Por
um daqueles lapsos que a gente não sabe como veio e como ocorreu, me vi
praticando a avareza.
Ora,
se tem algo que acho feio, ridículo e imperdoável, é a pessoa ser pão-duro, mão
de vaca, sovina, avara.
Essas
pessoas que, a despeito de economizar, compram tudo de terceira qualidade, de
terceira mão, de quinta categoria, argumentando que o efeito é o mesmo dos
gêneros de primeira qualidade – para alimentos, roupas, sapatos, diversão...
Daí
que eu estava no supermercado e hesitei em comprar o queijo caro fracionado.
Opa, era fracionado. Logo, o preço era caro e a fração, sim, mas nem tanto.
Cinco
dias antes, hesitei em comprar o lanche da companhia aérea pela qual eu viajava
(LATAM), porque dar 16 reais num misto é uma afronta! Mas juntei uma ocasião e
outra (embora eu tenha comprado o lanche e o queijo) e vi que, se hesitei, eu
estava avara como as pessoas que conheço. Apenas com o diferencial de que as
pessoas que conheço e são avaras, fariam e fazem qualquer coisa por dinheiro,
inclusive desonestidades de todos os tipos, especialmente contra
estabelecimentos (um troco não devolvido, uma mercadoria ou prato não lançados
na conta, ficam automaticamente em omissão...
Sorte
a minha que me enxergo – talvez, meu ano da guarda tenha soprado ao meu ouvido
aquela advertência salvadora para que eu me corrigisse.
A
vida custa caro e a inflação excede as estatísticas oficiais, em que não cabem
mesmo os custos reais da vida cotidiana. Mas, um perfume original será sempre
original, ainda que a imitação seja barata e parecida; as coisas que nos dão
prazer, que trazem resultado, mesmo tendo seus substitutos, não aceitam imitação,
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