Louquética

Incontinência verbal

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Cada um na sua e a vida continua...


Olha eu em casa, num sábado à noite! Falta de vontade de sair, poucas companhias disponíveis e atrações muito limitadas são os fatores responsáveis por isso. Não é que eu esteja me guardando para o carnaval, mas é que gosto de evento alegre, em que eu possa dançar...Hoje não há nenhum.
Por muitas vezes penso sobre as razões de eu gostar dessa cidade ingrata. Sei lá. Sempre converso sobre isso com os meus amigos: Por que será que prefiro Xique-Xique ao Rio de Janeiro? Isso não é em termos comparativos, não. Seria um disparate sem precedentes comparar uma e outra cidade, mas é o aspecto afetivo, sabe? Gostar da cidade, de estar na cidade...
Porto Alegre eu gosto, apesar da pouca hospitalidade; Conheci Barreiras recentemente e, igualmente gostei; Jacobina, também...
Nunca consegui gostar de Aracaju. Do interior de Sergipe, sim...Mas desde que eu era aluna de graduação e fui a um encontro de estudantes de meu curso em Aracaju, a cidade era a capital da solidão...Em 2007 fui morar lá: experiência dolorosa em termos de afeto.
Gosto de Salvador, mas no convívio limitado.
São Paulo, minha cidade natal, minha cidade cinzenta, eu amo...Também gosto de Campinas; adoro o Recôncavo baiano todo e já percorri boa parte do Brasil, até  Amapá está inscrito no meu mapa...
Deve ser igual aos afetos que desenvolvemos pelas pessoas: acontecem de ser como são, de simpatias, antipatias e paixões...Há quem não entenda, há quem sem ofenda; há quem queira me obrigar a gostar do que não gosto...Ainda bem que existe a educação e a polidez, para evitar conflitos bobos e desnecessários.
Tanto para cidade quanto para pessoas, nunca gastei meu tempo sendo injusta, atribuindo defeitos onde não há, deturpando, desdenhando...Já disse: respeito aos meus inimigos e respeito o que está fora dos meus afetos. reservo-me, porém, o direito a não gostar, a quebrar a unanimidade. Não o faço para ser do contra: é o afeto sincero.
Em minha sinceridade, vivo declarando: não bebo álcool porque não gosto de álcool; não gosto de comida gordurosa, nem de carne mal passada; não assisto ao BigBrother nem vejo filmes de super-heróis; não gosto de televisão ligada enquanto converso; não gosto que ninguém entre no banheiro enquanto nele eu estiver; não faço as perguntas que não quero que me façam; não quero ser mãe e não acredito em (meu) casamento; também não acho que o capitalismo será superado; não namoraria um homem careca; não suporto cigarro nem cheiro de maconha; não gosto de pagode nem de música sertaneja, não sou pela ortorexia, nem pelas paranoias alimentares...As pessoas, porém, buscam intersecções de gosto...Esses são os meus. Parte deles. Muitos eu talvez não declarasse na frente dos outros, porque os olhares coercitivos já são previamente esperados. Sei, por isso mesmo, que há muitas pessoas fingindo que gostam do que detestam ( e vice-versa), para fugir de conflitos. De fato, nem tudo precisa ser dito...Já disse. E o mundo é formado pela diversidade ( de gosto, de opinião, de pensamento, de postura...).
O que resta dizer? Praticar a calma ante o incômodo dos que não compartilham do mesmo gosto que a gente. E aos que pensam como eu, digo: "Mantenha a calma e faça reiki" - ou não faça nada, ou faça o que você quiser. Porém, não deixe de fazer uma investigação interior a fim de descobrir por que uma opinião discordante pode ser tão relevante para você.

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