Louquética

Incontinência verbal

sábado, 4 de janeiro de 2020

2020: reprogramar rotas



Ano novo, velhos planos...
Mas, a gente sempre renasce, mesmo que você não seja, como eu, um reencarnacionista. A gente renasce, sim, mesmo que de forma forçada, mudando o cabelo ou fazendo coisas novas, trocando de casa ou de profissão.
A gente deve perceber a hora de deixar o palco, especialmente no amor e na profissão: são áreas difíceis de encarar, peças vitais...Ora, o emprego nos permite a vida, é o nosso “de comer” e “de viver”; o amor, então, é a ponte de apoio, o esteio, o descanso após a batalha, a jornada, a procura...
Mas, pensa bem: você anda falando mal do seu emprego? Anda falando mal do seu par amoroso? Anda calando o mal com a própria tristeza, para fazer parecer que está tudo bem? Então, é hora de mudar.
Ficar só e ficar desempregado são coisas análogas. Mas, já pensou se o seu emprego te adoece? Se não gera em você o menor prazer? se te cansa por antecedência? E se encontrar o par amoroso é chato? Se já não há admiração nem elogios de ambas as partes? E se o sexo passou a ser melhor sozinho do que a dois? Será que não acabou e alguém precisa ter a coragem de cuidar de si, antes que tudo feneça?
Sim, aqui é teoria... aqui, sabemos tudo que poderíamos fazer...
Na vida real, hesitamos, voltamos atrás...Mas não há como romper um ciclo sem planejamento.
O analista de minha amiga não pensa assim: para ele, o luto das perdas, das rupturas, precisam ser bruscos. Uma tacada só, um dor só, dure o quanto durar – creio que, no fundo, é até parecido com o que minha analista me disse e já repeti aqui à exaustão, quanto término com o Ex-Grande Amor da Minha Vida: “Você tem estrutura!”, ou seja, os analistas sabem que todas as dores passam. E se sua meta é a mudança, acabe logo com a cena, dê o tiro de misericórdia e siga.
O mesmo vale para as coisas boas: quer falar inglês? Tenha planos. Comece a ver filmes com legenda, depois, sem legenda, a ouvir música em inglês e a tradução correspondente e, finalmente, matricule-se num curso.
Quer ter o carro ou a casa sonhadas? Planeje! Guarde dez reais hoje, cinquenta num mês e vá multiplicando o que guardar. Precisou mexer no dinheiro? Considere-se agiota de si mesmo: reponha e acrescente juros.
Quer emagrecer? Também quero. No meu caso, três quilos, porque gosto de ser enxuta.
Então, preciso manter a academia mais regularmente; ser mais disciplinada com os sucos e frutas que eu deveria acrescentar à minha vida. Dieta? Não e nunca. Explico: dieta é uma exceção alimentar. A pessoa come de forma esquisita, geralmente com desprazer, uma comida sem sabor, uma comida impossível, com ingredientes alienígenas que passam longe do sabor. E você impor a um adulto que ele coma dois biscoitos de água e sal, um ovo cozido e um café sem açúcar, é uma tortura que vai dar resultado, mas temporariamente.
Geralmente, essa exceção, por ser exceção, não vai durar mesmo.
Mas, aqui são só exemplos. A vida é de cada um e não há receita que caiba nas decisões dos outros. Há porém, isso que eu trago como exemplo: o planejamento.
Organização, planejamento e método faz milagres por nossos planos. Todavia, é o caso de sempre: o maior interessado nos seus planos é você. A ginástica passiva, a Lei do Menor Esforço, a terceirização de uma meta não vai te habilitar ao que você não é, não tem ou não sabe...Obviamente, há metas que dependem de fatores externos ou dos outros – mercado financeiro, amores, etc – mas aí cabe o esforço particular do interessado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário