Ao cansaço se fez juntar a total falta de tempo. E como eu fico com saudades do blog, da escrita, desses encontros com anônimos que acompanham esta página.
Há tantas coisas que
acontecem na minha vida, mas, às vezes, até parece que não houve movimento.
Vou aqui priorizar
meus relatos de psicanálise, pois que foi neste ano que voltei ao consultório,
já em minha segunda tentativa de analista após a morte da minha primeira.
Começando pelo fim,
ele disse não se sentir mais à vontade para se enquadrar como psicanalista.
Disse se identificar como psicólogo cognitivo-comportamental.
Confesso que odiei a
troca, embora, de fato, em nada alterasse o andamento das sessões. É que, neste
caso, a postura do profissional é mais intrusiva.
A psicanálise lhe
deixa sozinho, na sala, com seus monstros. No máximo, nomeia cada um, mas a
você cabe levar um papo. Já a psicologia, conduz e convoca, mostra e se
intromete.
Não dói menos, mas é
esquisito que alguém me diga para que lado olhar.
Vou ficando, preciso
experimentar. O provável é que eu deixe as sessões daqui a um pequeno tempo,
por não me enquadrar nesse negócio. Tenho vergonha de admitir que a Psicologia
me parece insuficiente, talvez seja somente preconceito meu. Não sou fechada a
mudar de ideia. Veremos.
Na vida real, o
efeito foi que eu fiquei acomodada com alguns problemas. Parei de digladiar,
aceitei, não quero guerrear com angústias insolúveis.
No campo afetivo, vi
que preciso de estabilidade mesmo. Fiquei com quem eu já estava, mesmo num
relacionamento morno, que me priva de muitas coisas de que gosto e não terei.
O Homem de Capricórnio
me fez dois acenos. Respondi de forma vaga, fui formal e monossilábica. Velho
paradoxo: gosto dele, mas não será bom voltar para alguém que não me dá parte
do que eu preciso e quero e, ainda por cima, não me oferece estabilidade.
Com minha família,
segue a administração de contatos formais e o controle de minhas impaciências.
Ultimamente, o trabalho
me pegou de jeito. Ando por demais ocupada.
Acredito que eu não
esteja vendo os deslocamentos que faço, as mudanças em transcurso porque estou
elaborando lutos. Sei que é temporário. Depois, acordo. E este é o ponto: será
que deixei de sonhar?