Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 18 de março de 2010

Era uma vez...


Pois é, os tempos estão tão cavernosos que até princesas andam vendendo copos de cristal para a Revista Caras...imagine para mim, que já nasci plebéia.
Então Tati me diz que a gente tem que tentar o concurso do IFBA, porque os tempos não estão bons e a maré não está para peixe...
Ando em círculos, pensando nestas coisas materiais, fazendo cálculos, revendo faturas e gastos, no maior temor sobre esticar o dinheiro, com a cabeça quente porque não posso depender de ninguém e, para ser exata, nem teria de quem depender.
Devido às pressões externas, troquei o Meu querido canibal, de Antônio Torres, por As naus, de António Lobo Antunes, na pequisa de doutorado. Nesta troca de um Antônio por outro, estes dois Toinhos me dão o maior trabalho.
Inferno astral, babado e confusão em ter que ler as quase 600 páginas de um livro que a orientadora me emprestou, em ter que conhecer de verdade a Revolução do Cravos, a História de Portugal e as guerras de Angola pela Independência.
Infinitos documentários para ver, resumos para fazer, coisas a lamentar.
Como se fosse pouco, desorientou tudo que eu propunha antes e minha pesquisa voltou ao quase ponto zero - salvando-se as coisas da outra obra, que eu já tinha dado passos (Terra Papagalli)...
Terça tenho aulas - e só não lamento porque pelo menos vejo o meu Príncipe, eu que não sou princesa nem bateria de escola de samba... sem a menor majestade, de todo modo - e aí minhas aulas na UEFS começarão na segunda-feira próxima.
Putz, como é que eu posso manter um mínimo de sobriedade? sou aluna de graduação às segundas e quartas, de doutorado nas terças, sou professora de quinta a sábado e me sobra mesmo o que?
Ah, me sobram as pessoas me perguntando sobre a novela que eu não vejo, me sobra o meu mais recente ex-namorado que ainda não percebeu que acabou e que eu parti para outra faz duas semanas...
Pensando bem, eu acho que desta vez eu esqueci de terminar.
Nosssssssa: eu esqueci de terminar. Terminar formalmente. Ih, pensei que tivesse formalizado...
Ele manteve contato há pouco, estranhando o "meu sumiço"! Ora, até O sumiço da santa, de Jorge Amado, tem explicações...aí eu não explico o meu sumiço, deduzindo que ele sabia que já era carta fora do baralho.
Isso já me causou cada rolo: era uma vez,há muitos anos, num tempo em que eu namorava um rapaz em Salvador. Aí parei de vir de Feira para vê-lo e isso levou meses. Claro estava o abandono de "cargo", não era necessário dizer que acabou - olha só, o povo sai para comprar cigarro e passa uns 10 anos fora, uma vida longe de casa. Ninguém diz nada e entende tudo.
No meu caso, eu paro de aparecer e presumo que a "suspensão" do contato diga tudo. De repente eu vou encontrar o meu namorado seguinte, ou seja, o sucessor daquele namorado lá. Fui eu, fofa e elegante ao quartel da Mouraria, esperar meu amado da vez resolver uns problemas.
Quando eu estava com a cara para cima, esperando a volta do atual daquele momento, me surge meu ex, todo sorridente, achando que eu estava ali para um encontro supresa. Ui, que mico! que pepino! que saia justa!
Puxei o meu carro e larguei a confusão por lá - na boa, morri de pena do meu ex-zinho. Pobrezinho, crente a abafando que eu estava li por ele...eu, que sumi por meses e apareço nos braços (e beiços) de outro.
Ah, claro, a porcaria do acaso, porque eu não sabia que ele tinha se tornado militar...coincidências que ferram minha reputação.
Vou até suspender essa narrativa porque tem certos amigos (de la oncita, por supuesto) que vivem cartografando meus namoros, como se eu tivesse sido feliz em cada canto de Salvador... o tempo todo eram os mesmos dois (na verdade, três) namorados que eu tive por lá e que se mudavam.
Os amigos pensam, porém, que eram vários namorados, um em cada canto de Salvador... que absurdo!
Bem, dei um embromation no meu mais recente -ex. Ele não sabe que virou sapo nos meus conceitos e que agora o Príncipe é outro ( para minha sorte, loiro, alto, de olhos azuis e sotaque paulistano)...ah, falo assim, mas a gente está só se conhecendo.
O caso é que era uma vez meu relacionamento anterior. Era uma vez...

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