Se você, assim
como eu, já reclamou da falta de uma mão amiga na hora da dificuldade, do
aperto e das necessidades, experimente obter uma vitória. Ah, minha gente,
difícil é ter com quem dividir uma vitória, compartilhar uma alegria...
No máximo,
receberemos anêmicos parabéns e desconfiados cumprimentos que cairão sobre nós
como um questionamento à legalidade e à qualidade de nossa vitória. Quiçá, dirão
de prováveis conchavos, subornos morais e sexuais, comprometimentos e simpatias
a permear os processos de ganho de tal vitória, seja ela nos estudos, na
profissão, no amor...
Nem sempre essas
coisas partem dos nossos inimigos. Inclusive, falando nisso, anteontem eu
estava novamente pensando nos colegas falsos e nos crocodilos com os quais
trabalhei em Santo Estêvão, sem nem me dar conta disso. Era um povo da área de
educação que, entre homens e mulheres, faziam o leva-e-traz e, ao trazer,
acrescentavam coisas que eu nunca levei. Como eu descobri? Através de ‘inimigos’em comum,
de coisas distorcidas que eu sabia o contexto em que foram ditas, mas, uma vez
deslocadas do contexto, traçavam montagens absurdas. De resto, tinha gente que
eu não gostava (nem por isso eu desejava o mal a tais pessoas), mas não cabia a
terceiros armar o ringue e esperar a luta.
Mas os aliados
são sempre poucos.
Dentre os que
julgamos próximos, mas nem sempre amigos, há aqueles que acham que merecem mais
que nós tudo aquilo que nos pertence. Até na família é assim: tenho uma tia
venenosa e invejosa. Amo minha tia, apesar de. Porém, é especialista em plantar
a discórdia e de fazer propagar como verdade aquilo que é apenas elucubração.
Consegue colocar um parente contra o outro – nem precisa muito esforço, porque
minha família já é a encarnação da discórdia. Contudo, é uma pessoa infeliz.
Tem tudo que precisa, mas é infeliz, porque ela pouco enxerga o que tem, mas
reclama com os olhos o que os outros têm e que, ao que parece, julga que
deveria ser dela.
Outro dia, ela
ficou irada com o montante que eu tinha juntado em 2014. Achou um absurdo,
falou com meu tio, cogitou onde eu iria colocar o dinheiro. O erro foi meu:
falei do fim de meu vínculo de trabalho da época e fui dizer que lamentava, mas
estava tranquila porque trabalhei em paralelo em duas outras cidades e revelei
quanto eu tinha para passar o período de escassez.
Não ganhei
palavras de consolo pela perda de meu emprego; não ganhei abraços pela vitória dos
meus esforços em trabalhar e poupar. Ao contrário, me difamou por eu ter comprado um carro ao invés de priorizar a prioridade de outro parente igualmente adulto e capaz de trabalhar.
Assim também
frente a meu mestrado e ao meu doutorado: ela tentou desqualificar meus
estudos, falando de quem estuda pouco e ganha mais e citando que Jesus era
sábio sem nunca ter ido à universidade. De fato, a Inteligência Maior se faz
por uma sabedoria que excede os códigos do conhecimento humano. Nunca me
comparei a tal nível, nem era isso que estava em questão e, sim, o fato de que
ela não estudou (falsificou todos os certificados que tem) e deixou que o filho
largasse a escola na então quinta série, sempre abonando as situações com
certificados adquiridos mediante falsificações.
Falando nisso,
um outro parente ficou irritado comigo porque presumiu que eu pudesse lhe
arranjar um diploma de nível superior, na área de saúde, porque afinal eu
trabalhava numa universidade federal e o preço do falsificador ia a cerca de 50
mil.
Essas pessoas
não aceitam explicações, não acreditam em idoneidade.
Até minha
vizinha, numa época em que fiscalizei vestibular, em meu tempo de estudante,
falou claramente que eu tinha acesso a cadernos e gabaritos, que eu já sabia
tudo, que o vestibular da estadual era armação porque ela, um gênio
autodeclarado, não foi aprovada.
Certo, tem gente
cujas vitórias são ilícitas. Tem quem se venda e quem queira comprar, mas não é
todo mundo.
Geralmente, quem
se vende apregoa que ‘todo homem tem seu preço’. Julgam por si mesmos, que
devem estabelecer que a própria honestidade tem limites e que esse limite é
sempre financeiro.
Vitórias sujas
não são vitórias. Sempre deixam rastro – vide à velha máxima que alude às
pessoas incompetentes que, ainda que desqualificadas, burras e despreparadas,
ocupam cargos altos: “Jabuti não sobe em árvore. Se ele está lá, alguém o
colocou”. Esse rastro de incompetência óbvia não se apaga nunca.
Porém, é muito
sofrível você não poder partilhar uma vitória. Poucos nos dão abraços
cúmplices...
Tenho bons
amigos, pelos quais agradeço. Partilho vitórias com eles, vibro pelas vitórias
deles, mas é um número mínimo de pessoas... Eles mesmos advertem: guarde em silêncio cada obstáculo vencido, cada graça alcançada, cada coisa que tiveres. Então, que a alegria das conquistas seja silenciosa, não demande gargalhadas sonoras, nem comemorações gritantes. Cada troféu em seu cofre.
Muito bom teu texto! realmente é difícil receber uns parabéns depois do teu esforço, e sempre vai existir alguém para te criticar em algo, no meu trabalho tenho um supervisor pé no saco mesmo, é o tipo de pessoa que nada está bom, e quando esta na sua frente é teu amigo, mas se vc vira as costas já começa te criticar, é dificil lidar com tudo isso, é como vc disse, mesmo conquistando vitorias as vezes é melhor guardar para si, e saber que você está crescendo e aprendendo mais, mas sempre tem alguem que sabe do teu esforço e teu valor!
ResponderExcluirmuito bom Mara!
Muito bom teu texto! realmente é difícil receber uns parabéns depois do teu esforço, e sempre vai existir alguém para te criticar em algo, no meu trabalho tenho um supervisor pé no saco mesmo, é o tipo de pessoa que nada está bom, e quando esta na sua frente é teu amigo, mas se vc vira as costas já começa te criticar, é dificil lidar com tudo isso, é como vc disse, mesmo conquistando vitorias as vezes é melhor guardar para si, e saber que você está crescendo e aprendendo mais, mas sempre tem alguem que sabe do teu esforço e teu valor!
ResponderExcluirmuito bom Mara!
Algumas pessoas vivem para vigiar, inclusive, vigiar seus passos dentro de uma empresa, talvez por medo de que alguém lhe passe à frente. Algumas vitórias são melhor desfrutadas no silêncio, sem intromissões, sem vigilâncias...Para alguns, nossas vitórias ofendem.
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