Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 20 de maio de 2014

Meu carro é um amor!


Já admiti, aqui, uma outra vez, que a gente adquire amor pelo carro que tem. Sem dúvida, a relação afetiva com ele vai crescendo mediante a intimidade.
Eu, que critiquei os homens dizendo que a parte mais sensível do corpo deles é o carro, dando a indireta certeira de que eles se confundem com o que dirigem e dirigem mais amor ao carro que às mulheres, devo dizer que me apeguei ao meu carro a ponto de não tolerar que lhe façam mal, como um ex-amigo, a quem confiei recentemente um trabalho no carro, dando-lhe um voto de confiança que só se dá aos grande amigos e, ao retirar o carro da oficina, três dias depois, constatei uma batida lateral e pequenos danos - pior ainda, constatei que nenhum reparo foi feito.
Não sou mais amiga dele, de Nick, para que não fique dúvidas sobre quem eu falo. Ele tem casa de peças de automóvel. É sócio na oficina do primo. Propôs o serviço. Confiei e quase que ele não me devolve o carro.
Confiança traída, carro ferido, prejuízo moral e psicológico para mim e eu nem voltei lá para acertarmos meu prejuízo material. Foi isso mesmo: ele abriu o meu carro, tendo, antes, batido dentro da própria oficina, não teve peças para repor e ficou enrolando para entregar, na esperança de ganhar tempo. Não consertou nada, alíás, piorou.
Não entendo o que é um carro de manutenção barata: meu carro é popular, popularíssimo, um Renault Clio, e as peças são caríssimas, os serviços são exorbitantes, tudo custa um absurdo. Como pode ser popular? o que é um carro de manutenção barata?um Chevette?
Nunca fui uma pessoa desleixada, por isso meu carro está sempre limpo e perfumado. Odeio negligências!Mas me tira o juízo pensar em trocar pneus, catar coisas que se desgastam, substituir isso e aquilo... Uso mais o carro para o lazer do que para o trabalho, mas isso deve mudar em breve. Não quero nunca dizer que meu carro me deixou na mão, por isso sou cuidadosa e não espero quebrar para consertar. Sei que tudo tem um tempo de vida útil, não quero maltratar o coitado.
Não tenho egoísmo besta, nem contabilizo gasolina: levo meus amigos em casa, após as festas, sem ficar querendo retorno financeiro que compensem o dinheiro deles que seria gasto em táxis; e se querem dirigir por mim, permito desde que sejam cuidadosos.
Gosto deles - do carro, dos amigos...meu carro é meu amigo também.

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