Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 21 de maio de 2013

Estado de luta!




Ah, meu Deus, como eu ando sem saco para as criancices dos adultos!
Mal suporto a criancice dele, que se sentiu preterido porque eu não quis ficar feito uma idiota, na noite de sábado, com ele aqui em casa, a fim de fazermos nada.
Tampouco tenho saco para joguinhos idiotas com amigas infantilizadas que pisam na bola e são incapazes de admitir. Sinal claro que de que minha amizade vale menos do que um pedido de desculpas, né? E o rolo que isso dá? A gente está falando com uma, a outra, que se sabe na berlinda e na mesma situação, toma as dores para si.
Francamente, as pessoas só fazem quinze anos uma vez na vida. Depois farão dezesseis, vinte, trinta... Quinze anos, de novo, nunca mais!
Nossas cerimônias pessoais, do casamento, da formatura, das defesas de mestrado e doutorado, são só uma vez. Se você se formar de novo, será outra formatura. Então, é assim: cada oportunidade é uma oportunidade porque ao longo dos outros 365 ou 364 dias do ano, vivemos dias comuns. Separamos uns poucos deles para que sejam especiais, por isso me senti profundamente magoada pelas negligências que me fizeram...
E aí, se a gente fica 10 dias sem falar com uma pessoa, às vezes os ventos de mudança sopram bem forte e tiram tudo do lugar – às vezes até nos levam para longe. A vida corre. Foi o que me aconteceu recentemente: o ficante voltou, o outro apareceu, eu fiz uma viagem, eu conheci gente, eu fui a festas, eu fiz um concurso, eu fui aprovada, as coisas se movimentaram e a gente vai se readaptando, redirecionando posições...
Sinto falta de todo mundo que eu gosto. Senti uma tremenda ressaca moral quando dei uma dispensada nele porque o negócio estava ficando sério e sinistro, com ele se impondo em minha casa e querendo determinar como seria meu final de semana, tudo de forma imperativa.
Ouvi uns “Compre isso!” e “Faça aquilo” e quando fui argumentar, a última palavra era dele (assim como a primeira, assim como todas). Não, eu não quero casar. E não permito que casem comigo sem a minha autorização.
O que eu queria era uma relação boa e leve, com cada um na sua, com programas a serem discutidos e combinados, com uma confiança a ser construída ao longo do tempo...
Mas engraçado mesmo foi o ponto a que Zé Bonitinho chegou recentemente: ele me ligou dizendo que os negócios dele iam de vento em popa e que agora que soube que passei no concurso, poderíamos ser uma sociedade não só em termos afetivos, mas em negócios. Tenha santa paciência! Quando falo com ele me sinto impotente e cansada: já disse que não quero, já disse que tenho namorado, que não tenho interesse por ele... Nada resolveu! Talvez isso só passe quando eu morrer. Que obsessão ridícula!
Bom, hoje voltei a correr no fim da tarde. Adorei! Gosto de estar só, de correr de boca fechada, porque odeio fazer qualquer exercício conversando... Estas semanas não estão sendo fáceis, com um bando de coisas para fazer, mas ao correr eu me concentrei, pensei na vida, fiz planos...
Às vezes sonho com um verão bom, com viagem entre amigos, cada turma num carro, rumo ao litoral, à Praia do forte, nas reuniões do fim de tarde na vila dos pescadores e dos jantares por lá, com a torta mousse de café e chocolate no Tango Café. Mas as pessoas vão se fechando nos seus mundinhos perfeitos, em seus recalques, despeitos, invenções e falta de coragem... Aí a gente olha e já não há um amigo ali.
Não seria eu se escondesse de mim mesma as decepções que sofro. Perco o rebolado diante de um amigo que me magoou, não sei fazer o teatro certo para disfarçar que tenho mágoa...
Bom, acho que ele não vai falar comigo tão cedo, nem faço questão. O mesmo vale para a ex-amiga: não sou uma pessoa de paciência, não tive filhos e detesto criancices.
Apesar disso tudo, estou cansada e feliz, porque a felicidade não é a ausência de conflitos.Estou feliz como posso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário