
Vou contar umas coisas talvez bestas que me irritam, porque acabei de passar pelas duas primeiras que cito aqui: quando um amigo me interpela se eu estive em dado lugar e depois diz que "uma pessoa viu você lá!". Olha, takiupariu, meu irmão, eu não me contenho! Disse ao amigo (que no caso é uma amiga e se chama Cida, para eu não cair em contradição): Quem me viu está incluso no programa de proteção à testemunha?é da CIA? é do FBI? porque o mané vai citar a terceiros que eu estava em xis lugar e precisa ter o nome preservado? nem se eu fosse vista numa noitada no Clube das Mulheres, alisando marmanjo e colocando dinheiro na sunguinha deles, após fazer propostas indecorosas para diversões de adultos.
A segunda situação é quando os meus chegados entram em reclusão no Candomblé, seja lá para que ritual for, e não deixam o aviso prévio, ou nunca atendem ao celular, ou desaparecem por dias, frustrando combinações e compromissos.
Ora, procure um terreiro com Wi-Fi, seja adepto da Umbanda Larga 3 G ou baixe o santo por aplicativo ou download!A vida espiritual também pode ter plano de voo, não é assim, não. Depois vem a coversinha de que "ah, eu não podia dizer...". Grande segredo, hein? e eu achando que foi sequestro.
E finalmente o que eu odeio com todos os meus poros é ouvir; "Depois eu ligo para você." Ora, deixemos de conveniências e formalidades: não é mais fácil explicitar que não vai ligar? que não vai à festa? que não vai acontecer nada?
E como eu falei do que eu mais detesto nos meus amigos, vou dizer o que destesto em mim: tenho dificuldade em encerrar casos investigativos.
Quando namoro e recebo um chifre ou simplesmente pego uma mentira, vou atrás da verdade. Faço isso quando uma amizade minha é desfeita, também, porque tem coisas que são inexplicáveis, coisas que só a força da fofoca e da injúria explicam e justificam. Pois bem, não sossego! não paro, não descanso, monto linhas investigativas, faço C.S.I., escrutino, faço tocaias...fico parecida com a personagem principal do pior livro que Saramago já escreveu, isto é, Todos os nomes.Sou aquele José.
Olha, faço mapas, abro arquivos, examino, pego listas, interrogo, jogo indiretas, vou no encalço. O problema é que isso me machuca, alimenta minha mágoa, meu ódio e o desejo por vingança. Minha vingança é pura dor. É o desejo de ferir o outro na exata medida do meu sofrimento e , pareça ou não papo de maluco paranóico com mania de perseguição, sempre me escolhem para praticar injustiças e para me perseguir.
E se descubro tudo? Se todas as respostas não saem,não encerro o caso. Nunca largo o osso antes de ter todas as respostas. E se tudo vai a contento e sei tudo? passo nos lugares relacionados várias vezes. Passo, paro, imagino e respiro fundo como se inspirasse a dor e o desejo de vingança: não é justo contemplar a paz de quem acabou com a minha paz; não é justo que almas desumanas sejam felizes em cima da infelicidade dos outros, particularmente, da minha.
Não vou matar ninguém nem envenenar o prefeito, né gente? Mas aquela passadinha de olhar que diz em seu silêncio: "Eu sei o que você me fez e Deus não te deixará impune", este eu destino aos culpados. E se esbarram em mim nas horas de dificuldades ou batem à minha porta, sou omissa, fria, ruim e passo à cara o que me foi feito. Minha exceção é somente no tocante a doenças, porque na hora de uma doença não há amigo nem inimigo e eu não negaria socorro a ninguém.
Neste rol também se incluem aquelas pessoas que me condenaram sem me dar o direito à defesa e ao contraditório: odeio gente covarde. Se eu falei, vou assumir; se eu fiz, vou assumir também. Portanto, em minha vida prática, prefiro ouvir a mais dura verdade a conviver com as mentiras educadas. E nunca, jamais, eu prejudicaria uma pessoa apenas por não gostar dela. Não gostar de alguém não é motivo para lhe fazer mal - posso querer distância, posso me manter longe, mas fazer o Mal a quem simplesmente não gosto, não dá.
Bem, pelo que eu escrevi, estou mesmo digerindo as raivas. Mas tem mais uma não citada, genérica:tenho ódio dos homens que cometem misérias contra as mulheres e agem como se tudo estivesse bem, se dão como ofendidos e não manifestam a menor reação de arrependimento frente às suas faltas. Pior: ante as provas, não admitem o delito, acusando a 'promotoria' de insana. É uma frieza cínica que eu espero nunca mais experimentar na vida, porque um dos meus ex era assim...Talvez não tenha mudado nada até hoje, vá saber...
E por falar em saber e em ex, dou aqui um conselho que recebi certa vez: se o homem não vale nada, se foi desrespeitoso e canalha ou se simplemennte você deseja esquecer o cara, acredite, é preciso excluir a pessoa, não querer saber se ele está rico ou pobre, se casou ou morreu só. Olha, quem quer esquecer, mesmo que o coração aperte, o cérebro pire e o apetite desapareça, tem que aprender a articular o lado simbólico da perda e meter a tesoura no laço. Ponto final. O pensamento vai buscar a pessoa. A lembrança vai massacrar o coração. Mas quem quer esquecer porque precisa, tem que ter a consciência de nunca mais querer contato ou notícias. Nunca mais podem ser dois anos e sete mesese, como no meu caso; podem ser três meses, enfim...Mas nunca vi outra saída.
Vish, estou amarga, hein?Quem mandou eu ainda não ter descoberto quem me viu e comentou; quem me conhece e eu não conheço? Lá vai mais uma investigação.
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