Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 2 de março de 2016

Amigos...Pero no mucho - ou, para uma noite de absurdos!


Tá aí uma postagem que eu nem sei por onde começar: se pela ordem dos absurdos ou pela minha incrível capacidade de procurar sarnas para me coçar... Ah, vamos aos absurdos: estava eu, aqui, há pouco, flanando pelo Facebook, quando, de repente, uma voz masculina me chama. Aí pensei: só pode ser Phillipe.
Ora, tomei uma dose extra de coragem e decidi dar a deixa para saber porque cargas d'água Phillipe tinha uma reação pé-atrás comigo, nunca respondendo a mim, mas mandando recados. Verdade seja dita: eu estava procurando pretexto para flerte.
Verdade ainda pior; achei que meu poeta amado foi negligente comigo e deixei o rapaz lírico no vácuo, de modo que, quanto antes eu me enrosque em outra pessoa, menos eu teria possibilidades de voltar atrás de minha decisão e menor ainda seria a necessidade de dizer isso cara a cara (sim, estou em fuga).
Bom, depois de mandar a mensagem totalmente lisa, lícita, formal, mas , no fundo, cheia de más intenções, comecei uma lenta sessão de arrependimento, desejando que houvesse uma tecla de 'cancelar mensagem enviada'...Daí que quando a voz me chamou eu imaginei que fosse Phillipe. Absurdo: não era.
Absurdo dos absurdos: era o ex-marido da ex-namorada e sempre amante de FJ.
Atendi sem abrir o portão. Ele me perguntou se eu lembrava dele...Com muita vergonha eu disse que não. Ele, então, falou: "Da João Durval"..."Eu sou amigo de FJ"...
Depois desta última declaração, lembrei dele, do rapaz, e temi que aquele idiota, o FJ, estivesse com ele, atrás do muro.
Procurei ser educada, abri o portão, saí à rua, grata a Deus por ter dois cachorros mais barulhentos que ferozes, e pelas formigas famintas que comiam o tamarindeiro e cercavam os meus pés, me obrigando a ficar bem longe dele.
Nesta pauta de uns dez minutos (perdidos), ele me explicou que se separou e que achava que FJ não era um cara para mim, que nunca foi...
Deduzi que entre outras coisas, ele deve ter descoberto que FJ e Lu, a ex-namorada do primeiro e ex-mulher daquele de quem se fala, tinham um caso. Isso FJ admitiu para mim, depois de uns apertos que dei, - assim o fiz porque estava atrás de um pretexto para mandá-lo ao Inferno e a melhor maneira era colar num detalhe evidente. Ah, nem era tudo isso: eu não estava nem aí para aquele escroto. Acho que FJ e Lu nunca admitiram ao Corno da Vez o namoro prévio. Ele, o FJ, dizia que Lu era como uma irmã que nasceu em casa separada
Bom, o Idiota e Corno (pode-se inverter os adjetivos sem prejuízo de sentido) disse ter vindo me chamar para sair e que sempre reparou em mim; e que veio outras duas vezes à minha casa.
É num momento desses que a gente perde a linha e quer dizer na cara: "Você está louco Quem você pensa que eu sou? Quem você pensa que é?".
Talvez ele tenha feito cálculos morais similares, porque Lu tem meu perfil intelectual, duas graduações e boa formação...Ele é um pagodeiro que ela adotou como marido, mais por carência que por amor. Fora que ela é louca e chegada numas drogas para uso recreativo. No cômputo geral do quadro, ele deve ter pensado que valia tentar. Ah, e por vingança...
Dei risos sem graça e falei estar muito bem com meu namorado e não ter nenhum interesse no convite, ao qual eu agradecia. Apesar da polidez, ele deve ter visto e notado o tamanho do fora.
Entrei.
Caí em tentação e fui ver meu Amado Mestrando  pelo Facebook.
Lendo o perfil, me desesperei com tantas coincidências. Ah, desgraçado! Parece em tudo com Vinicius, até a cidade onde nasceram...até o signo: ariano como nós dois...a paixão pelo café...e o casamento com aquela que forçou ser minha amiga...
A gente nunca ficou ficando porque Joaquim, meu então melhor amigo, fazia barreiras, odiava o cara, espalhava um mau currículo dele entre os professores e tanto o sujeito quanto eu, éramos éticos. Idiotamente éticos.
Olhei. Ia convidá-lo à amizade...Pensei melhor: isso nunca iria acabar bem, porque a gente tem aquela droga de queda recíproca...Ia ser um desmoronamento se a gente se visse agora.
Os homens podem tudo. Podem admitir contatos movidos a sexo. Tenho inveja deles. Mas também não sou mentirosa: o que me prendia ao poeta, senão sexo? E se eu voltar par ao poeta, qual será a razão? Sexo. Qual a finalidade do flerte com Phillipe? Sexo! Qual o meu medo com o Meu Mestrando? Sexo com culpa.
Enquanto eu escrevia aqui, Phillipe escreveu. Escreveu muito...Com medo, quase não li...Por fim, li. Lá vem flerte. Flerte disfarçado de teoria, educação, polidez, retórica...Adoro! sou tímida, não olho nos olhos, não abordo ninguém, não sei flertar...Mas tenho que dar a deixa..Absurdo, eu sei.
Excetuando minhas brincadeiras, achei um absurdo, um despropósito, o Jason Sexta-Feira 13 bater à minha porta. Não é que ele seja feio na acepção comum do termo: é que é sem classe, sem estilo, sem atrativos reais e ainda que tivesse algum, Deus me livre! Tudo absurdo!

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