A
cada dia, um aprendizado.
Morar
no Brasil não tem sido fácil e eis uma lição à qual deveríamos prestar mais
atenção.
Não
é somente o absurdo da situação econômica, com alto índice de desemprego,
preços altos, impostos absurdos; mas, sobretudo, é a ascensão do delírio
fundamentalista. Eu nunca imaginei me deparar com tanta estupidez, burrice e
delírios coletivos. Não porque fôssemos, enquanto povo, um exemplo de
superioridade moral ou que fizéssemos jus aos enaltecimentos que o hino
nacional proclama, mas porque as coisas que os setores conservadores da
sociedade brasileira defendem são totalmente contrários à lógica. Lógica
básica, sabe? Tipo a pessoa se supor tão importante a ponto de defender que há
microchip numa vacina contra a COVID; ou que são usados fetos humanos na composição da vacina; ou coisas cujo absurdo faz a gente duvidar
que o ser humano é mesmo racional.
Como
pessoa da Literatura, tenho especial desprezo a quem emprega o termo NARRATIVA como
se fosse sinônimo de mentira.
Entendo
a astúcia dos que, pregando para convertidos, manobram as palavras para induzir
conclusões absurdas.
Vejam
bem: estamos sob uma pandemia. Isso não vai passar no próximo ano. Se muito,
vamos ter melhoras a partir de junho do ano que vem – fácil de calcular, não de
prever, porque somos conectados global e mundialmente; e as variantes confirmam
isso. Desta forma, não adianta que uma parte do mundo esteja curada, se a outra
não estiver, porque sempre haverão contatos. Sabe aquele tempo em que tínhamos
áreas para fumantes? Demorou para perceberem que a fumaça não respeita limites,
não fica restrita ao lugar destinado a ela e, ao que parece, a fumaça do
cigarro nem sabe ler as placas. Pois, bem, o mesmo vale para o vírus. Ele viaja, reage, se modifica.
Outro
fator: reorganizar a vida após pandemia não será fácil. Reorganizar a cabeça,
após um evento traumático, ao que se somarão as consequências da destruição da
natureza em favor do agronegócio, da árvore que cai para virar pasto de bois; reorganizar
a sociedade diante de problemas políticos em ano de eleição em que uma parte
dos eleitores quer impor e obrigar à outra parte a votar como ele quer,
louvando um mesmo ídolo adorado; o acirramento da burrice e da violência será
outro fator que se faz sentir como indicadores de um 2022 horroroso em termos
práticos para o país.
Acho
incrível a força dos maus. Acho lamentável o lado justo da história estar
acuado, calado, desiludido, emitindo notas de repúdio como se tratassem com adversários racionais...Sim, lutamos como nunca e perdemos como sempre.
Porém, quem ganha nunca está satisfeito e sabe como boicotar a paz respeitosa
dos que se tornaram opositores por ousarem pensar diferente.
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