
Hoje acordei às 09h50min. Nunca mais havia acordado tarde. Adorei ver que, de algum modo, compensei os cansaços das 10 horas de viagem que fiz ontem, de Xique-Xique para Feira de Santana.
Como sempre, liguei a televisão, nos canais de clip. Como as imagens estivessem ficando suspensas por conta do clima horroroso daqui, resolvi ligar o rádio. Rihanna esta cantando: "Te amo, te amo/she says to me/ I hear de pain in her voice/then we danced/underneath the candelabra/she takes the lead/thats when I saw it in her eye/It's over..." e me bateu uma tristeza infinita. Bateu uma saudade de Thales e a certeza da insuficiência de todos os meus relacionamentos atuais. Não são relacionamento, são ficares. Também por isso, o efeito é efêmero. Alívio imediato das tensões e tristezas, mas não demora muito essa felicidade instantânea. Entendo os drogados.
Depois, falei com meu pai pelo telefone - ele, meu querido e corrupto pai, queixou-se de depressão. Eu duvido que os egoísta verdadeiros sofram depressão. Talvez ele esteja pegando carona na depressão de minha madrasta, mas o caso é que me vi com a garganta cheia de choro.
Meu choro não vem para os olhos.
Meu choro é corda que aperta a minha garganta.
Meu choro me mostra minhas insuficiências e me grita aos ouvidos que eu não tenho nada. Lembro de Caetano: "Eu quero ir, minha gente/eu não sou daqui/ eu não tenho nada".
Decidi comprar um hiperycum 6DH homeopático. Não tem remédio para minha tristeza, mas o efeito simbólico de tomar o remédio pode me adiantar um pouco.
Não há cura para minha tristeza de agora, nem para minhas decepções, nem para as desilusões. Por que será que não valho a pena para ninguém?
Minha família sempre foi negligente comigo, por isso tenho tanto medo de ficar à mercê dela.
Tenho medo de acabarem meus contratos, meu doutorado, e eu não ter emprego. Com certeza eu morreria de fome ou de orgulho ferido.
Ouvi o oportunista e desumano do meu ex, Eliel, me dando lições de economia doméstica, a propósito de querer administrar meus ganhos, minha vida e etc. O certo é que o contato da gente não é bom. Não me faz bem. Contudo, tenho dificuldades em romper laços. Ele já não é parte de minha vida, mas ocupa esse lugar que o coloca como pivô e que permite que ele se intrometa em minha vida.
O pretexto? nosso carro comprado em comum e ainda não quitado, do qual tenho direito de uso, mas isso me deixa em contato com ele.
O dia está horroroso, chuvoso...tudo está errado, tudo está em falta, tudo está triste e num dia como hoje eu questiono a validade da existência. "Existirmos, a quê será que se destina?"