Louquética

Incontinência verbal

domingo, 6 de julho de 2014

De saco cheio!


Quando a gente acha que já está velho o bastante para criar novos traumas, vem a presença da família assolar as paredes psicológicas.
Parte de minha família está em minha cidade, passando toda hora por minha casa, esperando por mim, chamando por mim...E não é que eu não goste dele, é que eles exumam os mortos que carrego desativados na cabeça.
Na quinta, tive que evar meu primo à casa de minha madrasta. Sim, a casa nunca é do meu pai, é da minha madrasta. E la chegando, parei meu carro na frente da casa da vizinha e relutei em entrar no vão da garagem da casa 'paterna'. Pensando, porém, no social da situação, quando não tinha mais jeito, entrei.
Ao sair, fotos. E um mal-estar do outro mundo, parecendo coisa espiritual que assola a gente...Depois dali, a vida não foi a mesma, me senti deprimida, de bateria descarregada.
Fugi o que pude.
Hoje veio a outra tia de longe, para eu levá-la ao local em que meu primo fica hospedado. Conversa. Família. Críticas. Exumação do passado. Fotos. Depressão.
Não almocei em paz, mesmo quando me desvencilhei deles. Era como se eu tivesse quinze anos novamente. O mesmo desamparo. Quando eu digo que eu não queria ser mais nova, é porque eu não fui feliz antes...Não gosto do antes.
Para arrematar a crise, fui ao banco com a minha tia e lá encontrei Guto, coleguinha do tempo de escola...De quando eu tinha 15 anos. Ele, porém, sempre foi gente fina, companheiro, exceção numa escola de meninas.
Essas coisas apagaram o bem-estar que vivi ao viajar par Lençóis, há quinze dias, com minhas amigas. Viagem maravilhosa.
Meus dias têm sido terríveis. Andei, inclusive, dando discretos fora em dois 'ficantes' e me decepcionando com o projeto de amor que eu tinha. No fundo, atraio homens covardes. Com o tempo, já não tenho medo da solidão, aliás, solidão é o que me falta, porque faz tempo que não consigo ficar sozinha. A exceção é este momento agora. Isto porque fiquei com uma 'cisma' interior de dirigir até Salvador e desisti de ir de carro, amanhã, mesmo arcando com as despesas.
Tenho necessidade de ficar só.
Preciso de um tempo meu e eu estava com um hóspede espaçoso e folgado que só não está mais aqui hoje por força das circunstâncias.
Admito: me decepciono com as pessoas e a decepção é sempre proporcional ao apreço que tenho por elas. Se o caso é de mediocridade, pior. Há coisas que são gratuitas, não toma tempo, não custa dinheiro e qualquer um poderia fazer. Contudo, se a gente pede isso a alguém, é mais por apoio moral. Quem nega tal favor, para mim, é monstruoso. Sou pela solidariedade. E, também, a caridade se faz por vários meios. Apoiar alguém é um deles.
Neste caso, nossa relação era desigual: o que ele precisava eu sempre procurei prover, por piedade, por apoio...E achava que seria recíproco, pelo menos em se tratando de coisas bobas.
Quanto ao meu projeto de amor, não deu. Desamei. Desanimei e desamei, não quero nem a pau.
Ele não aproveitou meu período de encantamento e, portanto, quem não me faz sonhar não merece espaço em minha imaginação, nem na minha vida - em se tratando de homens. Posso dizer, sem erro:quero ficar sozinha.
Porcarias e relacionamentos incompletos, Deus me livre!
Como eu falo, os homens só têm nos dado duas opções: ser  namorada com quem se fica socialmente até às 22 horas; e ser a outra, o pivô da traição, com quem se encontra após as 22 horas. Faz tempo que o prazer recíproco da companhia não é parte dos relacionamentos...Festival de mentiras, num mundo machista. Não há companhia, na verdade...
Há os preços que se paga por um bom relacionamento, mas as pessoas querem tudo free. Se a companhia valer a pena, para mim, qualquer preço é promoção. Vale a pena!
Bem, mas é preciso seguir, só ou acompanhada. Ainda bem que tudo passa.

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