dei um tempo no bar ali perto, no Jeca. E enquanto eu esperava o povo Rodrigo apareceu por lá e eu não o via há eras.
Tem um problema sério nisso: Rodrigo é amigo de Nanno. Com os amigos de Nanno eu sou formal e fechada e acabo nem reparando que eles são homens, acabam entrando no time dos ‘que não são para pegar’. Nos tempos de UEFS, eles dois estavam juntos em todo canto e eu nunca parei para repara em Rodrigo e vice-versa, até este sábado em que a gente se descobriu como potenciais seres humanos do sexo oposto.
Não me lembro a que altura de nossa conversa ele quis se cercar de certezas e me perguntou se eu estava sozinha ali, se eu estava sozinha no sentido de não ter namorado, se eu já fui casada, se eu tive filhos... E intercalou esta conversa com perguntas profissionais que confluíram para a discussão sobre as perspectivas profissionais dos que se formam em História, tal como nós, na graduação.
Depois de alguma conversa e não menos tensão de flerte – Diga-se de passagem, conversa boa porque o cara é inteligente e estávamos discutindo o terceiro setor, isto é a atuação das ONGs no Brasil, a visão romântica que o povo tem, achando que ONG é caridade, que não tem fins lucrativos, quando na verdade são entidades mistas que recebem dinheiro do Governo e da iniciativa privada, tendo em maioria vinculações ou interesses político-partidário, com raras exceções – eu disse a ele que tinha que ir porque a festa ia começar (o Antiquário fica a uns 30 metros de onde estávamos).
Ele me abraçou como em tom de despedida. Abobalhada eu comentei: “Poxa, Rô, você nunca me abraçou antes!” – Nestas horas eu concluo: Sou uma sequelada! Não entendi direito que estava acontecendo o que nós queríamos que acontecesse. E aí, eu já queria beijar Rodrigo há um tempo. Já que ele tomou a iniciativa, fui aquiescente. E devo registrar: que menino competente! Abraça gostoso, beija melhor ainda, acaricia com uma suavidade e intensidade... E se não fosse aniversário do meu primo, eu ficaria lá.
Mas entendi quando ele não quis ir à festa: sou parente do amigo dele. Ele não teria cara de me dar uns amassos na frente de Nanno. O pacto machista dos amigos não era à toa: meu primo iria rasgar o verbo se sacasse que a gente andou se pegando, ia dar lições em nós dois.
Eu aqui, reclamando da falta de homens heterossexuais machos do sexo masculino e excluindo das possibilidades os amigos do meu primo. Mas tem um histórico: meu primo Marcelo sabe que eu sou caidinha por um amigo dele, o Danilo. Já advertiu nós dois uma vez, a caminho da praia, cada um separadamente. Deduzo que deve ser desconfortável para eles esse papo de que o amigo está pegando a prima. E a mim ninguém pergunta o que acho. Não é que eu vá deixar de fazer o que quero por causa dos primos, mas os amigos deles tem medo de perder a amizade ou de se comprometerem porque não dá para ir ficando com a prima dos outros e depois sair como se nada tivesse acontecido. E o interessante é que todo mundo aqui citado já vai com o pé na casa dos 30 ou dos 40 anos, com as práticas da adolescência.
Ah, sim, a festa em si: uma porcaria. Não que a apresentação da banda não tenha sido boa, mas o som estava ruim, o público estava abaixo do esperado e o repertório foi pouco dançante.
E para finalizar, deixa eu agradecer a Deus por movimentar esta minha vidinha sem graça ponto com – especialmente a vida amorosa, onde nada significativo acontece desde 13 de janeiro. Acho que sou infeliz solteira tanto quanto sou infeliz quando mal acompanhada e pensando nisso, tiro duas conclusões: a primeira é que vou retirar meu perfil do site de relacionamentos, porque só tem candidato ‘tranqueira’ e site de relacionamento é fria, mau negócio; a segunda é que os amigos dos meus parentes não devem ser tratados como meus demais amigos aos quais trato como parentes. Logo, amigos de meus parentes são passíveis de despertar interesse.

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