Louquética

Incontinência verbal

domingo, 25 de outubro de 2009

"Se alguém me diz que ele pode me ferir com sua vaidade..."


Não gosto de ser instrumento da vaidade de ninguém. Se eu pudesse, gritaria agora meus pedidos de perdão àqueles que um dia eu mantive por perto apenas para alimentar minha vaidade.
Não gosto de ser objeto de ninguém.
Não gosto de fazer das pessoas objeto.
Nunca fui uma pessoa interesseira: nem sei dizer nomes de carros, não sou de pedir coisas materiais e como Zeca Baleiro, "Eu não preciso de muito dinheiro, graças a Deus!". Sou vaidosa, mas não sou megalomaníaca nem interesseira: minha vida tem apenas aquilo que conquistei por meio de meu trabalho.
Sim, este trabalho que eu adoro mas que sacrifica a circulação das minhas pernas porque fica a mais de sete horas de viagem, somente ida ou somente volta; este trabalho que maltrata meu sono e minha garganta.
A vaidade dos outros me fere.
Não gosto de ser lembrada por Thales ou por qualquer outro homem apenas quando a vida deles não vai bem, se há uma confusão ou um atrito na vida de cada um...Cláudio, especialmente, me jogou hoje na berlinda da vaidade: ele me propôs que eu descesse no meio do caminho, quando eu voltasse para Feira, hoje, e fosse ficar com ele em Irecê.
Ponderei que minha solidão me maltrata. Pensei no ódio que tenho por não ter vida sexual ativa, sendo ainda jovem e com as exigências do corpo a me perturbar, pensei no prazer que seria o sexo com ele, já que eu sempre quis, eu sempre o desejei, mas nunca houve uma oportunidade, porque com ele eu preciso de sigilo, não gosto que os colegas saibam de nosso flerte. Muitos motivos me empurravam na direção dos meus desejos.
Entretanto, pensei em meu cansaço; pensei na certeza que ele tinha de que eu faria qualquer coisa para estar com ele; pensei que ele é um tremendo galinha que atualmente está de flerte com a esposa (igualmente galinácea) de um professor que é meu colega de trabalho, pensei que ele já feriu minha vaidade antes e que não seria eu a colaborar com o crescimento da vaidade
dele. Não fui.
Estrelas lindas são as do Céu. E algumas do cinema. Não gosto de homem com mania de estrela. Prefiro minha solidão, ou melhor, minha fidelidade a mim mesma. Segundo minha fidelidade, não há pior forma de solidão do que a companhia de um homem escroto.

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