Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 28 de junho de 2016

Os visitantes


Não tenho invocações bestas com sonhos. Quando o sonho tem algum significado extra, a pessoa sempre sabe.
Também não sou afeita a cartomantes, especialmente porque quando o dom é verdadeiro, elas não podem cobrar. Trocando em miúdos: isso é mediunidade. Ateu pode ter, espírita, crente, agnóstico, budista, tanto faz...só muda que os mais radicais vão atribuir a vidência ao Capeta, outros à parapsicologia e uns tantos irão formular respostas que transitam do sagrado ao mental.
Nesta noite passada, veio até mim, em sonho claramente mediúnico, um senhor de aparentes 56 anos. Lembrei que diante de um espírito preciso ter clareza e não medo. Daí perguntei quem ele era. Ele disse ter sido meu marido. Eu quis confirmar se de fato, foi na encarnação anterior, coisas assim (ora, pois, eu tinha sido mulher...pasmei!) e perguntei em que eu poderia ajudar.
Ele disse que a gente se conheceu no trabalho, que a gente se casou e que o que eu passava hoje em dia era culpa dele.
Deixei bem claro que não lembrava de nada disso e disse que fosse o que fosse, eu o perdoava, que ele seguisse em frente, pois eu, de fato, estava cuidando da minha vida e que aceitava os percalços de que estou imbuída de formas, poderes para resolver.
Nossa! esse sonho se desenrolou numa tensão absurda, com outros desdobramentos, dos quais o suposto pai de santo me negando uma psicografia; e um pequeno, mais para anão do que para criança, a me dizer para eu não ter medo de crianças. Foram duas horas e meia de sonho em semiconsciência e eu acordei sem a menor energia, mas entendi que ele, o marido de outrora, queria e precisava ficar em paz, precisava da comunicação. Pronto! Em nome de Jesus, realmente, perdoei.
Bem dizem que quando o discípulo está pronto, o mestre aparece. Sim, apesar do medo, eu estava relativamente pronta para o contato.
Dormi de luz acesa, porque sou humana e nunca vivi algo nesta intensidade, com todos os S, R, e protocolos da situação. Entendi que cada encarnação é apenas um capítulo no livro que é a vida. Quero me sentir em paz e que quem me rodeia, morto ou vivo, tenha paz também.
Dá medo, é esquisito, desafia minha cabeça, mas foi por isso que passei a estudar e a ir ao centro espírita.
Não ignoro a sapiência de Shakespeare: "Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia". Ao que, complementa Caetano Veloso: "Vida: doce mistério!"

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