O
caso é que eu me importo mais do que admito me importar. Não sei porque tenho
essas coisas de me calar, às vezes...acho que é porque sei que certas coisas
são claras, óbvias demais para serem discutidas...
Por
que será que tudo muda depois de uma briga?? Por que será que o poeta com quem
me relaciono espera que eu me enfureça para, então, fazer o que deve, agir como
deve, se ao me enfurecer ele já sabe a razão e a solução para o caso?
Bem
poderia ser todos os dias aquela paz, aquela ausência de conflitos, aquela
extinção da guerra fria que estabeleço a cada negligência dele.
Paciência
é coisa pequeninha em minha vida, mas ele desafia, ele põe a minha em vias de
extinção...Depois, reclama que estou furiosa.
Tenho
um relacionamento longo com o tédio. Nunca me casaria por isso: todo amor
acaba; todo convívio incessante termina por sufocar e renovação não é essa
bobagem de usar fantasias ou fazer viagens para lugares novos. Relacionamentos
envelhecem e ficam ranzizas...
Outra
face da verdadeira autoestima é composta pelo quanto a gente aprecia e si
mesmo. Isso significa preservar um tempo para estar a sós consigo, se
descobrindo, se curtindo, caminhando sozinho, fazendo delícias na cozinha para
si mesmo; dando-se doses de prazer e satisfação... Os outros são apenas
convidados com quem partilhamos coisas, talvez o melhor de nós.
Já
me prendi em relacionamentos doentios porque tive dependência emocional.
Já
fiz muita criancice, do tipo substituir um homem por outro parecido; construir
amores rapidamente, a fim de não ter tempo para encarar o vazio da relação que
acabou; já experimentei ser como os outros, vivendo amores descartáveis e
vazios. Posso dizer que são péssimas opções. Melhor encarar, superar a dor e
seguir com honestidade emocional.
Sou
sincera: me canso das pessoas. De toda e de qualquer pessoa. Preciso sempre de
um tempo.
Pratico
algumas leviandades com o poeta, mas é por pura preguiça de enfrentar o
desgaste das questões sérias, não é por desvio moral – são coisas dele que eu
finjo acreditar, são pontos de vista que eu finjo concordar, são coisas que
estão mais para o contrabando de opiniões do que para traições implícitas.
Gosto
muito dele. Não amo. Amei pouco na vida. Amei menos do que eu pensava, do que
falei...Hoje eu vejo o quanto decepcionei os que se pensavam amados, menos por
minhas declarações gongóricas, exageradas, hiperbólicas, do que por meus
gestos. Acho que tratei esse povo todo, que foi meu namorado e meu affair, com doses altas de carinho,
atenção e gestos amorosos, a tal ponto que se julgavam amados – lembrei de FJ,
que se achava amado. Não foi por vingança que o convenci do contrário. Há esse
lado de que se quero me desvencilhar, acabo a relação e sigo meu rumo.
Hoje
em dia hesito, mas sei que isso é calculismo meu: fico pesando prós e
contras... Tem relacionamento meu que durou, justamente, dada a sua desimportância.
Aqui
não há discurso de eterno vencedor não, porque eu admito os chifres que já
levei, as humilhações pelas quais já passei; as rejeições que sofri; os foras
que tomei...Minha vida não é perfeita como a dessas pessoas que se dão bem
todo dia, até porque minha vida é real. Porém, essas são páginas passadas que
espero que não se repitam.
Lá
vou eu e o poeta...Lá vamos nós...Lá vão os nós, por tempo indeterminado.
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