Louquética

Incontinência verbal

domingo, 31 de janeiro de 2021

 


As férias da escrita aqui no blog não tiveram a ver com férias propriamente ditas. Ao contrário, me ocupei por demais com outras escritas alheias, em sentido profissional. Mas, eis-me aqui, finalmente desvencilhada do Instagram e cada vez menos presente no Facebook. No primeiro, porque a futilidade é quinhentas vezes maior; no segundo, porque o Facebook se tornou apenas uma ferramenta chata de disseminação de notícias falsas e jogos fúteis e inúteis- vou lá porque tenho bons amigos e ali acho modos de aparecer e mostrar que estou viva, já que respeitamos a situação de pandemia.

Também por isso, não viajei para lugar algum. Não nego meus maus olhos contra os que viajam, dentre os meus amigos. Acho que lazer todo mundo precisa. Descanso, também. Mas, agora não dá. Agora não há abraço que seja possível, se bem que vez ou outra um amigo me faz visita surpresa e eu, louca para abraçar, para ficar farofando os cabelos deles, porque trato todo mundo como trato os meus gatos e, então, se me distraio, estou farofando os cabelinhos de todos. Hábito mesmo.

Passei o ano novo em casa, fui ao shopping, se muito, três vezes, e me senti num filme de terror, fugindo de zumbis, porque o povo vem para cima, cola, se atira. Criei coragem, no sábado passado, e fui comprar short, porque notei que meu guarda-roupa só tem roupas de trabalho. Fui com medo e voltei com pavor e, sob esse clima, resolvi dirigir até às ruas de festa, para ver se o Bar do Fracassados estava aberto. O nome do bar é outro, mas na minha cabeça esse é o nome verdadeiro, a razão social real, porque lá sempre vão os que estão fracassados em algum setor da vida.

Passei meus olhos gulosos lentamente pela janela do carro, doida para estacionar e ir ver quem eu encontraria lá, para um minutinho de conversa vadia...O bar é sombrio, de pouca luz e muita fumaça de maconha, mas estava aberto sim. Ali é abaixo do underground e quem é gay nunca sai de lá desacompanhado.

Por aqui, o povo aglomera e festeja, sem a menor responsabilidade. Guardei meu distanciamento e voltei para casa, observando o caminho cheio de festas ou de carros circulando atrás de farras.

O verão, até aqui, foi de calor e de pouco sol. Para mim, sem praia, sem piscina, sem marquinha de biquíni. Verão bom é verão sem horário de verão.

E sobre vacina, o dia chegará em que serei contemplada. Não resolve a pandemia, mas contribui para reduzir o agravamento

Vi e ri, de gente que desfez da vacina, agora furar a fila para se imunizar da doença em que não acreditam. Ah, esse Brasil vai mal, mas, sigamos: 2021 será o ano da contradição generalizada.

 

 


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