Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Das insuficiências


Hoje acordei às 09h50min. Nunca mais havia acordado tarde. Adorei ver que, de algum modo, compensei os cansaços das 10 horas de viagem que fiz ontem, de Xique-Xique para Feira de Santana.
Como sempre, liguei a televisão, nos canais de clip. Como as imagens estivessem ficando suspensas por conta do clima horroroso daqui, resolvi ligar o rádio. Rihanna esta cantando: "Te amo, te amo/she says to me/ I hear de pain in her voice/then we danced/underneath the candelabra/she takes the lead/thats when I saw it in her eye/It's over..." e me bateu uma tristeza infinita. Bateu uma saudade de Thales e a certeza da insuficiência de todos os meus relacionamentos atuais. Não são relacionamento, são ficares. Também por isso, o efeito é efêmero. Alívio imediato das tensões e tristezas, mas não demora muito essa felicidade instantânea. Entendo os drogados.
Depois, falei com meu pai pelo telefone - ele, meu querido e corrupto pai, queixou-se de depressão. Eu duvido que os egoísta verdadeiros sofram depressão. Talvez ele esteja pegando carona na depressão de minha madrasta, mas o caso é que me vi com a garganta cheia de choro.
Meu choro não vem para os olhos.
Meu choro é corda que aperta a minha garganta.
Meu choro me mostra minhas insuficiências e me grita aos ouvidos que eu não tenho nada. Lembro de Caetano: "Eu quero ir, minha gente/eu não sou daqui/ eu não tenho nada".
Decidi comprar um hiperycum 6DH homeopático. Não tem remédio para minha tristeza, mas o efeito simbólico de tomar o remédio pode me adiantar um pouco.
Não há cura para minha tristeza de agora, nem para minhas decepções, nem para as desilusões. Por que será que não valho a pena para ninguém?
Minha família sempre foi negligente comigo, por isso tenho tanto medo de ficar à mercê dela.
Tenho medo de acabarem meus contratos, meu doutorado, e eu não ter emprego. Com certeza eu morreria de fome ou de orgulho ferido.
Ouvi o oportunista e desumano do meu ex, Eliel, me dando lições de economia doméstica, a propósito de querer administrar meus ganhos, minha vida e etc. O certo é que o contato da gente não é bom. Não me faz bem. Contudo, tenho dificuldades em romper laços. Ele já não é parte de minha vida, mas ocupa esse lugar que o coloca como pivô e que permite que ele se intrometa em minha vida.
O pretexto? nosso carro comprado em comum e ainda não quitado, do qual tenho direito de uso, mas isso me deixa em contato com ele.
O dia está horroroso, chuvoso...tudo está errado, tudo está em falta, tudo está triste e num dia como hoje eu questiono a validade da existência. "Existirmos, a quê será que se destina?"

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