Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Corta essa!


Não sou a palmatória do mundo: também erro, também tenho indecisões, também ‘deixo como está para ver como é que fica’, não por comodismo, mas por não saber como implodir o prédio sem deixar ruínas. Tenho, portanto, questões inacabadas que dependem da movimentação de uma conjuntura para, então, acabar, findar, terminar.
Parte dessas coisas ocorrem porque preciso ser responsável; outra, porque preciso medir consequências. Porém, se eu pudesse, já teria adiantado essa resolução.
Pois é: tanta gente adiando términos de relacionamento, de contratos de trabalho, de amizades...No fim do ano a gente avalia o que será arrastado para o ano seguinte e o que, enfim, será obra da decisão.
Uma pessoa amiga está nessa. Penso comigo: “o que faz alguém preservar um relacionamento que lhe é desagradável, insatisfatório, ruim, por tanto tempo?”. Há respostas, muitas respostas. Mas eis um ponto que a gente deveria levar a sério: não devemos ser como os homens, que acumulam amantes e casamento simultaneamente. Ora, se o casamento é ruim, acaba-se o casamento. Se a amante é boa, elege-se a moça como namorada. Que mania desgraçada esse povo tem de casar ou de constituir relacionamentos sérios que não têm como se sustentar.
Se a vida de solteiro é boa, fique nela. Também não invente relacionamentos para outros verem, para ostentar em rede social ou na família...quanta maluquice!
Amor pode ser bom, pode dar certo...pode: probabilidades, possibilidades...
Estou bem cansada: de novo, o velho dilema da incompreensão frente à minha necessidade de solidão.
Gosto de mim. Não é egoísmo gostar de si. Gosto de estar comigo, de estar só. Como é difícil fazer as pessoas entenderem e respeitarem isso. Aí me vem um ser humano e se instala em minha casa por seis dias. Seis dias! Seis dias em que não me sinto à vontade, em que não tenho privacidade nem momentos bons de introspecção. Logo, me canso!
Tive que explicar novamente que moro sozinha porque gosto de ficar só, de minha privacidade, de minha vida, de minha casa para mim.
Partilho muito do que é meu, de meu cotidiano, meus espaços, minhas vivências, meus poucos bens materiais...Mas, por favor, me deixe só.
Meu poeta, pelo menos, entende isso. Não tenho que gastar laudas com explicações quanto a isso...
Há dias, todavia, que torço para ele crescer. Ah, quando me indicam que Sagitário é o arquétipo da eterna criancice, eu enlouqueço! Tem dias em que preciso enfrentar as infantilidades dele que, para pior, é infantil numas coisas, mas não tem bom humor algum. Mas, tudo bem, vamos vivendo – e em cada coisa em que a gente se entende, fico temendo que essa paridade signifique que nossos defeitos também são afins. Não sei se eu aguentaria.
Olha eu aqui tratando disso e, em paralelo, concluindo que por melhor que seja um relacionamento, ele terá falhas, defeitos, problemas, lacunas...

É o que me faz gostar de namoros: sabemos disso. Não fazemos promessas de fidelidades infinitas, de amor eterno, coisas humanamente impossíveis...aceitamos os altos e baixos e não queremos arrancar a flor mais bonita do campo, nem prender o pássaro mais bonito na gaiola, para tê-los para nós. 

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