Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Amor "aOmar"...


Invocando os sagrados poderes do Google, fiz uma combinação de dados possíveis e descobrir o que eu queria (e mais um pouco) sobre o crush, que mora em Seabra.
Não vou negar que adorei a minha astúcia. Nem sou de stalkear ninguém, mas neste caso era necessário.
Usei o mesmo método para achar Omar, um amor de adolescência-quase-infância.
Deu certo: achei.
Omar era o cara com quem eu queria ter vivido minha primeira experiência sexual, era quem eu amei sem saber que amava...Mas eu só tinha 15 anos...Ele parecia um príncipe, lindo, lindo!
Foi numa brincadeira coletiva de pagar ABC (A, de abraço; B, de beijo; C, de colada), que eu consegui beijar Omar, no meio da rua em que eu morava. Pronto: me apaixonei. Ele gostava de mim, também. Mas éramos dois idiotas.
Ele tinha criancices e um dia me deu um beijo muito sexualizado, que me assustou...Depois de um tempo eu me mudei e a gente se viu uma ou duas vezes nas festas...
Depois, nunca mais. Só em sonhos. E os amigos em comum nunca respondiam minhas perguntas sobre ele.
Viveu tanto em minha cabeça e em minhas fantasias, que eu lembrava dele quando eu via o comercial antigo da TIM, que tinha uma moça usando óculos escuros e que, quando o namorado dela lhe perguntava o que ela estava olhando, ela dizia: "O mar!", mas, na verdade, ela estava olhando Omar, um gostoso que estava na praia. Era propaganda de torpedos SMS.
Achei Omar ontem. Olhei o perfil de Omar hoje.
Pensei, com alguma tristeza, que na minha vida real, eu nunca viveria o que Gabriel García Márquez narra no romance "O amor nos tempos do cólera" - que, por sinal, já citei aqui em fase de paixão por Vinícius, aludindo à primeira fase do livro, que diz: "Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados" (Rio de Janeiro: Record, 2003,p.9).
Florentino Ariza espera por Fermina Dazapor "cinquenta e três anos, sete meses e onze dias, com as respectivas noites" (p. 429) -- que se observe tratar-se da última parte do livro. Neste interregno, ela casa com outro e fica viúva, mas  muitas peripécias até esse encontro, quando já estão bem velhos.
Deixei Omar em paz. Ele não é o rapaz de 16 anos que eu conheci.
Ele será sempre o rapaz de 16 anos que eu conheci, mas para a minha memória.
Iria bagunçar a vida dele e, hoje, ele é um homem com as malícias de homem. De fato, tudo seu preço.
Eu sei que ele lembra de mim. Fui correspondida. A gente só não se entendeu e os caminhos se distanciaram. Como em Vanilla sky, é preciso saber que o tempo passa e em que tempo abrimos os olhos. Ali, tudo é fantasia e a realidade se confunde com a ficção.
Não é por frieza, mas não acredito em amor eterno.
O lindo das coisas é que elas acabam, para deixar saudades, virar lembranças...
Sim, dói quando acaba. Mas dói mais quando acaba e a pessoa não se desprende do cadáver...arrasta a relação morta, o companheiro nulo, a emoção fria, esperando que 'a morte os separe', só por medo de tomar a iniciativa de declarar a causa mortis. Somo assim, em maioria. Somos pessoas do 'ruim com ele, pior sem ele'. Mentira inútil que construímos...Se pudéssemos viver sem dor, seria ótimo...
Bom, mas Omar é uma doce lembrança...Meu príncipe, lindo, magro e alto, que cuidava de mim sem, na época, eu perceber...Deixa Omar em paz, no mar calmo das paixões arrefecidas pelas leves ondas da lembranças boas.

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