Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Meus passos


Ontem, no fim da tarde, corri de novo. Eis um exercício de que gosto verdadeiramente. Parei de correr pelas avenidas cercadas de carros chatos, de barulhos demais, de poluentes demais... Depois, me deu vontade de correr pela Kalilândia só para ver a casa que era dele; para ver a cafetière que eu tomava café gelado com a amiga que pirou, as ruas por onde eu passava na adolescência, na volta das festas, para a minha casa, porque morei um bom tempo na Getúlio Vargas.
A cafetière era a Bombocado e acabou virando outra Vanille, como a dos Capuchinhos, que eu tanto ia com a minha amiga psiquicamente desequilibrada. Era bom ir lá, conversar.
Lembro dos meus domingos de ressaca de sono. Incrível como desde muito cedo não tive o menor interesse por bebidas, a menor atração pelo álcool... se ao menos fosse gostoso! mas não nego que vinho faz falta na minha geladeira para os períodos de TPM: sonífero potente!
Aí corri e passei em frente à casa que era dele. Ele é aquele, o L., a quem eu pensava ver em janeiro deste ano. Não vi. Nada sei sobre como ele está. E aí aconteceu do FJ ter aparecido exatamente em janeiro deste ano.
O que eu queria mesmo falar é desta paz de estar sozinha. Enfim, só. Não por mal, porque tenho companhia, tenho rolo, mas porque preciso me sentir livre. Entendo Thales muito bem: precisamos ser livres, nunca iremos casar. Nisso somos idênticos.
Reclamamos da solidão chata, de não ter companhia eventualmente, de ir  a uma festa só, essas coisas, tudo circunstancial. Mas amanhã tem uma festa e eu quero ir sozinha. Irei! Acho que o Outro não vai ligar, nem ficar de bem de mim (criancices de ficar de mal) e eu não trocaria uma noite de agitos por uma noite com ele. Ele não iria querer me acompanhar: ficou careta e chato. E se tem uma coisa que eu acho legal são os amassos de fim de festa - de começo, não, porque me empatam de dançar.
Perdi o jeito com namoro: não consigo ser simpática à ideia de dar satisfações, de obedecer e acatar automaticamente. No sábado passado ele me anulou, decidiu por mim, sem consulta prévia e acreditou que eu iria querer ficar em casa fazendo, sei lá, jantarzinho especial, ou nada disso, mas ficar sentada no sofá esperando o sono pegar a gente. Sinto muito!
Daqui a uns anos, poucas décadas, não terei mais vitalidade para sair, para dançar...Tudo passa, inclusive a disposição física. Não sou sedentária, não sou uma múmia que se contente em sentar, beber e conversar: tenho urgência e necessidade de movimentos.
Na outra semana e´capaz de eu ir à praia após o dia de aula, já na quinta-feira, se o sol permitir.
Não sou feliz ao lado de gente mal humorada, não me contento com pouco embora goste do simples...Não sei como podem confundir o pouco e o simples...
Bom, vou escolher meu figurino, traçar minhas rotas, horários e planos porque vou a festa sozinha, só para dançar e curtir a festa. Tenho o pavio curto e os relacionamentos requerem paciência. Que posso dizer? "Tem, mas acabou!".

Nenhum comentário:

Postar um comentário