Louquética

Incontinência verbal

domingo, 9 de junho de 2019

Amor em cena



Estamos na semana do Dia dos Namorados (12/06) e não é novidade para ninguém a enxurrada de gente a trocar o status dos relacionamentos no Facebook, assim como já é por todos conhecida a estratégia de muitas mulheres ao mandarem flores para si mesmas e as já óbvias filas nos motéis e restaurantes.

Ao lado deste povo de comportamento óbvio, as amigas que têm medo de dar presentes e sofrer a decepção do não retorno ou da declaração de que aquilo ali não é namoro, por parte do homem.
Acho isso incrível: ainda cabe ao homem o poder na relação amorosa. É ele quem declara o estado civil do casal. Mulheres não são Juán Guaidó (que se autoproclamou presidente interino da Venezuela) para se autoproclamarem coisa nenhuma de ninguém.
Se o homem não assumir o relacionamento, não há relacionamento.
As pessoas moram juntas, fazem sexo, desenvolvem afetos, criam filhos, compartilham um lar, fazem compras juntas, são dependentes no cartão de crédito e no plano de saúde um do outro, mas somente ao homem cabe declarar o namoro ou o status do relacionamento, pelo menos aqui no Brasil.

Isso a gente constata: não é por machismo ou por concordar com o fato, não. É que é assim.
O oposto dá muito trabalho: se a mulher resolver se autodeclarar solteira, que não se espere o resto da tríade, o tal ‘livre e desimpedida’. Não é somente a família e os próximos a vigiar a conduta da solteira, como a possibilidade de engrossar a nossa alta e conhecida estatística dos homens que “não aceitavam o fim do relacionamento” – e aí, prepare o vaso da vingança, que pode estar cheio de cólera, ira e frustração, descambando para violências fatais.
Aqui no Brasil, em que impera a máscara da liberalidade, todo poder é do homem. Só ele pode. E pode tudo!
Decerto, muitos são os que se aproveitam dos precedentes abertos por comportamentos femininos lamentáveis, porque eles existem, sim: desde a leviandade dos recursos para tirar dinheiro do homem, até gravidez estratégica para prender um homem num relacionamento ou obter garantias de rendas futuras. É preciso observar isso: há muitos homens. A recorrência de comportamentos faz a regra, mas não significa que dá conta da totalidade deles. Logo, há os que fogem ao padrão comum.
Há muitas mulheres. O condicionantes sociais e culturais, assim como a personalidade, individualizam umas e homogeneízam outras. Porém, o que fica como regra? O comportamento da maioria.
Por esta mesma via de análise, tem um rebanho de idiotas que se apegam àquela pergunta: “Se todos os homens são iguais, por que as mulheres escolhem tanto?”.  A resposta é bem clara: boas escolhas dependem de se conhecer as opções disponíveis. Algumas vezes, dentre as opções que se tem, opta-se por “NRA”, ou seja, “Nenhuma Resposta Anterior”. Isso é discernimento. Há quem escolha errado? Sim. Há quem chute? Claro que sim. A gente é que deve ter em mente que é possível fazer o rascunho antes de dar a resposta definitiva.
Para uns, mais amor, por favor!
Para outros, mais humor, por favor!

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