Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A coisa está feia!


Em tempos em que se discute exaustivamente as questões de assédio, acertada e apropriadamente, deixa eu contar uma situação recorrente: basta uma gentileza, um gesto de cortesia, uma simples atitude de polidez, para que uma parcela grande de homens se sintam assediados. Comigo é recorrente. É cômico também: uns caras feios como uma noite sem estrelas num deserto; uns homens ridículos na apresentação pessoal, quando não, dignos de credencial explícita de desinteressantes e horríveis, quando por razões fortuitas se aproximam, ou quando sou eu a lhes oferecer solicitude meramente cristã, de indicar algo do interesse deles (um lugar vago na plateia; o lugar certo de entrega de alguma coisa; um objeto esquecido; coisas do tipo, tanto mais vagas quanto comuns), logo manifestam seus impedimentos, trazendo o nome da esposa ou namorada; assim como distorcendo a situação, por se presumirem admirados, assediados e cantados por mim.
Face à lamentável recorrência, joguei limpa e explicitamente com um desses: eu já havia citado meu namorado infinitas vezes. Por fim, disse claramente se houve alguma situação que pudesse ter gerado a impressão de que eu tinha algum interesse nesse, que se desfizesse o equívoco (Pelo amor de Deus!). Eu ainda disse outras coisas de reforço. Por fim, o cara não fala mais comigo.

Falta não faz, mas é sempre uma pena que o ego das pessoas chegue a tanto. O meu próprio ego poderia dizer o que diz em silêncio: “como um cara desses pode se achar desejado por mim? Falta de espelho!”. É cada tipo, cada bijuteria se achando joia rara, que até gera riso. Só um pouquinho de senso (vulgo ‘Se mancol’) e tudo isso seria evitado. 

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