Louquética

Incontinência verbal

sábado, 20 de agosto de 2016

Grandiosas batalhas


Estou feliz, agora que sei o nome dos meus inimigos. Não necessariamente porque sejam inimigos no sentido literal, mas adversários de pontos de vista.
Sei o que vou combater, que tipo de raciocínio os move...E eu me movo por boas batalhas. Acho que gosto de brigar e tenho respeito pelos meus inimigos. Nada melhor, para motivar a vida, do que o desafio de um adversário respeitável.
Quanto aos ex-amigos, duas amigas e um amigo, juro: não lhes desejo mal, nem os considero na mesma estirpe que estes tais anteriormente citados. Mas são gente de que quero distância. Quando eu falo de minhas mágoas pessoais, não é nada assim do tipo que fiquei profundamente ofendida. Isso é no começo. Depois, vira decepção. E quando eu quebro a cara, tudo em mim se parte e a amizade se estilhaça. E se a amizade me traz problemas e gera em mim queixumes, não quero nunca mais reatar. Contudo, deixo lá quieto, e que a vida deles não encoste na minha.
Bem, lá vou eu enfrentar uma grande e poderosa inimiga. Tenho respeito por ela, mas á tive temor: ela tinha armas para me destruir sumariamente.
Agora, não: conheço essas armas. Tenho as minhas. A vida nos obrigou a dar as mãos, certa feita, por coisas que estavam acima de nossa inimizade. E é por isso que eu a respeito.
Há coisas acima de nossa particular e recíproca antipatia. Ela sabe que eu sou ética. Isso me basta.
Se há algo que me destruiria, seria ver que um desafeto meu me acha injuriosa, antiética, trapaceira, mentirosa, baixa. Não: que me ache monstruosa e fria, dura, inflexível, burra, malcriada, irônica, impiedosa, miserável e todos os maus adjetivos que couber no rol das ofensas. Pois, que ache. Mas que jamais ache que luto trapaceando e uso armas desiguais.
Tenho orgulho da batalha limpa. E nunca esqueço um aliado.
Mesmo um inimigo, se se portou dignamente, se suscitou minha gratidão, não nego o agradecimento, o reconhecimento e a gratidão. Coisa feia, para mim, seria assim não proceder.
Bem, estou feliz.
Tenho ocupações, já falei delas; tenho rolos afetivos; tenho algumas dores pelo destino de um dos meus ex-namorados viciado em álcool, que nunca se emenda, a que sempre acolho; tenho problemas comuns de gente comum que almoça, janta e se espanta, mas estou feliz, bem feliz.
Hoje é um daqueles dias em que preciso dar graças a Deus. Eis meu dia particular de ação de bênçãos, porque me sinto protegida e abençoada e não preciso ganhar carro e fortunas para agradecer a Deus: os tesouros do cotidiano me deixam feliz. Agradeço por me sentir feliz, num tempo em que há tanta tristeza e depressão, em que nada basta até a quem tem tudo. Somente pelo espírito de alegria, força e luta, eu agradeço a Deus e a seus enviados.

Não temo a batalha. Fácil não é. Não se entra em campo com a ideia de matar sem se ferir ou de vencer sem contar com baixas no seu exército. Mas o que me move é a luta. Já disse: vou ao front. Enfrento. Em frente! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário