As férias da escrita
aqui no blog não tiveram a ver com férias propriamente ditas. Ao contrário, me
ocupei por demais com outras escritas alheias, em sentido profissional. Mas,
eis-me aqui, finalmente desvencilhada do Instagram e cada vez menos presente no
Facebook. No primeiro, porque a futilidade é quinhentas vezes maior; no
segundo, porque o Facebook se tornou apenas uma ferramenta chata de disseminação
de notícias falsas e jogos fúteis e inúteis- vou lá porque tenho bons amigos e
ali acho modos de aparecer e mostrar que estou viva, já que respeitamos a
situação de pandemia.
Também por isso, não
viajei para lugar algum. Não nego meus maus olhos contra os que viajam, dentre
os meus amigos. Acho que lazer todo mundo precisa. Descanso, também. Mas, agora
não dá. Agora não há abraço que seja possível, se bem que vez ou outra um amigo
me faz visita surpresa e eu, louca para abraçar, para ficar farofando os
cabelos deles, porque trato todo mundo como trato os meus gatos e, então, se me
distraio, estou farofando os cabelinhos de todos. Hábito mesmo.
Passei o ano novo em
casa, fui ao shopping, se muito, três vezes, e me senti num filme de terror,
fugindo de zumbis, porque o povo vem para cima, cola, se atira. Criei coragem,
no sábado passado, e fui comprar short, porque notei que meu guarda-roupa só
tem roupas de trabalho. Fui com medo e voltei com pavor e, sob esse clima,
resolvi dirigir até às ruas de festa, para ver se o Bar do Fracassados estava
aberto. O nome do bar é outro, mas na minha cabeça esse é o nome verdadeiro, a
razão social real, porque lá sempre vão os que estão fracassados em algum setor
da vida.
Passei meus olhos
gulosos lentamente pela janela do carro, doida para estacionar e ir ver quem eu
encontraria lá, para um minutinho de conversa vadia...O bar é sombrio, de pouca
luz e muita fumaça de maconha, mas estava aberto sim. Ali é abaixo do
underground e quem é gay nunca sai de lá desacompanhado.
Por aqui, o povo aglomera
e festeja, sem a menor responsabilidade. Guardei meu distanciamento e voltei
para casa, observando o caminho cheio de festas ou de carros circulando atrás
de farras.
O verão, até aqui,
foi de calor e de pouco sol. Para mim, sem praia, sem piscina, sem marquinha de
biquíni. Verão bom é verão sem horário de verão.
E sobre vacina, o
dia chegará em que serei contemplada. Não resolve a pandemia, mas contribui
para reduzir o agravamento
Vi e ri, de gente
que desfez da vacina, agora furar a fila para se imunizar da doença em que não
acreditam. Ah, esse Brasil vai mal, mas, sigamos: 2021 será o ano da
contradição generalizada.
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