Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Do belo ao trágico


Coincidências lindas que nos ocorrem de vez em quando: na sexta passada eu obtive uma interessante vitória profissional, correlacionada à obra de meu poeta ficante (um estudo que fiz do segundo livro dele). No sábado, ele obteve a vitória num concurso literário, no sudeste. Ficamos ambos reciprocamente felizes e, novamente, olha aí a prova de que quando a gente gosta de alguém, confunde as próprias vitórias com as do outro.
De fato, ele merece.
Fez um poema lindo - e se sou crítica de mim mesma, quanto mais dele! Tanto assim que continuo fechada aos dois últimos livros que ele lançou.
Foi a primeira manifestação de respeito profissional por mim, que ele esboçou. Também, nunca abri as portas, não dou essa ousadia de deixar ele migrar para intimidades particulares. Igualmente, sempre achei que ele me subestimasse também - aquele ego é bem grande.
Bem, passando ao lado B da vida, tenho tido uns atritos com esse povo politicamente correto, esse povo da vigilância semântica, da patrulha ideológica, o povo que come certo, pensa certo, age certo, só faz o certo e só tem opiniões certas, porque a identidade de um grupo de que participo mudou completamente, virou radical ortodoxa.
Defendem fracos, oprimidos, minorias...Mas não defendem seu semelhante mais próximo, pois vivem em postura de ódio, armados, com os ouvidos abertos a fim de distorcer qualquer coisa.
Penso que para cada mal-entendido deve haver um mal-explicado. Porém, nem é assim.
Comentei do quanto o presidente brasileiro pode ser filho da pátria, mas não um filho de Deus - reiterei dizendo que ele era filho adotivo de Deus, mas cria real do capeta.
Um ser humano distorceu, de modo a parecer que eu era contra a adoção.
Tenha dó!
Olha a distância!
Eu sou a favor de que a pessoa adote até os filhos de Gandhi, quanto mais!
Fora de brincadeira, até como espírita, sei que somos fundamentalmente adotivos, adotados por nossos pais consanguíneos, porque como espíritos somos filhos de Deus. Vivo dizendo que família verdadeira é aquela que o coração escolhe - creio nisso verdadeiramente também...E vem um ser humano, que supostamente me conhece, e inventa essa para mim.
Dói um bocado, devido à injustiça.
Porém, o que eu iria querer num ambiente (virtual) em que esperam o pior de mim? Caí fora!
E se fosse? eu não teria o direito de ter uma opinião contrária?
Só é lícito pensar como a maioria pensa?
Lembrei e muito de certa pessoa que me mandava 'rever meus conceitos', sempre que eu discordava. Ou seja, rever meus conceitos é me converter aos conceitos dela, à opinião dela.
Lógico que a gente pode mudar de opinião. Que bom! Mas e a parte em que somos convictos e somos como somos?
Ortodoxias...
Enfim, ignorância sempre é algo lamentável.
Não é somente isso: é a ânsia por ofender ou por se fazer de ofendido;  é a contradição de quem defende a igualdade, mas somente a igualdade de opiniões. Nesse caso, eu nem sou contra adoção coisa nenhuma, foi a pessoa que foi escrota e quis causar em cima do meu couro.
É, deixemos as pessoas nefastas de lado, mas isso serve para refletir.
Ela já me fez muitas coisas boas. Talvez tenha esse ódio porque sonhou em ser mãe e não foi e vai adotar como último recurso e, no fundo, tenha ódio de mim, que jamais quis ser mãe.
Se eu for contar as vezes em que fui discriminada por isso, saio daqui somente em 2045.
Está aí uma coisa que poucas pessoas aceitem: que minha opinião e escolha sejam estas. É a minha verdade. É o que sou e o que eu penso.
A vida tem opções. Cada um com as suas.

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