A liberdade é uma casa
de muitas portas. Muitas vezes, a gente diz: “Livre-se disso!”, como se fosse
apenas um ato de jogar fora, se esquivar de uma situação, deixar uma pessoa, um
hábito, um vício, um lugar...
Livrar-se de algo é,
realmente, ficar livre daquilo, consolidar a própria liberdade. Por isso,
reitero aqui uma afirmação de tempos atrás: exerça sua liberdade de não querer,
seja lá o que for.
Exerça a sua liberdade
plenamente, analisando, antes de tudo, que necessidade você tem de manter ou de se manter preso a seja lá o que for.
A gente muda. Muda a
nossa percepção. Até o amor muda e muda de forma tão premente, que acaba – em alguns
casos, acaba mal. Mas, na maioria dos casos, vale a pena.
Se o amor se tornou
algo pesado e chato, é que já não é amor. Bem assim a amizade e o contato com
certos parentes.
Uma coisa é o cerimonial,
o ritual, a burocracia dos contatos...outra coisa é você ter que suportar o
convívio. Este último é sempre alternativo. Mesmo que a pessoa more perto de
você ou trabalhe em sua repartição – desgastante, eu sei, ignorar a pessoa ou
não dar bola à presença dela, mas não é necessário prolongar esse convívio. Não
leve quem te desagrada para a sua casa, para o seu dia...
Há amizades unilaterais:
você gosta do amigo. Ele pensa que gosta de você e, entretanto, tem posturas
autoritárias, nunca é concessivo ou, simplesmente, é uma pessoa chata e
egoísta, que adora ser servida e que se acostumou a decidir tudo por todo mundo.
Às vezes, esses tiranos são bem enturmados, por situações prévias, de infância,
de outras coisas – e é claro que mesmo os amigos mais malas têm qualidades que
nos atraem para o rol das amizades e que a gente põe na balança...Outros, não:
a gente gosta deles apesar das falhas. Mas, por ser amizade unilateral, uma
hora a gente se pergunta se precisa mesmo se submeter àquilo, aturar aquela
pessoa chata, ruim...Há os egoístas máster, que colocam a gente na lista dos
programas, mas o comando é deles, só se ouve no carro o que eles determinam, só
se faz o roteiro de lazer e viagens que ele quer...Não é uma coisa suportável.
Pergunte-se se você precisa disso.
Agora é período
natalino. Época de eclosão da hipocrisia. Alguns sapos, a gente engole, por
conta da boa educação - programas ruins,
trocas de presentes com gente odiável, contenção de mágoas em eventos sociais,
correspondência aos falsos votos de gente que, sabidamente, torce pelo nosso
mal e pelo nosso insucesso...Eis-no abraçando gente escrota. E o que eu digo?
Relaxa, que isso passa. São sapos que a gente engole, às vezes, para favorecer
as aparências, a harmonia social, para agradar nossa tia boazinha. Lembre-se
sempre de manter distância, não se expor ao veneno...
Outra dica valiosa:
não caia na tentação de ostentar sucessos, ganhos, conquistas... Não vale a
pena esfregar na cara dos outros. Uma hora a notícia chega sozinha aos ouvidos
que precisam saber.
É a coisa mais clichê
que se pode dizer ou esperar, mas “O tempo é o senhor das verdades”. O tempo é
um grande mestre que sabe mexer as peças do tabuleiro, revirar lugares, confirmar
suspeitas, desfazer equívocos e ilusões...
Ter fair play ajuda também. O ajuste de contas
pode ser nosso, conosco, introspectivamente...Ou pode ser externo, mas, se você
não está tão bem quanto gostaria, assuma sua parte nas causas da situação
atual. Perdeu a a partida, mude a estratégia ou saia do jogo.
Não adianta sonhar:
para algo mudar, você precisa contribuir.
Antes de qualquer
coisa, livre-se do que não lhe serve mais ou de quem você não quer mais ser
serviçal.
A gente sempre deve
saber a hora de deixar a mesa, seja por estar satisfeito ou por perceber a
insatisfação. Cuida, também, de escolher direito quem convidas para a tua mesa: não é preciso partilhar presenças incômodas, que tornam o momento indigesto.
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