Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 10 de maio de 2016

Teus vestígios


Jesus Cristo!!!Meu coração é mais confuso (convulso) que a minha cabeça!
Acabei de sair correndo do Facebook, por causa de Vinícius. Putakiupariu! Ele procurou uma ousadinhazinha, nada demais, e meu coração deu uma acelerada, que eu pensei que ia capotar na curva. Ai, que raiva! Ele ainda mexe comigo! Minha orelha ardeu, eu fiquei vermelha...Poxa!
Nem tem 48 horas que eu estava feliz, na carne do Poeta, e cá estou nessa, fugindo.
Também, olha o meu contexto: passei numa seleção, para dar aulas de Cultura e Literatura Brasileiras, numa universidade metida a besta...Na República Tcheca. Pode?
Pode!
Mandei currículo, publicações, documentos digitalizados...
Não fui a Praga, mas fiz a entrevista via Skype.
Eu, com medo da entrevista em inglês - que acabou sendo em Português de Portugal, depois - comecei logo dizendo: "Sorry my accent!", como se lá também as pessoas não tivessem sotaque.
E conversei, respondi e etc., até o entrevistador dizer que dentre as motivações profissionais de qualquer pessoa, está o salário.
(PAUSA DRAMÁTICA: ESTOU ESCREVENDO TRÊMULA, ainda POR CAUSA DE VINÍCIUS).
Da sentença, eu pensei: "Poxa, o cara deve estar me achando hipócrita, por não assumir que quero dinheiro!". E de repente, não mais que de repente, ele disse com todas as letras que eles pagavam mal, que eu ganharia cerca de 800 euros, para trabalhar em turno integral...
Caí da escada.
Caí da nuvens.
Opa, caí!
E deixou claro que somente se eu fosse suicida eu toparia uma coisa dessas, apesar de lá ser tranquilo de se viver.
Nunca imaginei que algum lugar deste mundo pagasse a um professor salário pior que o que impera no Brasil.
Bom, não vou.
E a Universidade é muito poderosa...Por medo de processo, não digo o nome, mas é aquela que o povo chama de segunda Oxford, sabe?
E eu ansiosa, medrosa, com medo de chamar Jorge Amado de Jorge Loved, num inglês digno de Joel Santana...Na hora H, nada de relevante foi perguntado.
Aí, claro, estou tentado estudar para o concurso que realmente me interessa, mas concentração, que é bom, zero.
A vida amorosa, que não tem amor nenhum, vai assim:
O crush de Seabra, que viria aqui hoje, ficou preso nos engarrafamentos de Salvador, na onda de protestos do dia de hoje. Com um bocado de atraso, passou por Feira direto, para não perder um compromisso em Irecê. Nem vi a cara dele. No meu íntimo, claro, vou mandar pastar - era só um flertezinho sem muita consequência...
O F de ficante de Salvador, eu não vejo desde o carnaval, mas ele não percebe que acabou, que foi só ali...Aí, todo dia eu deixo claro que não volto, mas ele não cansa de esperar, de me encher de conversa; e eu enrolo um pouco, para não ser mal educada...
O Poeta, ou Ele, continua sendo quem eu penso que gosto...Ficamos um tempão separados, mas o reencontro foi ótimo. Dentro de mim, muita coisa mudou...Penso nele e me vem o poema de Fernando Pessoa, sabe? "A minha alma partiu-se como um vaso vazio/Caiu pela escada excessivamente abaixo..."
Tenho uma raiva disso. Talvez eu quisesse que ele me fizesse amá-lo...Não se fez amar, mas e se se fizesse? Por acaso amor é escolha?
Ah, me senti humilhada agora! eu devo gostar ainda de Vinícius. Que merda! Que droga!Aquele moleque, se eu der de cara com ele por aí, eu tropeço, caio, desmaio e nunca mais levanto...Poxa! Que revolta! Esse sim, me lembra uma velha música do metrô:
"Convenci mais de meio mundo
Que o meu corpo não era mais seu
Que eu estava mais do que feliz sem você
Conheci olhares e perfumes
Perverti até nos bons constumes
Inventei romances só pra te esquecer
Mas não deu
Eu vou dormir só pra sonhar com você
Te seguir
Não quero mais acordar, nunca mais
Never more...Jamée plus."
Coisa horrível isso. Ou eu devo estar bem desequilibrada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário