Até tentei escrever
em setembro, mas não houve tempo. Refiro-me a tempo qualificado, não a essas
migalhas de improviso cronológico.
Acumulam-se
assuntos, acontecimentos, opiniões. Também foi um mês em que mudei muitas
coisas em minha vida, tipo: topei um trabalho paralelo temporário, a ser pago
em escambo direto, um serviço por outro serviço. Afirmo, contudo, que o meu é
mais cansativo e demanda mais esforço, porque trabalho intelectual não existe
sem o auxílio do corpo – sentar, pensar, escrever, organizar...
Outra coisa que fiz
foi entrar num curso de dança do ventre. Nem era minha escolha, mas era o que
havia de compatível com meu horário disponível. E daí começo esta postagem propriamente
dita.
Sabemos que vivemos
a ambiguidade de estarmos numa sociedade que prega a atividade física como
questão saúde; mas que também oferece comodidades que acomodam e favorecem à
preguiça.
Queremos fazer
ginástica e congêneres (crossfit, musculação, treino funcional, etc.) para ficarmos
bonitos, gostosos e sermos reconhecidos por isso. Não vale a pena mentir.
Nunca fui
sedentária, mas só me dei conta disso durante uma conversa com o Homem de
Capricórnio. Em especial, desde 2013 jamais larguei a academia. Durante a
pandemia, eu treinava em casa como me era possível.
Nunca fui gorda,
muito menos, preguiçosa. Porém, nunca vi refletidos em meu corpo os resultados
de meus esforços. Acrescento que gosto de andar e ando; na academia, corro; em
casa, percorro jardins com vários baldes de 12 litros cheios de água.
Como não gosto de
ser mal agradecida com meu metabolismo, vou me conformar, dizendo que se a
atividade física não melhora meu corpo, ajuda a não piorar. Mas, acho que entrego
mais do que recebo. E eis a questão: vou reclamar onde? Já tenho a vantagem de
não beber álcool; de não tomar refrigerantes nem ser louca por comidas
gordurosas e clássicos como feijoada com cerveja.
Como outras coisas.
Sou louca por pão e por café; por bolos e saladas de frutas cheias de caldinhas.
Não sou da ortorexia alimentar. Ao contrário, morro de rir dessas histórias
sobre reeducação alimentar e declaro que sou, portanto, mal educada.
Acho que vale a pena
se movimentar.
Gosto de caminhar e
nunca procurei atividades físicas com amigos e amigas. Odeio conversas
paralelas. Gosto de estar só nessas ocasiões.
Agora que tenho que
aprender a me contorcer com equilíbrio na dança do ventre, quero ver meu ventre
livre.
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