Louquética

Incontinência verbal

sábado, 16 de novembro de 2013

Os embalos de outras noites




Nem ligo para o fato de hoje ser sábado de feriadão e eu não sair. Saí no sábado anterior, fui à Groove ver a gravação do DVD da banda cover dos Beatles, a Night Forever, me diverti, dancei e ainda dei uns pegas num Babacantropus Erectus de Neanderthal, um tipo primitivo que é primo da minha amiga Lu. Como eu queria mesmo aliviar as tensões, apostei e cedi às cantadas. Não tive ressaca moral, mas fiquei irada ao descobrir as páginas a que ele se associa no Facebook – tudo antifeminista, babacas, abobalhadas, fúteis e infantilóides.
O problema é também outro: O Babacantropus parece que pega mulher para provar a si mesmo que não é gay. Chato performático, Cirque du soleil, que aguentei muito mais pelo desafio e ousadia de ultrapassar minhas barreiras moralistas do que por opção consciente. E a prima dele, que é minha amiga, é gente fina. Vamos fazer de conta que eu não tive culpa: ela disse “fica!” e eu fiquei com o espécime primitivo. Não obstante, casa cheia, sala cheia, quarto cheio, após as quatro da manhã eu não tinha nem juízo nem discernimento e estava mais interessada em ocupar um lugar ‘ ao sol’. Bom, tudo isso é mentira: respondi aos apelos de minha carne. No entendimento da minha carne com a Outra carne, digamos que se não deu um filé caprichado, pelo menos o prato foi digno para matar a fome com seu tempero básico. E haja metáfora!
Ah, sim, o espécime era branquinho, musculoso by academia e prováveis anabolizantes moderados, sem repertório intelectual, estudante de Direito, 26 anos e ainda dependente de papai. Ponto final neste assunto, que entra na conta das diversões do sábado à noite, pois que eu andava cansada por estar carregando os fardos da existência etílica de outro ser humano que se instalou aqui em casa devido a um luto e uma crise.
No domingo fomos à praia do Flamengo. Para quem não dormiu nem três horas, até que resisti bem ao sol e à cadeira, mas depois que chegamos em casa, dormi às 19 horas e quase nem aguento comer ou tomar banho antes. Estive dopada de sono. Por estes antecedentes, perdoo meu feriadão atual em que reina a monotonia, o tempo nublado e um sono besta e persistente. Ainda penso em me abalar até à The House hoje à noite para dançar.
Vou ficar lendo um livro excelente que me devo a leitura e corrigindo chateações da universidade, textos, trabalhos e etc. Roupas para lavar, livros para ler e um coração meio esvaziado porque não pinta nada que mexa realmente com meus sentimentos ultimamente. Reajo ligeiro em casos de decepção. E se a fila não anda, também não empaca sempre. No resto, vivo as pequenas felicidades que me batem à porta e tenho o que fazer – o texto do Colóquio, o artigo da revista, as coisas para arrumar, os planejamentos, nada que não se misture à felicidade geral de estar em casa e na ativa. É divertido existir e isso às vezes basta!

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