Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 20 de maio de 2014

De perto já não somos os mesmos


Vou fazer um breve relato acerca de uma conversa recente com uma amiga que eu não via há meses. Ela é aquela minha amiga que parece a Sophia Loren quando jovem.
Durante certo empo ela amargou umas mágoas comuns a seres com coração: os homens viam um obstáculo ao compromisso por ela ter três filhos; um dos homens com quem ela se envolveu acabou casando com outra, dando a entender que ela não serviria para dividir uma vida com ele. E não obstante ela dizer que os filhos dela têm pais e que ela não está em busca de substitutos, agora ela desarticulou um pretenso candidato que, com todas as letras, se propôs a fazê-la feliz e dar-lhe amor.
Ela explicou a ele - e a mim - que é feliz e que a felicidade dela independe de homem, namorado. Amor nunca faltou: é amada pelos filhos, pelos amigos, por gente que tem significado para ela.
Depois discorreu sobre o papel das novelas no assentamento deste preconceito: novela com final feliz mostra quem ficou com quem; quem terminou com quem, que pares se concretizaram... E ai as mulheres pegam buquês, tornam-se noivas, como se o melhor final para um mulher fosse ser escolhida para casar.
Amor faz falta. Mas amor insuficiente, pela metade, artificial,sem graça, não faz a menor diferença. Concordo com ela.
E se um homem não me faz sonhar, se estilhaça qualquer expectativa, se não deixa a coisa acontecer sem script e sem tempo determinado para acabar, eu corto mesmo o laço. Exijo novos repertórios de desculpas esfarrapadas, novos dons de iludir, novas receitas e não as velhas práticas e roteiros de cafajestes. Devo estar mais velha do que constata minha Certidão de Nascimento, porque acho tudo previsível nos homens. Ao menor sinal de desculpa esfarrapada, antevejo as desculpas e os argumentos. Fico doida para estar errada, mas acerto sempre.
Até a velha desculpa do celular esquecido no escritório eu tive que ouvir outro dia, me antecipando ao mentiroso que, depois de afirmar "foi isso mesmo!" caiu em si que era impossível me convencer daquilo e confessou sua falha. Está faltando criatividade aos homens.
Minha outra amiga está namorando um 'caso raro' de homem seletivo. Queixou-se ele da falta de mulher: não no quantitativo, mas no substancial.  Ela agarrou ele e vice-versa: moça bonita, inteligente, educada, trabalhadora...gente que não está em promoção. E viva o amor: "Sexo é escolha, amor é sorte".

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