Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 1 de março de 2010

A evolução das espécies


"[...] a História da Evolução tem dois componentes principais: a ramificação das linhagens e as mudanças dentro das linhagens (incluindo a extinção). Espécies inicialmente similares tornam-se cada vez mais diferentes, de modo que, decorrido tempo suficiente, elas podem chegar a apresentar diferenças profundas. [...]Os padrões hierarquicamente organizados de aspectos comuns entre as espécies - tais como as características comuns de todos os primatas, de todos os mamíferos, todos os vertebrados, todos os eucariontes e todos os seres vivos - refletem uma história na qual todos as espécies vivas podem ser seguidas retrospectivamente ao longo do tempo, até se chegar a um número cada vez menor de ancestrais comuns." (FUTUYMA, 2002,p.3)
Ah, eu não fico digladiando internamente com a Teoria da Evolução e outras suposições mais nobres e espiritualizadas sobre a vida na Terra: acho é linda essa lógica, essa racionalização, não muito agradável para o ser humano, eu sei, principalmente para estes outros que arrogantemente afirmam suas outras encarnações em que eles eram celebridades históricas e importantíssimas, claro!
Não é engraçado: o povo projeta para o mundo espiritual uma origem nobre, cheia de purpurina, porque, ao que me parece, só eu desconfio que em outra encarnação eu fui escrava de ganho nas ruas do Pelourinho. E para não contrariar a arrogância comum às questões, fui a melhor escrava de ganho do reino...
Mas esta noção de Evolução também é tomada de empréstimo da Biologia para os vários ramos da vida, espcialmente, a própria noção espírita de evolução.
A mim interessa outra evolução: aquela que diz que você está saindo do lugar. É, o lugar de sempre, aquela zona de conforto que faz você se repetir e repetir ações e comportamentos. Então, evoluí: quebrei os elos de uma cadeia de opressão afetiva, ou melhor dizendo, sempre tive medo de dizer "não". Meu "não" sai sempre com algum medo de punições e vinganças. Muitas vezes o meu "não" era ignorado.
Assim, JP não validava e não reconhecia o meu "não" quando ele insistia em contato sexual comigo e não entendia direito os limites impostos porque não gosto de ninguém no meu pé, na minha cola, na minha casa de forma inopinada e etc.
Se o "não" não resolvia, reforcei a negativa hiperbolizando a relação com o meu ficante: joguei uma tinta e mudei os móveis da relação de lugar- Agora, afirmo um namoro e um amor extremamente fiel e traquilo que impede o JP de aparecer em minha casa e de se ousar a forçar a barra comigo.
Também soube evoluir com outras relações em que eu era subestimada: ora, viver de sobras afetivas de amigos e de rolos não é saudável. Então, ele ( o prícipe D.)me ligou às 23 horas para vir aqui em casa. Dei um sonoro "não" e não me deixei vencer pelos apelos da minha carne, que por sinal, se entende muito bem com a dele (maravilhosamente bem!). Devo dizer que no caso de JP, ele não conta com esse atenuante: sexo com ele era um tédio, um negócio básico em que eu me sentia anulada e cronometrava o fim daquele sacrifício cansativo.
Com o Príncipe D, não: tudo era excelente, mas não passa disso. Então, eu evoluí e disse "não".
Ao meu ex de 1996, aquele pilantra do Ricardo,após os argumentos apelativos dele, de que tinha enfrentado um câncer, dentre outros argumentos sensacionalista de cuja veracidade eu duvido cem por cento,eu disse "não", não quero ir ao encontro e pronto! Mas ele pensou e insistiu. O resultado: eu não disse "não", eu saí da rota e ele não tem como me infernizar com a apelação de encontros.
Finalmente, eu disse "não" ao meu pai e às chantagens emocionais dele, anulando, claro, a presença corrupta dele em minha vida;
Eu disse não a uma série de coisas e de pessoas.
Olhando para a teoria da Evolução, esse "número cada vez menor de ancestrais comuns" me faz localizar uma grande diferença entre minha família e eu; entre a pessoa que eu fui e aquela que me tornei...
Claro que parte de minha identidade se conserva, mas as coisas que me incomodavam eu estou mesmo me desvencilhando delas.
Na vida tudo se transtorna, tudo se transforma.

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