Louquética

Incontinência verbal

sábado, 15 de setembro de 2018

O preço da avareza



Por um daqueles lapsos que a gente não sabe como veio e como ocorreu, me vi praticando a avareza.
Ora, se tem algo que acho feio, ridículo e imperdoável, é a pessoa ser pão-duro, mão de vaca, sovina, avara.
Essas pessoas que, a despeito de economizar, compram tudo de terceira qualidade, de terceira mão, de quinta categoria, argumentando que o efeito é o mesmo dos gêneros de primeira qualidade – para alimentos, roupas, sapatos, diversão...
Daí que eu estava no supermercado e hesitei em comprar o queijo caro fracionado. Opa, era fracionado. Logo, o preço era caro e a fração, sim, mas nem tanto.
Cinco dias antes, hesitei em comprar o lanche da companhia aérea pela qual eu viajava (LATAM), porque dar 16 reais num misto é uma afronta! Mas juntei uma ocasião e outra (embora eu tenha comprado o lanche e o queijo) e vi que, se hesitei, eu estava avara como as pessoas que conheço. Apenas com o diferencial de que as pessoas que conheço e são avaras, fariam e fazem qualquer coisa por dinheiro, inclusive desonestidades de todos os tipos, especialmente contra estabelecimentos (um troco não devolvido, uma mercadoria ou prato não lançados na conta, ficam automaticamente em omissão...
Sorte a minha que me enxergo – talvez, meu ano da guarda tenha soprado ao meu ouvido aquela advertência salvadora para que eu me corrigisse.
A vida custa caro e a inflação excede as estatísticas oficiais, em que não cabem mesmo os custos reais da vida cotidiana. Mas, um perfume original será sempre original, ainda que a imitação seja barata e parecida; as coisas que nos dão prazer, que trazem resultado, mesmo tendo seus substitutos, não aceitam imitação,