Louquética

Incontinência verbal

domingo, 15 de junho de 2014

Nem dou bola!


A mim, a Copa não diz nada. Não dou a menor bola para a Copa. Tanto faz ter jogo ou não ter, ganhar, perder, empatar... Por isso mesmo não sou uma boa companhia para os meus amigos, pois fico lá, apática, incapaz de um grito ou de um sobressalto de suspense de gol. Evito, portanto, as aglomerações propostas por eles, porque eu pareceria fria e ranzinza. Talvez eu seja fria e ranzinza com futebol, sei lá. Sei que pago um preço alto por não gostar daqui que a maioria gosta. 
Não gosto de bebida alcoólica, nem de um bando de coisas da gastronomia, não acho a Cidade Maravilhosa maravilhosa, não consigo me anestesiar ante os clichês da opinião geral, mas de maneira natural, não é um escolha deliberada para 'ser do contra', só pelo goto de discordar.
É assim também no sexo: tem certas preferências universais das mulheres, que não chegam a ser uma predileção minha. Difícil é passar do cálculo moral e decidir se vou fingir, para não decepcionar meu par; ou assumir que não é exatamente não gostar daquilo, mas ser indiferente. Bom, não sinto nada: tanto faz ter ou não ter, não é algo que me enlouqueça, pelo qual eu espere...
Mas devo dizer que o fato da realização da Copa do Mundo de Futebol ser aqui no Brasil e antecipar dias do recesso junino foi muito bem recebido por mim: eu precisava desse tempo.
Em maio dirigi quatro vezes para Salvador, nas quatro semanas, indo e vindo pela BR 324; dormindo pouco, ficando na capital da segunda à quinta e pouco usufruindo do meu lar. Gosto da minha casa, sempre declarei isso. Agora quero aproveitá-la.
Nesse tempo de ir dirigindo, criei uma trilha sonora especifica, que jogo no pendrive e que sempre tem lá a música do Otto, Crua, que reproduzi em outra postagem daqui. Penso a vida como um filme, faço a rota e o roteiro, coopto personagens, me decepciono, crio tensões, vivo dramas... E também vejo que tenho me divertido pouco. 
O amor que eu tinha, era pouco e se acabou, porque não sou pessoa de paciência. Voltei a cometer um erro já sinalizado por minha analista (não como erro, mas como prática) e dei um xeque-mate no meu 'objeto amoroso' pois coloquei as cartas na mesa.
Para a minha analista, este é um gesto castrador porque os homens não têm estrutura para responder de forma clara, direta, específica e objetiva a nada em relação a uma mulher. Traduzo isso como covardia. O que há de tão assustador em assumir uma coisa qualquer? quer? não quer? foi? não foi? é isso? não é? a que se deve? poderia? Enfim, clareza não é ofensa, não é tortura...Se isso castra um homem, parabéns para mim, que vou viver com eunucos. Ora, bolas!

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