Louquética

Incontinência verbal

domingo, 25 de outubro de 2015

A paz de ser como sou


Quando a gente alcança a paz de não amar homem nenhum e pouco se interessa em constituir novos relacionamentos amorosos, sempre tem que vir algo para quebrar essa paz.
Faz uns meses que eu vi ( e não poderia deixar de ver), estampado na cara do meu amigo de mais de uma década, o súbito interesse por mim.
Ele era amigo do meu ex-namorado R., e namorava minha amiga C. Nós nos acostumamos a passar os sábados juntos, ouvindo música que presta - desculpa aí aos ecléticos e aos que fingem que qualificativos como Bom e Mau são construções pessoais, classistas e discriminatória. Posso mentir e ser politicamente correta, mas como o blog é meu e lê quem quer, vou pular essa parte - e em muitas vezes eu apenas vislumbrava o machismo deles, embora todos nós tivéssemos um bom convívio.
Ele gostou do que viu em mim, recentemente. Foi um entusiasmo só. Quando a gente se viu, faltavam horas para o filho dele nascer; e a esposa estava junto, na mesma festa.
Trocamos gentilezas e meios de contato nas redes sociais, sem que eu desse meu telefone. Também por sinceridade, odeio visitas. Só as pessoas que eu visito é que gosto que me visitem. A paz também se constitui disso, de não ter gente ao portão, de não interferir em minha rotina e me exigir atenção em conversas e demais lances do social - misantropia controlada.
Ele fez umas declarações escancaradas, tão escancaradas que eu e fiz de desentendida, desviei o foco, coloquei panos quentes mas o provável é que alguém viu, a mulher viu - era público - e também andou um convite para mim, ao qual aceitei.
Não devo nada, não flertei...
Por esses dias, procurei os dois. Cada perfil constou como 'conta desativada'. Excluí o contato. Horas depois ele me mandou um convite e das mensagens, pedindo meu telefone, buscando visitas.
Não dei até hoje. Não vejo sentido nisso. Amigo é amigo - não vou abrir precedentes, nem vou abrir as portas da minha casa, porque ele achou minhas coxas bonitas ou porque pareço uma opção à provável crise conjugal dele.
Estou, de novo, na fase de não querer ninguém. Quero apenas estar em paz. Estudo, leio, saio...Não me sinto só por estar sozinha: pelo contrário, gosto que minha casa seja minha, gosto de não ter que conversar...Gosto de mim suficientemente para curtir minha própria companhia. Essa é paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário