Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Respostas óbvias para questões comuns

 

 


Sendo mulher, quem nunca encarou problemas clássicos com o relacionamento com os homens? Desde situações em que a gente ama o cara, mas não tem satisfação sexual com ele e, por isso, hesita, se termina ou mantém o namoro, suportando essa falta (ou se resolve, tendo um terceiro elemento); àquelas clássicas mais clássicas, com as quais resolvi me arvorar a responder, por mera brincadeira – afinal, o especialista em sua vida é você e o acesso a este blog não substitui a orientação de um profissional – e será que tem doido que vem tomar decisões baseando-se em blogs? Bem, vejamos os típicos casos:

a) Apertem os cintos, o sujeito sumiu após o primeiro encontro; b) Visualizou a mensagem e não respondeu, por que será?;  c) Ele sumiu, mas depois apareceu...e sumiu de novo; d) Ele adora estar comigo, mas não saímos em público; e) Marcou de vir e desapareceu; f) Ele exige tanto e dá tão pouco; g) Eu sempre pago a conta por nós dois; h) Ele está no Tinder; i) Eu que sempre tomo a iniciativa de buscar contato com ele.

Nem tudo acima eu coloquei sob a forma de perguntas, seja por que em alguns casos as coisas não se dão de modo interrogativo direto, seja porque minhas amigas e eu, ao formularmos perguntas, já temos ali a resposta. Então, a gente traduz assim, para bons entendedores:

  a) Apertem os cintos, o sujeito sumiu após o primeiro encontro – Sumiu mesmo, porque queria sexo. Se gostasse, voltaria. E se não houve sexo, não voltou porque não gostou de algo em nós. Pode se tranquilizar, porque ele não foi sequestrado, nem abduzido por extraterrestre, o telefone não bugou e detonou a agenda, ele não está na UTI.

  b) Visualizou a mensagem e não respondeu, por que será? Bem, a resposta já está dada. O vácuo, o silêncio é uma resposta e das mais pesadas: a atenção é proporcional ao interesse. Se a pessoa estiver interessada, você será prioridade. E o melhor é dar uma resposta à altura, ou seja, nunca mais manter contato.

 c) Ele sumiu, mas depois apareceu...e sumiu de novo: pois é. Some e volta porque tem certeza de que você estará onde ele deixou, isto é, à espera (“Esperando, parada, pregada na pedra do porto”, como diria Chico Buarque). E este ‘espera aí, que eu já volto”, significa que você foi deixada em stand by, em modo de espera. Meu sincero conselho: levante-se e vá embora. Contudo, se você ama, não tem jeito. Precisa catar a migalha que cair desse prato e criar forças para se libertar, enfrentando as fomes do fim do esconde-esconde. Vamos falar sério? O cara está brincando com você.

d) Ele adora estar comigo, mas não saímos em público. Neste caso, está claro que o sujeito tem outras ou deseja ter todas as outras. Para tanto, convém ser visto sozinho. Isso indica seu lugar na vida dele – o porão.

e)* O "eu sempre pago a conta por nós dois", eu prefiro não comentar porque é bastante explícito e eu vou poupar adjetivos.

 f) Ele marcou de vir e desapareceu: os itens b e c estão subentendidos aqui: há descaso, desrespeito e clara falta de interesse. Quem quer a gente, busca ficar com a gente. Se não é prioridade o encontro, a pessoa sumirá tranquilamente e se você for útil, no futuro ela (re)aparece e reinicia o jogo das esperas.) 

   g) Ele exige tanto e dá tão pouco. Outro óbvio caso em que o cara te trata como última opção, com postura abusiva de superioridade, pois faz mil exigências, impõe condições, se autovalorizando de tal forma que, quem quiser desfrutar desse ser valioso, que pague seu preço. A solução? Você está na promoção, para aceitar isso?

h) Ele está no Tinder. Aí o problema é todo seu, porque quem está nos aplicativos de relacionamento não busca, ali, crescimento espiritual; nem novas amizades; nem um novo emprego. O que será que buscam, não é? Aplicativos para relacionamento são autoexplicativos, se prestam àquilo que o título já diz. Mas eu vou repetir, porque tem gente distraída no mundo: relacionamentos. De flerte, a pegação, sexo, namoro...

  i) Eu que sempre tomo a iniciativa de buscar contato com ele. Dá vontade de repetir porque, de novo, as respostas se subentendem. Se todo o esforço é seu, é porque ele não tem interesse e se acha, crendo que você pagará qualquer preço para estar com ele, que você sempre estará disponível. Não há nada de mais em nenhuma das situações acima descritas, desde que você aceite e queira; desde que não sofra.

CONCLUSÃO: Amor não é receita de bolo. E há várias formas de amar. Quem é feliz em casal, trisal, em quadrisal, que seja e viva sua fórmula particular.

Na Fidelidade ou na Fudelidade, na solidão honesta ou nos pegue-e-não-se apegue, cada um que siga o que quiser, desde que goste e não faça disso uma angústia; desde que não se force para caber no modelo que não é adequado a si.

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