Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

V de verdades: retrospectiva do últimos dias do resto de 2014


Agora, sim, posso dizer que este ano passou rápido demais. Ou não: pode ser meu problema particular de memória e de percepção. Deste modo, a sensação que tenho é que a Copa do Mundo ocorreu há dois anos. E meu aniversário neste ano? pouco lembro, exceto que caiu num sábado e que fui comemorar no show da Banda 80 na pista, que minha amiga foi comigo e que aquela peste do meu ex, o Zero Um, foi lá também estragar a minha festa, sempre bêbado e vexatório.
Mas conto meus últimos vexames de 2014: Jesus Cristo, como contar àquela pessoa que pensa que somos amigas, que eu não tenho vontade de vê-la, curiosidade, nem interesse num encontro? como se faz isso?
Há pouco ela me pegou na internet. Blablablá e eu sem jeito ante os protestos de saudade manifestados por ela. Eu e meu desinteresse. E os queixumes dela, de que a irmã não a perdoou, apesar de ser tal irmã, uma católica fervorosa. Veja, ela queria ser perdoada por estar na casa desta irmã tendo um caso com o marido desta irmã, abortando filhos do marido dessa irmã e morando sob o teto desta irmã. Deveria ser perdoada, né? mas...
Pessoa boa, que se então soubesse que eu nunca a perdoei pelas atrocidade, maldades, falsidade e explorações feitas contra mim, iria sambar na minha moral.
Nessa mesma linha, ontem fui encontrar Rodrigo. Fui e fui de caso pensado, nesses dez ou onze meses sem que a gente se encontrasse.
Ora, ele é um grande inibidor de expectativas, ele defende a sinceridade e deixa pistas (o que significa deixar claro, pois não sou burra) algo bem similar ao que ocorreu com minha outra amiga: que para ele, há mulheres para amar e outras para transar. Eu estaria entre essas últimas.
No nosso último encontro, ele deixou a desejar ( ele me deixou desejando, pois fez um fast sex e não me impediu de ir embora - um cavalheiro, por pior que fosse, deveria dar um tempo e se importar com a dama) - isso após eu dar aula até às 17 horas, enfrentar a BR, estar cansada, ir tomar banho, me arrumar, gastar com táxi... neste caso, reconheço: não brinque com a memória de um mulher.
Finalmente, ele manteve contato por seis vezes, sendo duas há vinte dias e quatro entre a sexta e o domingo.
Tramei com as amigas: se ele frustrou minhas expectativas, se inibiu expectativas românticas, vou dar o troco: vou frustrar as expectativas sexuais dele. Caprichei no visual, nos arranjos e no contexto, só para aumentar o impacto da tramada queda. Levei o livro dele que estava comigo, último pretexto de encontro.
Almoçamos. Blablablá, assunto interessante. Velho tópico sobre expectativas - ele falou que não alimentava expectativa para nada. Protestei que viver sem expectativa equivaleria a viver sem sonhos; que Deus me livre!; ele falou que o romance dele acabou, com a moça do Ceará (ora, foda-se!) -  Ele pediu a conta - lógico que eu dividi a conta e nem hesitaria em dar tal ousadia a uma pessoa pão duro.
Saímos. Eu me ofereci para deixá-lo em casa, já que eu estava de carro. Ele disse: "Poxa, pensei que a gente fosse esticar esta conversa". Eu disse que iria levar meu tio à casa de meu pai (era verdade, mas não pareceu).
Ele começou a ligar compulsivamente para uns amigos, para não ter que voltar logo para casa... Ninguém parece ter atendido.
Fomos para o carro. Liguei o som, pus um álbum dos Beatles com faixas excelentes. Passeei até á casa dele, só para deixar as saudades, na tarde deste domingo.
Larguei ele em frente ao condomínio. Risíveis despedidas sacanas minhas, com beijinho no rosto e muita cara de pau. Viu, escroto, o que é uma expectativa frustrada? é algo assim, tá?
Mas enquanto eu estava no restaurante, qualquer possibilidade de desejo ou simpatia escaparam. Quando dá o desencantamento, é isso: "O que foi que eu vi nesse cara?". E ele se achando, antes. Certo, eu estava encantada, mas isso não dava a ele o direito de tripudiar sobre minhas expectativas.
E eu paguei a metade da conta para reforçar minha vingança: para um pão-duro, perder uma mulher que não dá despesas é um péssimo negócio. Pronto! Fui mesmo ver meu pai, dar um presente, me reconciliar co minha casa, meu lar, meus livros e dormir gostoso, como foi até às oito da manhã de hoje.
E tenho memória. Eu sei o que ele me fez no verão passado, quando poderia ter sido legal comigo.
Já meu primo, um caso sério: quando eu estive na pindaíba, ele nunca me deu um aquilo de fubá, um pão seco, nem se ofereceu para e emprestar de centavos.
Agora ele está me devendo, pois emprestei, na boa, um dinheirinho há quase um ano. E há um ano é assim: vou te dar cem reais hoje; ah, ficou para fim do mês, ah, ficou para o começo da era glacial. E hoje que eu pedi dez por cento do meu dinheiro, ele com grana no bolso, se negou a pagar. Pois é, necessidade é só a dele. As minhas, não. Desse tipo de gente eu corro a léguas. Não empresto mais.
Estou em paz mesmo. Mas sentar na mesa com os desafetos, estou fora: só divido prazeres com os amados. E que em 2015 eu tenha muitos amores, de vários tipos - amizades, namoros, rolos...

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