Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Seus fantasmas, seus enredos, seu destino"


Eu juro que eu não sabia que ficar sozinha doeria tanto, por tanto tempo.
Há um tempo fiz promessa a Santo Antônio: pedi para que ele me fizesse esquecer Marcelo. Em troca? três dúzias de rosas brancas. A razão é que eu não sei, nem conheço quem saiba, que flores são aquelas que que o santo Antônio segura. Só sei que são brancas e isso justifica a moeda da promessa.
Ah, meus fantasmas! Depois que esqueci Marcelo, não hesitei em chamá-lo de Finado.
Logo que saí da gaiola, me encantei com a liberdade...aí fiquei com quem eu desejava. E adorei!
Aí me veio o tédio e a certeza de estar sozinha.
Amar Marcelo doía, mas me mostrava minha capacidade de amar. Agora, tudo está vazio.
Sinto, por outro lado, o vazio das minhas amizades. Poxa, como sinto falta de Jau.
Não tenho mais um amigo ou amiga com quem conversar, a quem dizer coisas óbvias, a quem cansar com histórias repetitivas...nem um colo para chorar, nem um abraço para me consolar, ne companhia para festas e viagens.
Meu feriadão do Dia dos Finados foi uma morte! Credo!!!
No sábado do halloween, saí com Héber, meu amigo gay preferido, e vimos a cidade deserta e as festas sem a menor graça e sem público. Resultado: fomos ao Bar dos fracassados, isto é o Bar de Euds ou Jeca Total - reduto de fumantes, maconheiros, universitários, intelectualóides, desesperados e, ao fim e ao cabo, pode-se resumir em FRACASSADOS.
Meu amigos se encheu de álcool, desmunhecou feliz, deu pinta e até levantou meu astral com tanta loucura.
Assim foi o sábado.
Hoje faltei à aula da UFBA: acumulei um cansaço total, sempre dormindo mal e tarde, tendo sono nas horas impróprias.
Fico perplexa com o número de homens mal educados que vejo por aí. Chego à conclusão de que terei que dar um jeito de vencer a angústia da solidão, porque os disponíveis não são bons, não têm requisitos básicos para uma relação em qualquer nível...mas como estou beirando o desespero de causa, provavelmente eu vá cair naquela de ir me divertindo com a pessoa errada, enquanto a pessoa certa não vem (nem virá!).
Paguei hoje minha promessa a Santo Antônio: fui à igreja, pus as flores no altar e sanei minha dívida espiritual. Comentei com o curador do altar, quando indagada sobre a graça recebida: "Tão importante quanto encontrar a pessoa certa, é se livrar da pessoa errada". Yes, eu me livrei de um cafajeste. Isto é uma graça!
Agora quero a cura para minha solidão. Não quero me antever triste num reveillon sem graça; não quero pressupor uma vida sexual inexistente, nem viver o hoje chorando o amanhã. Para isso sei que tenho que aprender a manter minha palavra, cumprindo o que decido.
Estarei de olho em mim mesma.

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