Constitucionalmente,
temos todos o direito de resposta à altura do agravamento. Nada a mais, nada a menos, a fim de que se faça a reparação. Isso significa que a
base da justiça é o equilíbrio. Ao contrário, o princípio da vingança tende ao
exagero. Mas, quem somos nós para exercer o pleno controle sobre um instinto
tão primitivo? Vigiemos.
Ainda continuo
achando terrível que alguém possa querer se vingar por não ser amado. Isso está
além das escolhas. Já dizia a poeta, Florbela Espanca,“ama-se a quem se ama; e
não a quem se quer amar”. Também não sei com que graça alguém pode ver em querer
forçar o ser amado a viver consigo; como alguém pode querer obrigar um ser
humano a permanecer ao seu lado, mesmo sabendo que a pessoa não deseja isso,
não quer...Coagida por chantagens, ameaças ou piedade, a pobre pessoa amada fica
refém.
O terreno
profissional, o dos amores e das amizades são muito tendentes aos eventos da
vingança (em detrimento da Justiça). Claro, vivemos num país cuja falência
moral das instituições faz o cidadão comum enveredar pelo descrédito das mesma.
As pessoas se
juntam e coletivamente lincham, porque temem que a Justiça não cumpra seu
papel. Preferem, pois, a barbárie de ferir, agredir ou matar seu semelhante, à
barbaridade de deixar impune um (pretenso) criminoso.
As religiões
podem até se multiplicar, mas as pessoas já não alimentam crenças, fé, que
sejam externas ao plano espiritual, não acreditam na Justiça, não acreditam no
indivíduo, não acreditam na sociedade...E, como mulher, digo mais: não acreditamos
sequer nos homens (e agora me refiro ao gênero masculino strictu sensu).
Ninguém gosta de
viver enganado, mas, vamos convir, não dá para viver sem sonhar. Entretanto, os
homens já não são aptos a fazer sonhar. Quando não, são os primeiros a dizer
que as mulheres não devem criar expectativas – o que me parece de uma presunção
bastante deselegante, como se a mulher desejasse fazê-lo namorado, marido,
par...Como se apenas as mulheres se apaixonassem... –, confundindo expectativa,
perspectiva e sonho.
A gente, que é
mulher, tem irmãos, tem primos e tem amigos: sabemos o que eles fazem, as
armações, as traições, os ardis e as tramoias que eles arquitetam para eleger
um relacionamento sério, sustentando os vários relacionamentos paralelos.
Disso, ou a
gente aprende a lição para se precaver, ou a gente aprende a lição para se
vingar. Vingança nunca é justiça!
É tão difícil de lidar com alguém que quer ter forçar a estar do lado dela, e o pior muitas vezes se fazendo de vitima para que a gente sinta dó, e junto a isso envolvendo mais pessoas piorando mais a situação. Tambem acho ridículo despertar o desejo de fazer alguém sofrer só por causa de um termino
ResponderExcluirTodo mundo tem ego. Uns administram bem o seu ego; outros, tomam as coisas como ofensa, sentem o amor-próprio contrariado, sem se importar com o que a pessoa supostamente amada ou desejada quer e precisa para si. Usar a máscara de vítima e fazer o marketing do sofrimento são estratégias para comover e devolver a sensação de ofensa sofrida: funciona como 'dar o troco'...Uma pena, isso!
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