De vez em quando, a vida fica mais pitoresca que narrativas de filme adolescente ou ficção pouco elaborada. Vamos a uma: Mais engraçado do
que o momento em que “o feitiço vira contra o feiticeiro”, é quando o
feiticeiro fica enfeitiçado e magnetizado a tal ponto que não quer mais ser
feiticeiro.
Resumindo essa
história, uma Amiga-Fura-Olho intermediou o encontro de um cara meio mala com
outra amiga nossa em comum.
Não gostei da ideia,
porque a Amiga-vítima é chata, mas não merece um mentiroso e mala como o tal
que lhe foi arremessado nos braços.
Em cinco dias um já
eram o grande amor da vida do outro. Fez-se a intimidade sexual e ele, mala que
é, disse à mediadora que a Amiga-vítima era fria e que ele gostava das
novinhas.
Aos dez dias do
caso, ele mudou completamente de ideia: confessou que a Amiga-vítima era muito
legal, pessoa direita, de coração bom, presente, companheira, que deu a ele os
melhores dias dos últimos tempo, porque trazia paz gratuitamente e que, fazendo
as contas, valia mais a pena ficar com ela do que descartá-la.
Dali a dois dias,
estava ele, o mala, a cercar a Amiga-vítima em precauções para livrá-la de
perdas e golpes.
A Amiga Fura Olho ficou enfurecida: ninguém mudou por ela – eles já tiveram um caso e conhecem
bastante um ao outro, a ponto de saber que reciprocamente não valem nada.
Inveja, ela teve.
E eu, que estava
inquieta, pensando em como dizer à Amiga-vítima que aquele homem tem 12 anos a
mais do que declara, não tem aquela profissão, nem aqueles bens...que é um
estelionatário afetivo, cheio de mentiras no bolso...
Feio ele é, mas um feio
elegante não chega a incomodar e isso ela já havia visto. Fiquei feliz pelos
dois: por ela não quebrar a cara e por ele ter se convertido, passando para lado positivo da situação.
Enfeitiçado ficou ele, especialmente pela bondade dela - que tem o coração tão bom que, numa viagem comigo, catou um copinho e foi regar as plantas da recepção de onde a gente se hospedou...com ele, ela deve ter regado tão bons exemplos, que os frutos apareceram logo.
Pequenas narrativas
da vida que nos fazem crer que pode ser possível ser diferente, que os finais
podem tomar outros rumos – e eu, do que sei, nada direi. E passemos aos próximos capítulos.
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