Louquética

Incontinência verbal

sábado, 3 de maio de 2014

Sobre mulheres e cafajestes


Tenho assistido a manobras interessantes no tocante ao relacionamento entre mulheres e cafajestes: se eles justificam a promiscuidade sexual através de argumentos que comparam homens e animais, ilustrando, para tanto, que na natureza os machos têm muitas fêmeas, enquanto o oposto é antinatural, ao invés de apregoar que há espécies animais fieis, ou mesmo que o processo de socialização separou, de vez, homens e animais, distinguindo-os basicamente pelo controle dos instintos ou, as mulheres que conheço investem na aplicação de mentiras agudas concentradas. Deste modo, as moças estão contando mentiras agradáveis e deslavadas a fim de iludir os cafajestes.
Lógica duvidosa em princípio, porque corresponder às expectativas machistas dos cafajestes seria contribuir para a manutenção de bases patriarcais, sexistas e machistas. Mas vejo que é o oposto mesmo: uma mulher que corresponda aos moldes machistas não caberia no mundo de hoje.
Não vou dizer que não me incluo entre elas: também minto. Penso duas vezes, se não é ousadia demais satisfazer o ego dos cafajestes e Babacantropus erectus de Neanderthal. Ora, é cada pergunta! Ora, é tanta ânsia em ser o primeiro em alguma coisa na vida sexual das mulheres (na minha), em ser o melhor na vida sexual das mulheres (na minha, de novo)... E estas alternâncias que escrevo e descrevo como gerais (das mulheres) e da minha, é porque é assim mesmo Recentemente o cafajeste com quem tive um rolo (ah, é preciso dizer: iludir um cafajeste também inclui fazer de conta que não terminamos com ele, embora a gente passe um mês se esquivando de encontra-lo), foi me perguntar se eu já tinha uma experiência daquelas bem básicas do sexo. Como eu sabia da expectativa dele, neguei. Mas neguei por mera ironia: como ele pode acreditar? Nunca achei que ele acreditaria: rapaz experiente, currículo sexual de mais de 300 páginas excetuados os elementos pré e pós-textuais, e cai numa lorota dessas. Até a mãe dele já fez!
Já os ménage a trois, as olimpíadas sexuais, as tantas maratonas para desvirginar garotas, o cara exibe como troféu. Era, então, para que eu exigisse dele pouca experiência sexual. Por que ele exibe a vida sexual e espera que a minha seja discreta? Era, sim, para que as mulheres revidassem no mesmo tom. Assim seria, se fôssemos ignorantes.
É preciso que eu diga: quando eu fico com um cafajeste ou Babacantropus erectus de Neanderthal, não sei previamente que ele é desta ou daquela espécie. Os que se mostram, de cara, cafajestes, eu nem chego perto. Odeio cafajestes. Mas, se eles já se instalaram, aproveito a carne em oferta no mercado. Mas é assim: também não valorizo homem vulgar: - carne para consumo dos desesperados.
A vigilância sobre a sexualidade das mulheres vai longe!
Também por estes dias conheci outro cafajeste. O problema foi que identifiquei logo e não quis nada com ele, fiquei enrolando, já que minha amiga intermediou o contato, a pedido dele. Deus me livre!
O problema de pegar cafajeste é a ressaca moral: ela sempre vem. Pior é quando o peste já se instalou no meu Facebook e eu tenho que aguentar aquela cara constantemente ali.
Já houve um tempo melhor: o tempo do HDM (Homem De Manutenção), tempo de P.A. (Pau Amigo) e outras companhias sexuais legais e respeitosas. Era muito bom!porque eram relações claras, sem vínculos, mas com certo grau de sociabilidade, afeto, amizade e noção de limites. Desta forma, até para a gente se desfazer dos laços mínimos entre as partes, as coisas eram gradativas, naturalizadas...
Talvez haja aí questões de postura, porque um homem pode ter mil mulheres e tratar a cada uma com respeito e deferência, o que não é antagônico com o sexo. Não é por haver envolvimento sexual que as pessoas devem se desrespeitar ultrapassar os limites do bom senso e consideração recíproca. Infelizmente, tem os babacas, sempre vazios, superficiais e egocêntricos. O que a gente pode fazer é dispensar um tratamento à altura: mentir, fingir, iludir...Se for possível fugir, melhor. Mais um daqueles venenos para os quais o antídoto é a distância.



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