Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 20 de março de 2018

O fio da conversa...



Todo mundo tem suas crises e, com elas, uma necessidade maior de conversar, de desabafar, de pedir opiniões ou de simplesmente falar. Quem nunca alugou os ouvidos de um amigo e até de um desconhecido em algum momento?
Tantas vezes também vivemos nossas crises em silêncio, na paz de uma solidão pensativa...Normal, normalíssimo!
Aconteceu de eu estar dedicando meu tempo a outras prioridades, íntimas e particulares. Com isso, tenho escrito pouco aqui no blog, visitando menos ainda o Facebook, mas, invariavelmente, sou cobrada por uma amiga quanto a suportar longos telefonemas que ultrapassam uma hora.
Fosse numa crise, tudo bem. Mas o caso é que ela se sente sozinha e compensa com nossas conversas.
Ora, estou ocupada. Se eu não estivesse, estaria desocupada e necessitada da paz de estar sozinha.
Ontem, depois de 45 minutos de futilidades dispersas, eu falei: “vou desligar, para cuidar da vida. Não tenho mais assunto!”. Ela ficou desnorteada, me prendendo, desrespeitando minhas prioridades, minhas escolhas, minha privacidade...
Sou solidária a ela, mas tudo tem limite.
Há momentos em que o assunto se esgota e a gente fica esgotada também.
Conversando com meu amado poeta, ao vivo, ele disse: “poxa, você viu sobre quantos assuntos a gente falou hoje? E falamos em profundidade!’.
Pois é: há pessoas e momentos em que cabe realmente um delongar de pautas. Não sou grudenta sequer com os homens que namorei, quanto mais para traçar rituais enfadonhos de conversa vazia! Porque chega um instante em que a gente percebe a hora de desligar, capta os sinais da exaustão (da pessoa interlocutora, do assunto)...
Sempre detestei quem me enche de mensagem por segundo; quem me liga para perguntar como foi o meu dia...uma coisa é o cuidado, o carinho, a atenção...outra coisa é sufocamento.
Por mais ciumenta e pegajosa que seja uma pessoa, ela precisa admitir que o outro ser humano tem vida própria. É preciso que tenha, a menos que se trate de um vampiro que precisa sugar a vida do outro para se manter viva.
Acho feio e deplorável quem distorce o sentido da amizade, do amor, do bem-querer: meu tempo pertence a mim e nele há espaço para meus amigos e suas necessidades; há espaço para mim...Gosto de gente independente. Sou independente.
Graças a Deus, Áries se dá bem com Sagitário, porque nesse quesito de deixar as pessoas em paz, sem sufocamento disfarçado de atenção, somos pares perfeitamente afinados.
Aliás, dou muito de meu tempo aos meus amigos e considero que se uma pessoa é minha amiga, devo fazer tudo por ela.
Tenho bons amigos, que são mais família que amigos, dado o laço afetivo. O laço, nunca o nó: a gente se une na leveza mesmo.

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