Hoje li uma pequena
manchete, sem adentar ao conteúdo, que me deixou bastante pensativa. Era algo
assim: o conservador quer conservar o quê? E lembrei de um ser humano que
achava que ser conservador era regredir às leis morais do tempo de nossos avós.
Acho engraçado, só isso.
Outra grande descoberta,
daquelas que não guardam qualquer novidade, foi que me chamou a atenção ter
ouvido e lido sobre o efeito Dunning-Krugger, de que eu jamais tinha ouvido falar antes. Foi citado numa palestra de Fabiano Moulin (se minha memória estiver certa), para a Casa do Saber,
e refere-se à falsa sensação de sabedoria, à confiança cognitiva que a gente
pode traduzir por arrogância e que eu ouso chamar de “seachismo”, seja porque quero
dizer que o termo se reporta a quem “se acha”, seja porque, na minha cabeça,
faz inferência a ‘sea’, mar, em inglês – e, portanto, a pessoa se encontra num
mar de sofismas; seja porque até parece com ‘search’ do verbo pesquisar, em
inglês. Mas, vamos trocar em miúdos, objetivamente: o efeito Dunning-Kruegger
recebe este nome a partir dos pesquisadores que têm os sobrenomes citados; e
trata do sujeito que leu qualquer coisa e acredita que esgotou o tema e sabe
suficientemente o que mais ninguém sabe como ele.
Com muita sorte, ele
perceberá a própria ignorância e a parcialidade de seu saber. A partir daí,
consciente das próprias limitações, irá buscar saber verdadeiramente. Acontece,
entretanto, que vejo as pessoas assistirem vídeos no Youtube e consultarem a
Wikipedia, a fim de dominarem assuntos. A estratégia se apoia, ainda, na
memorização de jargões e termos técnicos, com o intuito de passar credibilidade. Aí, eu
penso que não somente essas pessoas medianamente formadas se valem disso, mas
que um número indistinto de profissionais seguem pelos mesmos caminhos: o
mecânico que diz que há uma ruptura na rebimboca da parafuseta, que implica na desaceleração
da ventoinha e, portanto, o serviço de troca do adesivo do óleo vai te custar
R$ 900,00; àquele seu coach quântico, ou o orientador tethahealing quântico; ou
a cartomante quântica e, mesmo, o bispo presbiteriano quântico da neurociência
dos santos dos últimos dias vão jogar um monte de palavras que causem a
impressão de sabedoria a si e lhe esfregue à cara a sua ignorância na causa.
Sabe com o que isso se parece? Parece aquele povo que decora versículo de bíblia e
os encaixa deturpados, adaptados aos interesses próprios; parece aquele povo
que decora número de leis, artigos e portarias e lança no meio das conversas
para parecer que sabem tudo.
Onde a Filosofia não erra, é ao demonstrar que é preciso estudar e ler muito para saber um pouco. Feliz de quem sabe que só sabe um pouco. Por outro lado, coitado dos que pensam que sabem bem pouco, apenas porque estão diante de ‘sabidos’ que são apenas espertos. Mas, voltemos ao básico: a pessoa se dizia conservadora e não sabia o que era para conservar...é cada uma!
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