Louquética
Incontinência verbal
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Deu tilt... Ou lições machistas do mecânico
Deu tilt em meu computador e, por conseguinte, em minha vida. Certo, que não sou louca por tecnologia, não quero saber de nenhum modelo novo de IPOD, Inãopode,Iphone, ImeuDeus... Não alimento paranoias consumistas deste tipo, mas ficar sem computador me tira do eixo!
Daí que não vou poder narrar uma série de eventos que eu gostaria, pois o tempo passou, o efeito das crônicas perdeu o sentido. E agora só me resta arrumar as malas para ficar na Praia do Forte até o Ano Novo.
Depois eu conto, sob a forma de resumo, os melhores momentos destes últimos dias. E os nem tão melhores assim.
Faço aqui meu pequeno queixume:estava eu falando umas coisas sobre o meu carro (é, comprei um carro e ando no maior xodó com ele, que se tornou meu bichinho de estimação), quando o mecânico interveio na conversa:" Ah, você quer um homem só para você...Construa um!" - esta intervenção foi porque brinquei com meu amigo, falando da vulnerabilidade do ar dos pneus, pois sempre que eu queria dar o troco num namorado, eu esvaziava o pneu, me vingava no carro por saber que o carro é a parte mais sensível do homem.
Mal educada que sou, respondi que não queria ninguém para mim, desde que não me cobrassem exclusividade. Vê se pode! o mecânico, que já alinhou muita direção, trocou muito óleo, aliou muito distribuidor e meteu a mão na graxa nesta vida, querendo me censurar por descer o 'madeirol' nos cafajestes... Deixa estar, Senhor Mecânico: Um dia ainda apertam sua porca!
domingo, 15 de dezembro de 2013
Mantenha-se chique: mantenha-se!
Já nem sei quem foi a celebridade do sexo feminino que
andou declarando que “homem adora mulher que se banca”. Talvez tenha sido respeita e não adora, mas o fato é que tenho visto uma quantidade infinita de
homens oportunistas que, longe de louvar a sorte de termos evoluído e
conquistado independência, fecham o bolso e se instalam na casa das mulheres a
fim de economizarem.
Quem mora só sabe que boa parte dos homens se
aproveita da casa própria das mulheres, para economizar motel; que deixam de
lado a gentileza de eventualmente pagar uma conta, que aderem a um espírito parasita
para usufruir dos bens materiais das mulheres e, de quebra, levarem até um
dinheirinho extra, conquistado sob chantagem emocional, sem contar aqueles que
são acomodados e pertencem à geração “neném”, isto é, ‘NEM estudam, NEM
trabalham’ e reproduzem com as namoradas a mesma exploração praticada em
família. No geral, são sustentados por mamãe e papai, trazem no bolso uma
historinha de esforços não reconhecidos e sonhos de cursar certa faculdade ou
alcançar vaga em dado concurso para o qual ele nunca está preparado.
Perfis deste tipo entram na vida das mulheres
através de pequenas brechas: amigos em comum, um evento, um acaso, carências e
ilusões alimentadas pelas mulheres e aquela velha esperança nutrida à base do ‘ele
vai melhorar’, não descartando os casos em que somos ludibriadas e nem
desconfiamos a barca furada que ancorou em nosso porto.
Eu sei é, que mulher que se banca tem é ousadia:
geralmente não são reféns de alguém que a sustenta; têm maior iniciativa para
resolver seus problemas; têm autonomia para tomar decisões, vão a qualquer
parte com maior segurança e admitem que um homem é parte de seus desejos e da
sua independência, isto é, mulher que se banca não tem postura de mal-amada.
Não nego as exceções, mas graças a Deus elas não fazem parte das minhas amigas íntimas.
O que mais gosto no fato de eu me bancar é o
orgulho em saber que nenhum homem me compra, que não dependo deles, que o que
me pertence veio dos meus esforços... E adoro mostrar que não sou interesseira.
O outro lado disso é poder assumir que gosto de namoro por tempo indeterminado
e que, apesar de gostar de grudinhos moderados, não quero ninguém colado em mim
e em minha casa; que pego meu dinheiro e vou a qualquer parte, que minhas aquisições,
conquistas ou compras não são tributárias de homem algum e que, por
conseguinte, não devo nada a eles – nem satisfação. Não me vendo para ter com o
que comprar o que quero.
Outra questão interessante: a mulher que se banca
não se resume àquela que paga as próprias contas. Vai além: do sexo ao estudo,
das ideias políticas às opções estéticas ou religiosas... É uma pertença a si
mesma. Nem sempre quem tem dinheiro tem independência. Há dependência emocional, baixa autoestima, resignação, fragilização psíquica, infantilização e outros fatores que incidem sobre as mulheres em determinados contextos. Respondendo por mim, é muito bom, sim,
manter a mim mesma, ser independente e, ainda assim, saber que preciso de um
homem, num plano acima das necessidades materiais.
Tempo e modos
É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo num mês
fervoroso como dezembro, que nem dá para atualizar a conversa. Tem isso de fim
de ano em geral, fim de ano letivo em particular e rituais de finalização de
ciclos que põe no mesmo patamar de agonias os seres humanos nas infinitas filas
de supermercados, de lojas, de bancos, de carros (engarrafamento, o que é senão
uma fila parada?); os desesperos para cumprir bancas de Trabalho de Conclusão
de Curso; elaborar e aplicar provas, nos casos daqueles que, como eu, vão
atravessar o verão trabalhando, sem férias, para compensar greves de outrora;
além das aplicações da vida particular, coisas que prometemos a nós mesmos e
tomamos como metas a cumprir. Em resumo, ando cansada de filas e de ocupações. Alimento
a ilusão de que tudo vale porque teremos dez dias de recesso entre o natal e o
ano novo.
Sempre que penso nessa perspectiva de fim de ciclo,
dou graças a Deus por minha finitude. Volto a protestar contra os amigos da
Vida Eterna: mas, meu Deus, como o ser humano pode ser tão louco e egoísta a ponto
de desejar não acabar nunca? Tudo passa – tudo de bom e tudo de ruim. Graças a
Deus!
Não se será melhor morrer num momento de felicidade
ou num momento de infortúnio, numa daquelas ocasiões em que a gente chega a
pedir a morte. O caso é que tudo acaba. Talvez por sabermos que tudo acaba
alimentamos a ideia de que é preciso aproveitar a vida, pois ela dura pouco.
Também acredito que construímos um saldo moral sobre
nossas ações, que é convertido em valores espirituais, de alguma forma,
variando na acepção de cada religião ou crença pessoal. O tempo passa sempre,
além do que o calendário dita. Porém, acho interessante termos uma criação
imaginária sobre o tempo, o que acaba, o que se anuncia, o que termina e o que começa...
Precisamos dessa ilusão para dar certidão de nascimento a uma meta, a um plano
e a certidão de óbito para o que já passou.
domingo, 8 de dezembro de 2013
"E desperdiçamos os blues do Djavan"?
Gente, o menor preço de ingresso para o show de
Djavan, que acontecerá nesta sexta-feira, 13/12, na Prime, aqui em Feira de Santana, é R$ 90,00. Isso na pista, de onde
Djavan torna-se apenas um pontinho saltitante no palco, devido à distância.
Quem se dispuser a pagar R$ 150,00 para camarote e
pouco mais para uma mesa, poderá, se os demais que ficam na frente gritando,
permitirem, observar o Djavan mais de perto.
Gente, é grana demais! Queria eu, ir novamente a um
show dele só para ouvir a forma intensa como ele recita a própria música; “meu
bem querer, meu encanto,/ tô sofrendo tanto...Amor, e o que é o sofrer/ para
mim que estou jurando para morrer de amor?”, porque apesar da turnê ser outra,
quem poderia falar bem de um show que não revisita os maiores sucesso da carreira
do cantor?
Mas, se o dinheiro não der, deixo aqui o reforço à
dica: aquele restaurante da Rua Castro Alves, cujo nome começa com Kilo,
promoverá, na quinta-feira, dia 12/12 um evento só para mulheres com strip-tease
masculino à moda do Clube das Mulheres. Pelo menos para satisfazer os olhos,
por R$ 30,00, todas nós poderemos ir ver para crer. Se o artista do coração
está longe do alcance do bolso, fiquemos com a outra categoria artística que
faz acelerar o coração e despertar fantasias safadas, nestes tempos duros em
que a cultura está mais cara que a carne e seu espetáculo.
Vestidos para amar!
Fiz uma pequena descoberta incrível: os vestidos Le Ricard!
Fiquei encantada com os cortes, com os tecidos, com
as cores e com o caimento das peças.
Qualquer porcaria de terceira qualidade a
gente compra acima dos R$ 100,00 em lojas populares. Nem pense que se a loja é
chique, o acervo faz jus ao preço e ao status:
muita loja, além de vender peças de qualidade questionável, vende coleções
passadas a preços atualíssimos e a margem de lucro aplicada nunca é inferior a
cem por cento do preço de custo.
Aqui em Feira de Santana, encontramos cada peça Le Ricard a R$70,00 - em lojas do calçadão da Sales Barbosa.
Numa loja do Shopping Salvador, os vestidos Le
Ricard custam em torno dos R$ 200,00.
Uma aluna minha compra aqui em Feira e revende em
Salvador por R$ 150,00 – diz que o público alvo são as evangélicas da Igreja Batista,
que gostam de andar elegantes e bem apresentáveis. Fico contente em saber que as
mulheres já sabem a diferença entre a SIMPLICIDADE e o DESLEIXO e que a fé e as
doutrinas religiosas não antagonizam com a elegância e com o bom gosto no
vestir.
Mais surpresa ainda eu fiquei ao pesquisar a marca
pela internet: a loja fica no Brás, em São Paulo e, por causa de um amigo, lá é
o último lugar onde eu compraria roupas, por desconfiar da qualidade, do bom
gosto e da durabilidade das peças.
A marca tem outras peças, como calças, camisas,
blusas e shorts, mas só experimentei os vestidos. Eles valem a pena! E são
roupas pensadas para as mulheres, não seguindo aquela tendência presente até em
marcas de renome – a Ellus, M. Officer
e a Colcci deveriam aprender com os ‘menores’
que roupas para mulher devem ter corte para o corpo feminino – de fazer roupas
sem preocupação com detalhes, caimento, corte e anatomia femininas.
Ultimamente, larguei os jeans no guarda-roupa e
vivo de vestido por questões de praticidade. Não nego, porém, que é mais
feminino e que simplifica muito na hora de arrumar.
Gosto de visual high
and low, creio que um cinto de marca famosa vai bem com vestidos e peças
simples; que sapatos e acessórios bem escolhidos levantam qualquer visual e que
uma boa composição é como um quadro em que se deve estabelecer o equilíbrio.
Assumo, porém, minhas preguiça em trocar de bolsa...
Acho vestido o máximo, uma peça versátil e indispensável, mas cada pessoa deve ir mensurando o que lhe cai melhor e como articular vestidos e calçados. Como sou louca por sapatos, hesito, mas já aprendi a combinar as partes sem desarmonizar. Não precisa muito para a gente perceber o que se ajusta melhor ao nosso jeito: achei vestidos de que me tornei fã e, pelo jeito, vai demorar para acabar este flerte.
Amor, onde menos se espera
Amor muda tudo na fisionomia interna e externa de
uma pessoa: encontrei minha amiga no shopping e ela era a cara da felicidade! Namorinho
escondido, porque a filha pequena não aceita. Namoro engraçado, originado de
uma batida de carro causada (e admitida) por ela. Fico tão feliz por quem cuida
bem de sua própria vida e se joga num amor, correndo os riscos e vivendo o
possível. Dá vontade de dar os parabéns não pelo achado, mas pela coragem.
Do infortúnio do acidente de trânsito, quiseram os anjos que saísse um grande amor para um coração desenganado e cansado.
Num tempo de homens áridos, de pessoas que se valem do trânsito para matar, mutilar e oprimir e em que o tráfego é motivo de preocupação e lugar de violência, como é bom ver que as pessoas ainda podem fazer um novo roteiro em cima de velhas histórias que tendem mais ao drama que ao romance!
Desde que Leandro morreu (num acidente de trânsito causado por um carro que trafegava na contramão), não passa um dia em que eu
não pense nele e na minha falta de coragem. Não, nunca tive coragem de encarar
um preconceito, fosse o de idade, como seria o meu caso com Leandro; fosse de
quebra da ética, se eu namorasse algum aluno meu. Decerto, todo dia uma
tentação é jogada à minha frente. Paro, pondero e concluo que não quero
confusão em minha vida profissional. Penso que minha profissão é mais
importante que os meus amores carnais e afetivos e digo “Desta água não beberei”,
apesar de morrer de sede e do pote vir constantemente atrás de mim.
Fora de cogitação namorar o filho do meu amigo –
barra que eu não encaro e que sei que Leandro morreu sem perdoar. Até porque eu
não me perdoei. Mas, voltemos ao bom amor dos outros: como ela está feliz. E em
poucas palavras ela descobriu (e me contou, porque eu não sabia), que Rodrigo é
ex-namorado da prima dela. Confirmou tudo, principalmente que ele é muito
tímido. Vai que fosse só comigo que tivesse o comportamento tímido? Somos
iguais, vamos ver no que dá. Não sou uma pessoa corajosa para amar, isso piorou
depois de 2007. Nunca mais vivi aquelas coisas de amor, paixão e desespero e
não me sinto apta a isso, apesar de todo calor de novas emoções.
Dormimos mal quando amamos, mas ainda assim,
dormimos melhor. Ficamos atrapalhados, sonhadores, confusos e felizes. Depois
vem o período de quebrar a cara... E para os que são como eu, indecisos,
incapazes de terminar, eternos proteladores, procrastinadores das decisões
amorosas, tudo se complica mais. Como disse Caetano Veloso, repetindo uma
quadrinha popular: ‘Os olhos da cobra verde/hoje foi que arreparei/se arreparasse
há mais tempo/não amava quem amei... It’s a long way!”
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